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Quem é o campeão de jiu-jítsu suspeito de articular fraude no DF

Francisco Grisolia Santoro (foto em destaque), conhecido no tatame e nas redes sociais como Kiko Santoro, é um nome respeitado no jiu-jítsu. Faixa preta, ex-subsecretário do Governo do Distrito Federal e atual presidente da Federação Brasiliense de Jiu-Jítsu Desportivo (FBJJD), ele se apresenta como campeão mundial pela International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF) e detentor de dezenas de títulos nacionais e internacionais: 7x Grand Slam Abu Dhabi, 4x Sul-Americano, 3x Brasileiro e mais de 30 conquistas no Centro-Oeste e no DF.

Mas fora do circuito esportivo, o lutador é apontado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) como o principal articulador de um esquema de corrupção desvendado pela Operação Armlock, que nesta quinta-feira (11/9) cumpriu 22 mandados de busca e apreensão no DF e em Goiás.

De acordo com as apurações, a Associação Centro-Oeste de Jiu-Jítsu (COJJ) teria funcionado como fachada para captar recursos públicos destinados à Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF). O dinheiro seria repassado para a realização de eventos privados da FBJJD ou apropriado por integrantes da organização.

Empresas ligadas ao grupo teriam emitido orçamentos falsos e notas fiscais superfaturadas, inflando artificialmente os valores cobrados e simulando despesas que, em muitos casos, não correspondiam a serviços prestados. O excedente, segundo o MP, era repartido entre servidores públicos, empresários e dirigentes esportivos.

A investigação também aponta que servidores da própria Secretaria de Esporte teriam autorizado e acompanhado os processos administrativos, permitindo o trânsito de recursos até sua destinação final.

No centro do esquema estaria Kiko Santoro, que, além do prestígio no esporte, ocupava cargos no GDF. Ele teria contado com apoio da então secretária de Esporte, Giselle Ferreira de Oliveira, hoje titular da Secretaria da Mulher, acusada de validar expedientes fraudulentos e contornar entraves legais.

Outro investigado é o ex-deputado distrital Reginaldo Rocha Sardinha, que teria destinado emendas parlamentares a projetos vinculados à COJJ em troca de percentuais dos valores liberados.

A segunda fase da Operação Armlock foi conduzida pela Vice-Procuradoria-Geral de Justiça e pelo Gaeco, com apoio do Departamento de Combate à Corrupção (DECOR), da Corregedoria da Polícia Civil e do Gaeco de Goiás. O grupo é investigado pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em procedimentos administrativos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O que dizem os citados
Em nota, Giselle Ferreira declarou ter “total confiança na lisura e integridade de todos os processos administrativos conduzidos” em sua gestão e reforçou o compromisso com a transparência. A Secretaria de Esporte informou que acompanha o trabalho das autoridades e reafirmou a adoção de medidas de governança e controle para garantir o correto uso dos recursos.

A coluna entrou em contato com Santoro e os demais investigados, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Fonte: Metropole

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