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Imóveis Aquecidos: Renda Alta Impulsiona Vendas, Crédito Restrito Desafia Construção

O mercado imobiliário brasileiro demonstra resiliência, impulsionado pelo aumento da renda da população, resultado de um mercado de trabalho favorável e programas sociais. A busca pela casa própria continua a se concretizar, com um crescimento de 16% nas vendas no primeiro trimestre de 2025. Entretanto, o setor enfrenta desafios relacionados às condições do mercado de crédito, cujas mudanças para o financiamento imobiliário estão em debate.

Segundo o presidente da Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a redução no volume de financiamentos reflete as condições de crédito e juros impostas ao mercado. Essa retração, consequência de alterações implementadas no início do ano, já era esperada e representa um ajuste em relação ao volume elevado de financiamentos de 2024. As novas taxas de juros e a composição do funding estão levando a uma acomodação na produção e distribuição de crédito, buscando um novo equilíbrio.

O primeiro semestre de 2025 marca o início do impacto mais forte da alta da taxa básica de juros, em ascensão desde o segundo semestre de 2024, que pressiona o custo do crédito, somado à restrição de recursos da poupança.

Apesar da busca por outras linhas de funding, a poupança não tem suportado a demanda por crédito imobiliário para construção e aquisição. Embora existam alternativas no mercado, estas são mais onerosas, impactando o custo dos financiamentos e podendo gerar um descompasso entre as concessões e a capacidade de pagamento da população, especialmente em um cenário de desaceleração do crescimento da renda.

Nos primeiros cinco meses de 2025, foram financiadas 24.115 unidades com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), uma queda de 62,9% em relação ao mesmo período de 2024. Em valores, a redução foi de 54,1%, passando de R$ 15,5 bilhões para R$ 7,1 bilhões. O financiamento à produção, com recursos da caderneta de poupança, caiu 60,83%, passando de 81.858 unidades nos primeiros seis meses de 2024 para 32.065 unidades no mesmo período de 2025. Em contrapartida, o crédito para aquisição de imóveis cresceu 3,62% em valor e 8,18% em número de unidades.

A economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) destaca o elevado custo do crédito tanto para compradores quanto para construtoras, com os bancos priorizando o financiamento à aquisição em detrimento da produção.

Diante desse cenário, o setor demonstra preocupação com o futuro. Apesar do aquecimento da atividade econômica, com vendas e lançamentos em alta, e o emprego formal na construção atingindo um marco de três milhões de postos, a produção se vê ameaçada pela retração do crédito mais acessível.

Entidades representativas do setor, junto ao Banco Central e ao Governo Federal, buscam alternativas para o financiamento imobiliário no Brasil, com o objetivo de facilitar uma transição para novas fontes de recursos que mantenham a oferta de crédito para produção e aquisição a um custo adequado. Entre as medidas em discussão, estão a liberação de depósitos compulsórios e novas regras para atrair investidores para LCIs e CRIs, visando ampliar o volume de recursos e reduzir custos.

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