A oftalmologia enfrenta um crescimento exponencial da demanda, impulsionado pelo envelhecimento populacional e pelo aumento de doenças crônicas como diabetes, que elevam os casos de Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e Edema Macular Diabético (EMD), patologias que podem levar à cegueira. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2050, metade da população global poderá ter miopia, adicionando mais pressão sobre os sistemas de saúde.
Diante desse cenário, a inovação em medicamentos surge como um caminho promissor. Segundo especialistas, medicações com maior durabilidade podem reduzir a frequência de consultas, proporcionando mais conforto ao paciente e desafogando as clínicas. Um exemplo é o faricimabe, um lançamento recente, que promete aumentar os intervalos entre os tratamentos.
A inteligência artificial (IA) também surge como ferramenta transformadora, com potencial para acelerar a tomada de decisões clínicas. A IA pode auxiliar na interpretação de imagens diagnósticas, permitindo que os oftalmologistas façam escolhas mais rápidas e embasadas.
O futuro do cuidado oftalmológico aponta para a personalização, com o uso de moléculas biespecíficas ou terapias combinadas para abordar diferentes aspectos da doença simultaneamente. O objetivo é combinar a parte diagnóstica com as ferramentas e medicamentos disponíveis, encontrando a medicina certa para cada paciente, tal como já ocorre na oncologia.
Para otimizar o cuidado, é fundamental promover a colaboração entre diferentes especialidades médicas. A integração entre endocrinologistas e oftalmologistas, por exemplo, permite que o tratamento do diabetes e o cuidado com os olhos sejam coordenados, resultando em melhores resultados para os pacientes.
O Brasil desponta como um centro de pesquisa importante, devido à sua diversidade populacional. A geração de dados sobre medicamentos aplicados a diferentes origens genéticas e étnicas é crucial, tornando o país um parceiro estratégico em pesquisas clínicas. Além disso, o incentivo a redes de pesquisa para dados de mundo real pode fortalecer a posição da oftalmologia brasileira no cenário internacional.