O grupo de elite militar “Night Stalkers” dos Estados Unidos foi visto fazendo treinamentos no Caribe a menos de 150 km da costa venezuelana. A tropa, conhecida pela participação na operação que matou Osama Bin Laden, em 2011, foi identificada no início de outubro por meio de imagens divulgadas nas redes sociais, conforme reportou o jornal americano “Washington Post”.
A presença desta força especial americana nas proximidades da Venezuela acontece em um momento de aumento nas tensões entre os dois países. O esquadrão, oficialmente denominado 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais (SOAR), é especializado em missões de alta complexidade.
O “Washington Post” identificou, através de análise de imagens de satélite, o que parecia ser o navio MV Ocean Trader, utilizado pelo grupo como base flutuante durante operações, em uma área ao nordeste de Trinidad e Tobago, no Caribe. As aeronaves foram vistas sobrevoando o mar do Caribe, próximo a plataformas de petróleo e gás.
Os “Night Stalkers”, ou “Caçadores da Noite” em português, surgiram na década de 1980 com foco em operações noturnas complexas. A unidade ganhou maior destaque a partir de 2001, quando passou a participar ativamente da Guerra ao Terror após os ataques de 11 de setembro.
O esquadrão opera diferentes tipos de aeronaves, incluindo helicópteros pesados como o MH-60 Black Hawk e o MH-47 Chinook, além de modelos mais leves como o MH-6 e o AH-6 Little Bird. O grupo também possui uma divisão especializada em drones para reconhecimento e inteligência.
O autor do livro “The Night Stalkers”, Steven Hartov, destacou que, “Sinceramente, acho que essas pessoas são os melhores pilotos de helicóptero do mundo… Eles são os pilotos de Fórmula 1 da aviação”.
Durante seus 40 anos de existência, os “Night Stalkers” participaram de inúmeras missões de alto risco para os EUA. A operação que resultou na morte de Bin Laden no Paquistão em 2011 é considerada um marco na história do grupo.
A movimentação dos “Night Stalkers” coincide com a recente classificação de Nicolás Maduro como “narcoterrorista” pelo governo Trump. Um mês antes, o Departamento de Justiça dos EUA ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levassem à prisão do presidente venezuelano. Em 15 de outubro, Trump declarou estar estudando a possibilidade de realizar ataques terrestres contra cartéis de drogas venezuelanos.
Na quarta-feira (22), o “Washington Post” revelou que os Estados Unidos preparam uma escalada nas ações na costa da Venezuela que podem resultar na remoção de Maduro do poder. Trump já admitiu ter autorizado operações da CIA na Venezuela, informação revelada primeiro pelo jornal “The New York Times”, que mencionou “operações letais” como possibilidade.
O “Post” informou que fontes do jornal tiveram acesso a um documento confidencial no qual o presidente norte-americano autoriza ações secretas e solicita “ações agressivas contra o governo venezuelano”. Segundo a reportagem, “O documento não ordena explicitamente que a CIA derrube Maduro, mas autoriza medidas que podem levar a esse resultado”.

