O cenário político em Verdejante, no Sertão de Pernambuco, tem sido marcado por rompimentos e por uma postura cada vez mais autoritária do prefeito Xicão Tavares (PSD). Após desfazer alianças com o presidente da Câmara, Edilânio Carvalho, e com o vereador Felipe do Angico Torto, o gestor voltou a perder importantes aliados: o ex-vice-prefeito e empresário Wilson Pizza e o ex-vereador João de Santinha.
Assim como nas situações anteriores, o afastamento aconteceu de forma pública — por meio das redes sociais e blogs da região — sem diálogo, aviso ou tentativa de reconciliação. A atitude do prefeito tem sido vista como mais um reflexo de sua dificuldade de articulação política, já que os quatro nomes rompidos com ele somam quase 2 mil votos, o que representa uma expressiva perda de capital político local.
O motivo do novo rompimento está ligado à declaração de apoio dos irmãos Wilson e João ao deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos), feita no último sábado (1º de novembro). Coutinho é reconhecido por ser o parlamentar que mais destinou emendas à cidade de Verdejante em toda a sua história. A reação do prefeito, entretanto, foi imediata e negativa.
A contradição política de Xicão Tavares também tem chamado atenção. Apesar de ser filiado ao PSD, o mesmo partido da governadora Raquel Lyra, o gestor declarou apoio para deputado federal ao deputado Lucas Ramos (PSB) — legenda que tem como principal liderança o prefeito do Recife e pré-candidato ao Governo do Estado em 2026, João Campos, adversário direto de Raquel Lyra.
A situação levanta uma série de questionamentos: como pode o prefeito de Verdejante afirmar que apoia a governadora Raquel Lyra, mas trabalhar politicamente por um deputado ligado a seu principal adversário? E mais: será coerente apoiar um projeto de oposição ao da própria governadora do seu partido?
Enquanto o prefeito se complica em suas alianças, os aliados continuam se afastando. Além de Wilson Pizza e João de Santinha, já deixaram o grupo Edilânio Carvalho e Felipe do Angico Torto. E a pergunta que cresce nos bastidores é: Xicão Tavares romperá também com todos os vereadores que não seguirem seu candidato?
O caso é ainda mais delicado porque o vereador Zé Carlos vota com Fernando Filho (União Brasil), e o vereador Davi, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), dificilmente deixará de apoiar um deputado de seu próprio partido apenas para seguir a orientação do prefeito.
Com o avanço dos desencontros e contradições, cresce a percepção de que o prefeito Xicão Tavares está cada vez mais isolado politicamente, o que pode fragilizar sua base de apoio e comprometer o futuro do seu grupo nas eleições de 2026.

