Rapper gera forte rejeição nas redes sociais e entre fãs ao alinhar-se publicamente com pautas de direita e figuras políticas conservadoras.
Nicki Minaj enfrenta intensa rejeição após manifestar apoio a Donald Trump e participar de eventos conservadores, gerando debate entre fãs e artistas.
RIO DE JANEIRO, RJ – A renomada rapper Nicki Minaj, de 43 anos, tem enfrentado uma onda de críticas e forte rejeição nas redes sociais após manifestações públicas de simpatia ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a temas ligados ao conservadorismo. A controvérsia ganhou força significativa após sua participação em um evento do Turning Point USA, um grupo com atuação proeminente à direita do espectro político.
No evento, realizado neste domingo (21), Minaj elogiou Trump e o vice-presidente JD Vance, destacando-os como líderes capazes de se conectar com “gente comum”.
A polêmica se intensificou com aparições públicas da rapper ao lado de Erika Kirk, viúva do ativista Charlie Kirk. Essas imagens solidificaram a percepção de um alinhamento político mais explícito, acirrando ainda mais o debate sobre o posicionamento da estrela do rap e gerando questionamentos sobre a coerência de sua postura com sua trajetória artística.
Reação dos Fãs e da Indústria Musical
Entre os fãs, o impacto foi imediato e divisivo. Uma parcela significativa do público anunciou boicotes, deixou de segui-la nas redes sociais e passou a questionar a consistência entre sua atual postura e a carreira construída ao longo dos anos.
Por muito tempo, Nicki Minaj esteve associada a pautas de diversidade, à comunidade LGBTQIA+ e a discussões raciais, o que tornou essa mudança de posicionamento particularmente sensível e difícil de aceitar para muitos de seus antigos apoiadores.
O desgaste aumentou ainda mais após declarações e publicações nas redes sociais que foram interpretadas como transfóbicas, reacendendo antigas críticas à artista. A polêmica também provocou reações de outros nomes da indústria musical.
A cantora Kim Petras publicou mensagens em defesa de crianças trans logo após o assunto ganhar repercussão, em um gesto amplamente lido como uma indireta à rapper. Tammy Rivera questionou a presença de Minaj em eventos conservadores, enquanto o comediante D.L.
Hughley apontou incoerências entre o discurso atual da cantora e sua história no hip hop norte-americano.
Para analistas de cultura pop e especialistas em marcas de celebridades, o episódio ilustra os riscos de uma guinada política tão acentuada em um cenário global marcado pela polarização intensa. A avaliação geral é que tal movimento pode, de fato, afastar uma parte substancial da base de fãs da artista e impactar negativamente suas relações profissionais e oportunidades futuras.
Jeetendr Sehdev, especialista em marcas de celebridades, comentou à AFP que “Nicki Minaj sempre foi vista como uma figura de domínio e independência, alguém que não se explica para ninguém. Aproximar-se do universo de Donald Trump não é só sobre política, mas sobre afirmar autonomia, resistir ao cancelamento e defender liberdade de expressão.” A complexidade da situação reflete as tensões crescentes entre a arte, a política e a identidade pública na era digital.