O Congresso mexicano aprovou na quarta-feira um aumento de pelo menos 35% nas tarifas de importação de 1,4 mil produtos de 12 países com os quais não possui acordos comerciais, entre eles o Brasil e a China, o principal afetado. A expectativa é de que as novas tarifas entrem em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026.
A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado no mesmo dia. O partido da presidente Claudia Sheinbaum, que afirmou que as tarifas eram necessárias para impulsionar a produção nacional, controla ambas as Casas.
Além de Brasil e China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia, Turquia e Taiwan também foram taxados.
Serão modificadas 1.463 classificações tarifárias em produtos dos setores automotivo, têxtil, de vestuário, plásticos, eletrodomésticos e calçados, entre outros.
A nova medida afeta, principalmente, produtos chineses. O México importou US$ 130 bilhões em itens do país asiático no ano passado, ficando atrás apenas das importações dos Estados Unidos, com US$ 334 bilhões.
O Ministério do Comércio da China afirmou em comunicado ontem que o aumento das tarifas “prejudicará substancialmente” o país e os demais parceiros comerciais do México. O ministério instou o país a “corrigir suas práticas errôneas de unilateralismo e protecionismo o mais rápido possível” e informou que uma investigação sobre barreiras comerciais, iniciada em setembro, referente ao México, ainda está em andamento.
Ao todo, 35 senadores se abstiveram da votação, argumentando que o projeto de lei foi elaborado às pressas, sem analisar seu impacto sobre a inflação, e em resposta à pressão do presidente Donald Trump – o Senado foi a última Casa pela qual o texto passou.
Em defesa do tarifaço, os deputados e senadores do partido governista enfatizaram que ela busca fortalecer o setor industrial mexicano, promover a criação de empregos e expandir as cadeias de suprimentos.
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