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Movimento do Custo de Vida: a atuação das mulheres durante a ditadura

Seminário no Senado celebra 'Legado de Coragem e Resistência' feminino na redemocratização, destacando luta contra a carestia em 1978.

Um seminário no Senado Federal celebra o papel das mulheres na redemocratização, relembrando o Movimento do Custo de Vida de 1978 e sua luta.

Brasília – O Senado Federal se prepara para sediar o 4º Seminário de Direitos Humanos na Gestão Pública, com uma edição dedicada a um tema de profunda relevância histórica: “As Mulheres e a Redemocratização do Brasil: Um Legado de Coragem e Resistência”. O evento, agendado para a próxima terça-feira (9), promete lançar luz sobre a atuação feminina em um dos períodos mais desafiadores da história brasileira, a ditadura militar.

Em preparação para o seminário, a TV Senado produziu uma série especial, cujo primeiro episódio já foi ao ar, focando em um marco dessa resistência: o Movimento do Custo de Vida.

Este movimento, que emergiu em 1978 em meio ao regime militar, foi uma poderosa manifestação de descontentamento popular e uma prova da capacidade de organização das mulheres. Liderado por donas de casa e moradoras da periferia, ele transcendeu as barreiras impostas pela repressão para denunciar a crescente carestia e o impacto direto da inflação no cotidiano das famílias brasileiras. A iniciativa partiu de quem sentia na pele a dificuldade de alimentar seus lares, transformando a indignação em ação política.

A Força da Organização Feminina

As mulheres do Movimento do Custo de Vida não se limitaram a protestar. Elas organizaram pesquisas de preços para monitorar a escalada inflacionária, expondo a realidade econômica que o governo militar tentava minimizar.

Esses dados serviram de base para uma série de protestos e manifestações que ganharam as ruas, desafiando a ordem estabelecida. O ponto culminante de suas ações foi a coleta de um impressionante abaixo-assinado com 1,3 milhão de assinaturas, um feito notável para a época, que foi entregue às autoridades em Brasília como um clamor por mudanças.

A entrega do abaixo-assinado não foi apenas um ato simbólico; representou a voz de milhões de brasileiros, articulada e amplificada por mulheres que, muitas vezes, eram subestimadas em seu poder político. O Movimento do Custo de Vida demonstrou que a esfera doméstica podia ser um poderoso palco de luta por direitos e justiça social, e que a participação feminina era essencial para a reconstrução democrática do país.

Ele pavimentou o caminho para outras formas de engajamento civil e solidificou o papel das mulheres como agentes transformadoras.

O seminário do Senado, ao revisitar essa história, não apenas homenageia a bravura dessas mulheres, mas também ressalta a importância de compreender as raízes da nossa democracia e os múltiplos atores que contribuíram para ela. A série da TV Senado e o evento são convites à reflexão sobre a persistência da luta por direitos humanos e a necessidade de valorizar a contribuição feminina em todos os âmbitos da sociedade, do passado ao presente, reforçando o legado de coragem e resistência que continua a inspirar novas gerações.

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