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Juíza afirma que empresário tentou “blindar” mansão de R$ 30 milhões

Ao determinar o bloqueio da mansão de R$ 30 milhões do empresário Ricardo Delneri, a Justiça de São Paulo afirmou que ele tentou fazer uma manobra para “blindar” seu patrimônio de bloqueios para pagar dívidas.

Dono de uma mansão em um condomínio de luxo no interior de São Paulo que foi penhorada pela Justiça, o empresário ergueu a 2W Energia – atualmente chamada 2w Ecobank – uma empresa de energia eólica que recebeu aportes de bancos e deu lastro a um fundo que naufragou e deixou investidores do mercado financeiro revoltados.

O imóvel em questão é uma mansão de mil metros quadrados em Porto Feliz, em um condomínio onde banqueiros e até bilionários têm casas. Campo de golf, piscina com ondas e até um hotel da rede Fasano fazem parte do Fazenda Boa Vista.

A casa foi comprada em 2013, por R$ 10,5 milhões. Em valor de mercado, atualmente custa R$ 30 milhões, como outras de tamanho semelhante na região.

Manobra para evitar a penhora de bens

A juíza Luciana Novakoski Ferreira Alves de Oliveira, da 22ª Vara Cível de São Paulo, considerou que o empresário fez uma manobra para evitar a penhora do casarão: doou ou transferiu outros apartamentos à esposa e ao filho para declarar que ele é residência de família e, portanto, impenhorável.

“Essa conduta do devedor caracteriza tentativa de blindagem patrimonial, com a finalidade de impedir a penhora de seus imóveis”, escreveu a magistrada.

Os outros diretores e sócios da empresa, segundo a juíza, usaram também estratégias para se esquivar do confisco. Eles transferiram para familiares e até mesmo uma empresa em nome dos pais para fugir da penhora.

Diretores e sócios foram alvo de uma execução movida pela empresa que representa investidores que adquiriram debentures emitidas pela 2W. Delneri é o principal alvo, por ser o dono de quase 90% da empresa e maior garantidor dela perante investidores.

A 2W Energia entrou em recuperação judicial em abril, com R$ 2,3 bilhões em dívidas. A empresa recebeu aportes de bancos e também de investidores do fundo Wave, criado pelo banco Credit Suisse, que estão seus maiores credores. Somente investidores tomaram um tombo de R$ 600 milhões. Este é um cálculo conservador, que pode chegar a cifras maiores.

A empresa também é pivô de uma guerra, ainda embrionária, entre os investidores e o Credit Suisse, que estruturou o fundo de investimentos lastreado na 2W Energia. Eles afirmam que houve conflito de interesses da instituição financeira ao estruturar o fundo e vender seus papéis. Entre investidores, apurou o Metrópoles, cogita-se buscar responsabilização criminal dos empresários e outros envolvidos na operação.

A reportagem entrou em contato com o escritório de advocacia que defende os empresários, mas não obteve retorno até a publicação. Nos autos dos processos, eles negam que tenham tentado blindar imóveis com uso de familiares. Eles também moveram ações para evitar a antecipação do vencimento de debentures que levaria à cobrança pelos investidores, o que foi rejeitado pela Justiça. O espaço está aberto para manifestação.

A reportagem não localizou a assessoria de imprensa do Credit Suisse. Em seu site, o banco afirma que a página está temporariamente fora do ar para reconstrução e nenhum contato fica à disposição.

Fonte: Metropole

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