Em um momento marcante durante o julgamento sobre racismo no Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia incorporou elementos da cultura e literatura afro-brasileira em seu discurso. A ministra recorreu à obra da escritora Carolina Maria de Jesus, trazendo à tona a dura realidade da vida nas favelas e a luta por dignidade.
Além disso, a fala de Cármen Lúcia incluiu uma referência à música do rapper Emicida, um dos nomes mais relevantes do cenário musical brasileiro contemporâneo, conhecido por suas letras que abordam questões sociais, raciais e políticas. A utilização da letra buscou ilustrar a persistência do racismo estrutural na sociedade brasileira e a necessidade urgente de combatê-lo.
A escolha da ministra em citar Emicida e Carolina Maria de Jesus demonstra uma sensibilidade com as questões raciais e um reconhecimento da importância da voz de artistas e escritores negros no debate público. A iniciativa visa dar visibilidade à experiência negra no Brasil e fortalecer o argumento de que o racismo é um problema complexo e multifacetado, que exige uma abordagem abrangente e comprometida.
A estratégia da ministra Cármen Lúcia evidencia uma tentativa de conectar o debate jurídico sobre racismo com a realidade vivida por milhões de brasileiros, utilizando a arte e a literatura como ferramentas para ampliar a compreensão e o impacto do julgamento no STF. A repercussão da fala da ministra demonstra a relevância da discussão sobre racismo no país e a necessidade de medidas efetivas para promover a igualdade racial.

