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Pesquisadora da Unicamp criou tecnologia que inspirou Grey’s Anatomy

A caneta que detecta câncer, que ficou conhecida após ter aparecido em Grey’s Anatomy, é, na verdade, criação da cientista brasileira Lívia Schiavinato Eberlin, formada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo. Chamada MacSpec Pen System, a ferramenta está sendo testada pela primeira vez no Brasil.

Os testes estão sendo conduzidos por pesquisadores do Hospital Albert Einstein, na capital paulista, em parceria com a startup de Lívia, a MS Pen Technologies, e a empresa Thermo Fisher Scientific, proprietária do espectrômetro de massas de alta resolução ao qual a caneta é acoplada.

No seriado norte-americano, a caneta surge como uma ideia de Richard Webber, um cirurgião-geral, na 14ª temporada. Ele desenvolve a ferramenta para o “Concurso de Inovação Cirúrgica Grey Sloan”.

Caneta que detecta câncer em tempo real é testada no Brasil

O estudo clínico terá duração de 24 meses e incluirá 60 pacientes oncológicos, sendo 30 com câncer de pulmão e 30 com câncer de tireoide. Esses tumores foram selecionados com base na acessibilidade cirúrgica, complexidade diagnóstica intraoperatória e a maturidade do algoritmo para identificação destes tumores.

Caneta que detecta câncer

O dispositivo portátil em formato de caneta “lê” a assinatura molecular dos tecidos e indica se são cancerígenos ou saudáveis. Ela tem como principal objetivo certificar, durante uma cirurgia oncológica, que todo o tecido tumoral foi removido do corpo do paciente, já que nem sempre é possível visualizar a olho nu o limite entre a lesão cancerosa e o tecido saudável.

Durante o procedimento, o cirurgião toca a ponta da caneta no tecido que será analisado. O dispositivo libera uma gota de água estéril para coletar moléculas da superfície e, em seguida, as aspira para análise imediata no espectrômetro de massas da Thermo Fisher. Com uso de inteligência artificial, o sistema compara o perfil molecular com um banco de dados e entrega o diagnóstico em até 90 segundos.

A tecnologia já foi aplicada em procedimentos envolvendo tumores de mama, cérebro, ovário e próstata, a abordagem demonstrou resultados consistentes. No Brasil, o objetivo é adaptar o uso à realidade local, avaliando a eficácia diagnóstica em cânceres de pulmão e tireoide, de acordo com o hospital.

Quem é a cientista

Formada em Química pela Unicamp, Livia Eberlin é chefe de um laboratório de pesquisa da Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos. Ela concluiu a graduação no Brasil em 2007 e se mudou para o exterior em 2008.

Foi no Texas que ela iniciou os estudos da caneta que é capaz de extrair moléculas de tecido humano e apontar, no material analisado, a presença de células cancerosas.

A caneta que detecta câncer é criação da cientista brasileira Lívia Schiavinato Eberlin, formada na Unicamp

A pesquisadora se mudou para os EUA para fazer doutorado e, lá, ganhou destaque na comunidade científica ao ser uma das personalidades selecionadas em 2018 para receber a renomada bolsa da Fundação MacArthur, conhecida como “bolsa dos gênios”, e destinada a profissionais com atuação destacada e criativa em sua área.

Convite para aparecer em Grey’s Anatomy

Em seu Instagram, Lívia publicou um vídeo contando como recebeu o convite para ter a caneta representada na série. Segundo ela, “foi algo completamente inesperado”.

A pesquisadora estava de licença maternidade quando recebeu um e-mail – de alguém que não conhecia – falando que os produtores do seriado estavam interessados em apresentar a ferramenta no programa e perguntando se ela teria interesse em falar com eles.

“Eu resolvi aceitar e eu achei: ‘bom, vou conversar com essa pessoa [que enviou o e-mail]’. Entrei na ligação e eles falaram: ‘a gente está aqui, os produtores e os atores, em uma sala de reunião, para entender como funciona a tecnologia’”, contou.

Após a reunião, ela não teve notícias durante seis meses. Até que, de repente, recebeu outro e-mail da pessoa que havia a procurado no primeiro momento, avisando que a caneta apareceria no episódio do dia seguinte.

“Juntei o meu grupo de pesquisa na minha casa, comprei comida e fizemos uma festinha para a gente assistir a caneta no episódio. Foi muito engraçado porque, nesse primeiro momento, eles mostram a caneta por 3 segundos”, brincou. A ferramenta é citada várias vezes ao longo da temporada.

Fonte: Metropole

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