A Ferrovia Transnordestina, projeto emblemático para o Nordeste, teve um novo capítulo com a autorização para publicação do edital do lote SPS 04. A solenidade, realizada por videoconferência, marcou o início da elaboração do projeto executivo de engenharia e execução das obras remanescentes de infraestrutura entre os quilômetros 178,9 e 252,2, abrangendo 73,3 quilômetros nos municípios de Custódia, Sertânia, Buíque e Arcoverde, no Sertão de Pernambuco.
A publicação do edital é um passo, mas a conclusão do processo pode se estender até o início de 2026. O Ministro Renan Filho prometeu o lançamento de mais dois lotes no primeiro semestre, dependendo da articulação para que a Infra S.A. conclua a documentação e que o orçamento de 2026 aloque recursos no Novo PAC. A liberação dos recursos, mesmo estando na LOA 2026, dependerá da decisão do Ministro Rui Costa.
A viabilização da chegada da ferrovia a Suape, em Pernambuco, depende crucialmente da atuação da bancada pernambucana no Congresso, buscando verbas adicionais ao Novo PAC. Atualmente, essa articulação parece incipiente entre os 25 deputados do estado.
A capacidade da governadora Raquel Lyra em mobilizar a bancada, os interesses dos deputados em suas reeleições e a falta de percepção do projeto como um “Suape do Século XXI” para Pernambuco são fatores que podem estar influenciando essa falta de ação coordenada.
A experiência do Ceará, que aprovou a lei 4.096/24 para direcionar R$ 3,6 bilhões para a Transnordestina Logística S.A. (TLSA), demonstra a importância da articulação política para garantir recursos para a obra, mesmo que isso signifique transferir verbas para uma empresa privada já beneficiada anteriormente.
Para que a Transnordestina chegue a Suape até 2030, é fundamental que a governadora e a bancada pernambucana assumam o projeto como prioridade, buscando recursos além do Novo PAC e transformando-o em um projeto de estado. Resta saber se os parlamentares estão dispostos a subscrever emendas conjuntas e redirecionar parte de suas emendas para a obra, e se o governo de Pernambuco está disposto a se tornar sócio do projeto.

