Unidade P-78 no Campo de Búzios reforça produção de petróleo e gás, em meio à greve de petroleiros.
A ANP autorizou a Petrobras a operar a P-78, nova plataforma no pré-sal de Búzios, aumentando a produção em meio à greve de petroleiros.
A Petrobras recebeu autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para iniciar as operações da plataforma P-78, reforçando sua capacidade de produção no pré-sal brasileiro. A P-78, uma unidade flutuante de produção, armazenagem e transferência (FPSO), está localizada no Campo de Búzios, na Bacia de Santos, a cerca de 180 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.
A autorização foi concedida após rigorosa análise documental e atendimento às condicionantes de segurança operacional, além da aprovação do projeto e dos sistemas de medição pela agência reguladora.
A P-78 é uma adição estratégica para a Petrobras, com capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo por dia (bpd) e processar 7,2 milhões de metros cúbicos diários (Sm³/d) de gás natural. A unidade foi projetada para enviar 3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia ao mercado consumidor brasileiro, contribuindo significativamente para o abastecimento energético do país. Além disso, a plataforma incorpora um sistema de flare fechado, que minimiza as emissões de poluentes pela queima de gás natural, demonstrando um compromisso com práticas mais sustentáveis.
Expansão no Campo de Búzios e Contexto da Greve
O casco da P-78 foi construído em estaleiros na China e Coreia do Sul, com a montagem dos módulos realizada em Singapura, incluindo um módulo fabricado no estaleiro da Seatrium (antigo Brasfels), em Angra dos Reis. Com sua entrada em operação, a P-78 se torna a sétima plataforma a produzir no Campo de Búzios, o maior campo em águas profundas do mundo, que já atingiu recordes de produção, sendo o de maior produção do país.
A autorização para a P-78 ocorre em um momento em que a Petrobras enfrenta uma greve nacional de petroleiros, que completou oito dias. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) tem liderado o movimento, apresentando uma série de reivindicações que incluem melhorias no plano de cargos e salários, soluções para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros (o fundo de pensão da categoria), e a defesa da pauta “Brasil Soberano”, que visa manter a Petrobras como empresa pública e fortalecer seu modelo de negócios.
No domingo, a Petrobras apresentou uma contraproposta que a FUP considerou ter “avanços significativos” nos três eixos da campanha reivindicatória. No entanto, a categoria ainda exige outras condições, como a garantia de que não haverá descontos pelos dias parados durante a greve nem punições aos grevistas.
A adesão ao movimento tem sido expressiva, com paralisações em nove refinarias, 28 plataformas de produção marítima, 16 terminais operacionais, quatro termelétricas, duas usinas de biodiesel e dez instalações terrestres operacionais, segundo a FUP.