A saúde global está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela inovação digital. Um relatório recente, divulgado em 14 de julho, revelou dados impressionantes sobre essa mudança. Atualmente, cerca de 23,3% da população mundial utiliza algum tipo de serviço digital de saúde, com mais de 122 milhões de pessoas recorrendo a consultas online.
O estudo também projetou o valor desse mercado, estimando que alcançou 349 bilhões de dólares em 2024, com potencial para quintuplicar até 2033. Essa mudança representa uma redefinição profunda dos sistemas de saúde em todo o mundo.
No Brasil, o processo de digitalização também está em andamento, com iniciativas visando modernizar tanto o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto o setor privado. Em 2020, o Ministério da Saúde lançou a “Estratégia de Saúde Digital para o Brasil”, que busca consolidar uma Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) até 2028. Inspirada no conceito de “open banking”, a RNDS pretende promover a interoperabilidade entre os sistemas de saúde, unificando os dados dos pacientes e tornando-os acessíveis em todo o território nacional.
A implementação da RNDS promete eliminar a necessidade de repetir históricos médicos em cada consulta, além de garantir o acesso imediato aos exames para profissionais de saúde autorizados. Essa integração evitará o desperdício de tempo e recursos, otimizando o atendimento ao paciente e aprimorando a tomada de decisões médicas. Países como Estônia e Finlândia, que já possuem prontuários eletrônicos interconectados e serviços digitais amplamente utilizados, servem como exemplos do potencial da saúde digital.
Além da interoperabilidade, a Inteligência Artificial (IA) desempenha um papel crucial, auxiliando no diagnóstico precoce de doenças, na análise de dados para identificar padrões epidemiológicos e no desenvolvimento de novos medicamentos.
A telemedicina, impulsionada pela pandemia, se consolidou como ferramenta para consultas e monitoramento remoto, superando barreiras geográficas e facilitando o acesso a especialistas. A “Internet das Coisas” (IoT) na saúde, através de dispositivos como relógios inteligentes, coleta dados vitais em tempo real, monitorando pacientes crônicos e permitindo intervenções preventivas. A análise desses dados pelo “Big Data” gera insights valiosos para aprimorar programas de saúde.
Aplicativos de saúde personalizados também facilitam o gerenciamento da saúde individual, desde o controle de medicamentos até o acompanhamento de metas de bem-estar. Clínicas inteligentes, com fluxos de atendimento otimizados e uso intensivo de tecnologia, oferecem uma experiência mais fluida e centrada no paciente. Esse ecossistema digital contribui para uma medicina mais preditiva, preventiva, personalizada e participativa.
A inovação digital impulsiona novos modelos de negócio e permite políticas públicas mais eficazes, garantindo a segurança dos dados, a equidade no acesso e a capacitação dos profissionais, democratizando a saúde e promovendo um direito universal.