Encerrados os encontros que reuniram agentes e delegados da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nessa quarta-feira (3/9), para falar sobre aumento salarial aos servidores, o sentimento da categoria ainda é de esperança, e o desejo de lutar por melhorias segue vivo. Os sindicatos dos Policiais Civis (Sinpol) e dos Delegados de Polícia Civil (Sindepo) do Distrito Federal realizaram assembleias que, somadas, reuniram mais de 1,3 mil servidores da corporação.
As reuniões ocorreram para discutir a proposta do governo federal de reajustar em 18,9% o salário dos policiais e delegados. O valor é distante do pretendido pela categoria, que pede paridade salarial em relação aos servidores da Polícia Federal (PF).
Sinpol-DF fez assembleia no Teatro Unip, na 913 Sul
Matheus Veloso/Sinpol-DF
Já o Sindepo-DF se reuniu na sede da entidade, no Setor de Clubes Sul
Divulgação
Sindicatos vêm juntando os policiais civis e delegados de polícia civil do DF ao longo dos últimos meses
Divulgação/Sinpol-DF
Grupo segue esperançoso por acordo
Divulgação/Sinpol-DF
O presidente do Sinpol-DF, Enoque Venancio de Freitas, considera a proposta de 18% um avanço, mas ainda insuficiente para a categoria. “Reajuste não se rejeita, mas não vamos abrir mão da justiça salarial”.
“Confiamos que o presidente Lula terá a sensibilidade de corrigir uma distorção que já dura quase uma década e devolverá a nossa paridade com a Polícia Federal, que é um pleito histórico”, declarou Freitas.
Para o presidente do Sinpol-DF, a assembleia dessa quarta-feira (3/9) teve grande importância. “Foi uma demonstração de força da nossa categoria. A diretoria espera que todos sigam firmes e unidos, pois só assim vamos conquistar o que é justo”, pede Freitas. “Tenho confiança de que alcançaremos a nossa devida valorização.”
A expectativa do Sindepo é semelhante, como conta a presidente da entidade, Claudia Alcântara. “A decisão foi unânime para rejeitar a proposta apresentada e dar continuidade às negociações”.
Os próximos passos para as categorias preveem novas reuniões com o Executivo local e com o governo federal. “Precisamos do apoio dos nossos parlamentares e queremos contar com eles para que possamos, ao final, sair vencedores nessa luta”, encerrou Cláudia.
Parlamentares
Os deputados federais Rafael Prudente (MDB) e Erika Kokay (PT-DF), o distrital Wellington Luiz (MDB) e a senadora Leila Barros (PDT-DF) acompanharam as duas assembleias. Kokay prometeu buscar contato junto ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que representa a União nas negociações, para que uma nova agenda seja marcada até a próxima sexta-feira (5/9).
Diferença salarial entre PCDF e PF
A PCDF aponta ao governo federal a discrepância entre os valores das remunerações das corporações. O cargo de delegado/perito especial da Polícia Civil da primeira classe, por exemplo, recebe R$ 7 mil a menos que um da Polícia Federal, sendo a maior diferença entre os servidores da mesma ocupação.
No dia 22 de agosto, o governo federal ofereceu um reajuste de 18%, que seria pago em duas parcelas: uma em 2025 e outra em 2026. O percentual é considerado insuficiente por policiais civis.
“Quero que dê certo”
Ibaneis encaminhou a Lula, nesta quarta-feira (3/9), um ofício no qual reitera o pedido enviado em fevereiro deste ano para concessão do reajuste salarial às forças de segurança do DF.
“Dessa forma, com o objetivo de dar andamento à questão, promovendo a justa e necessária recomposição salarial das forças de segurança pública da capital federal, reitero a vossa excelência o pedido para que seja encaminhada ao Congresso Nacional proposta legislativa nos prazos e percentuais originariamente solicitados pelo Governo do Distrito Federal, os quais podem ser suportados com recursos do Fundo Constitucional”, afirmou o governador.
O Governo do Distrito Federal (GDF) sugeriu ao Palácio do Planalto aumento salarial para policiais civis e militar que varia de acordo com o cargo e chega a 44% sobre a remuneração bruta. O reajuste garantiria a isonomia com a Polícia Federal, reivindicada pelos profissionais.
Durante agenda no Lago Sul, no último dia 25, Ibaneis declarou que vai buscar uma reunião presencial com Lula se for necessário.
“Quando o Wellington Luiz [presidente da CLDF] me disse que precisava se reunir com a esquerda para tratar da equiparação da remuneração das corporações ao da Polícia Federal, eu disse que quero que dê certo. Só lhe pedi uma coisa, para não ter que ir lá pedir ao presidente Lula. Mas se for para beneficiar as nossas forças de segurança, até para isso vocês podem contar comigo”, comentou o governador, no fim de agosto.