Enquanto quase metade das mulheres vai ao médico para check-ups anuais, a maioria dos homens só procura atendimento quando surgem sintomas, aponta pesquisa do Coletivo Pink divulgada nessa segunda-feira (29/9).
O estudo, conduzido pela Ipsos-Ipec a pedido da Pfizer em parceria com associações de pacientes oncológicos, entrevistou 1.740 pessoas em várias regiões do país. Entre as mulheres, 49% afirmam consultar o médico regularmente, mesmo sem queixas, enquanto 39% dos homens só buscam ajuda diante de sinais incômodos.
“O adoecer expõe fragilidades, e a ideia tradicional de masculinidade pode fazer com que os homens se distanciem dos serviços de saúde. Isso é ainda mais crítico quando se trata de órgãos ligados à identidade masculina, como a próstata”, comenta Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil, em comunicado.
A pesquisa também revelou que câncer é uma das maiores preocupações de saúde para ambos os sexos. Entre os homens, 54% destacam a doença como principal temor, e entre as mulheres, 62%. Apesar disso, quase metade dos homens (48%) desconhece que o câncer de próstata está entre as principais causas de morte masculina.
Mais da metade dos entrevistados (58%) já teve contato com a doença, seja como pacientes ou por conhecer familiares ou pessoas próximas que tenham o câncer, o que reforça a importância de ampliar o conhecimento sobre prevenção e diagnóstico precoce.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e é uma das quatro principais causas de morte antes dos 70 anos em diversos países. Por ser um problema cada vez mais comum, o quanto antes for identificado, maiores serão as chances de recuperação
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Por isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo dá. Apesar de alguns tumores não apresentarem sintomas, o câncer, muitas vezes, causa mudanças no organismo. Conheça alguns sinais que podem surgir na presença da doença
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A perda de peso sem nenhum motivo aparente pode ser um dos principais sintomas de diversos tipos de cânceres, tais como: no estômago, pulmão, pâncreas, etc.
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Mudanças persistentes na textura da pele, sem motivo aparente, também pode ser um alerta, especialmente se forem inchaços e caroços no seio, pescoço, virilha, testículos, axila e estômago
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A tosse persistente, apesar de ser um sintoma comum de diversas doenças, deve ser investigada caso continue por mais de quatro semanas. Se for acompanhada de falta de ar e de sangue, por exemplo, pode ser um indicativo da doença no pulmão
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Outro sinal característico da existência de um câncer é a modificação do aspecto de pintas. Mudanças no tamanho, cor e formato também devem ser investigadas, especialmente se descamarem, sangrarem ou apresentarem líquido retido
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A presença de sangue nas fezes ou na urina pode ser sinal de câncer nos rins, bexiga ou intestino. Além disso, dor e dificuldades na hora de urinar também devem ser investigados
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Dores sem motivo aparente e que durem mais de quatro semanas, de forma frequente ou intermitente, podem ser um sinal da existência de câncer. Isso porque alguns tumores podem pressionar ossos, nervos e outros órgãos, causando incômodos
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Azia forte, recorrente, que apresente dor e que, aparentemente, não passa, pode indicar vários tipos de doenças, como câncer de garganta ou estômago. Além disso, a dificuldade e a dor ao engolir também devem ser investigadas, pois podem ser sinal da doença no esôfago
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Fatores de risco pouco conhecidos
O levantamento mostrou que o conhecimento sobre fatores de risco continua limitado. Apenas 37% das mulheres e 32% dos homens associam obesidade ao risco de câncer de mama, e 40% dos homens reconhecem a obesidade como fator de risco para câncer de próstata. O consumo de álcool e o tabagismo também são subestimados.
“O desconhecimento sobre os fatores de risco faz parte do medo do câncer. A falsa percepção de que ter câncer de mama depende apenas da herança genética pode desestimular hábitos saudáveis, como controle de peso e redução do álcool”, afirma Camilla Natal de Gaspari, líder médica de oncologia da Pfizer Brasil.
O levantamento ainda indica que apenas 15% dos homens sabem que negros têm maior risco de câncer de próstata, e 29% reconhecem que a idade avançada aumenta significativamente a probabilidade de desenvolver a doença.
Apesar dessas lacunas de informação, a maioria dos entrevistados demonstra otimismo em relação ao tratamento. 65% das mulheres e 58% dos homens acreditam que o câncer de próstata pode ser curado na maioria dos casos quando detectado precocemente.
Mulheres centralizam cuidados de saúde
O estudo destacou também a feminização do cuidado familiar. Entre os entrevistados, 72% das mulheres assumem a responsabilidade pela saúde da família, contra 41% dos homens. O padrão se mantém em todas as idades, com mães sendo apontadas como principais cuidadoras pelos jovens entre 18 e 24 anos.
Além disso, a pesquisa identificou diferenças regionais no cumprimento de exames médicos. Em Recife, apenas 38% dos homens realizam todos os exames solicitados pelo médico, enquanto entre as mulheres esse percentual chega a 67%. Em Belém, 43% dos homens seguem todas as recomendações médicas, ante 54% das mulheres.
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