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“Um Querendo a Vaga do Outro”: Câmara de Serra Talhada rejeita contas de Luciano Duque e escancara jogo político

Mesmo com parecer técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) recomendando a aprovação das contas do ex-prefeito Luciano Duque, referentes ao exercício de 2019, a Câmara de Vereadores de Serra Talhada optou por rejeitá-las, em uma votação marcada por tensões, protestos populares e sinais claros de disputa política interna.

O resultado contrariou o entendimento do principal órgão técnico de controle das contas públicas de Pernambuco, e foi interpretado por aliados de Duque como um movimento político articulado pelo grupo da atual prefeita Márcia Conrado, que, apesar de ter sido criada politicamente por Duque, hoje trava com ele uma silenciosa e crescente disputa por espaço no cenário estadual.

Jogo político

Nos bastidores, o episódio é lido como uma tentativa de inviabilizar politicamente Luciano Duque, que atualmente ocupa o cargo de deputado estadual e se prepara para disputar a reeleição. A rejeição de suas contas pode se transformar em arma jurídica para torná-lo inelegível.

Márcia Conrado, por sua vez, é apontada como articuladora da ofensiva na Câmara, com o objetivo de abrir caminho para seu esposo, o dentista Breno Araújo, que é pré-candidato a deputado estadual e disputaria justamente a vaga de Duque na Assembleia Legislativa.

A base governista na Câmara seguiu esse roteiro com precisão: 13 vereadores votaram pela rejeição das contas, enquanto apenas 4 mantiveram a orientação do TCE e defenderam a aprovação.

Votação tensa e protestos

A sessão foi marcada por forte mobilização popular. Camisetas pedindo a aprovação das contas foram distribuídas e o plenário ficou lotado. O presidente da Casa, Manoel Enfermeiro, precisou intervir diversas vezes para conter os ânimos da plateia, revoltada com a decisão dos parlamentares da base da prefeita.

Antes da votação, o próprio Luciano Duque subiu à tribuna para defender sua gestão e pedir isenção dos vereadores. Ao seu lado, estavam o pai, o empresário João Duque, o filho e presidente do IPA, Miguel Duque, o irmão Murilo Duque e a esposa, Karina Rodrigues — um gesto simbólico para pressionar moralmente os parlamentares.

“Cada serra-talhadense está acompanhando essa votação. Não acredito que decisões alheias ao interesse público se sobreponham à ética e à moralidade”, disse Duque.

Acusações de perseguição

Os vereadores de oposição Antônio de Antenor e Lindomar Diniz classificaram a votação como perseguição política explícita, lembrando que a prefeita possui ampla maioria na Casa Legislativa e que o resultado já era esperado.

Como votaram os vereadores

Votaram pela aprovação das contas:
• Antônio de Antenor
• Lindomar Diniz
• China Menezes
• Clénio de Agenor

Votaram pela reprovação:
• Alice Conrado
• Antônio Rodrigues
• André Maio
• Pinheiro de São Miguel
• Julliard Mendes
• Gin Oliveira
• Jaime Inácio
• Zé Raimundo
• Ronaldo de Deja
• Rosimério de Cuca
• Tércio Ciqueira
• Manoel Enfermeiro

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