O youtuber Wilker Leão foi condenado pela Justiça do Distrito Federal a dois anos e três meses de detenção, em regime aberto, por injúria e difamação contra um professor da Universidade de Brasília (UnB). A pena foi convertida em pagamento de duas prestações pecuniárias de 15 salários mínimos — uma destinada ao professor ofendido e outra a uma instituição social — além de multa e custas processuais.
A decisão da 1ª Vara Criminal de Brasília foi motivada pela divulgação, sem autorização, de vídeos gravados em sala de aula, nos quais Leão expunha o docente com comentários depreciativos. Em seus canais nas redes sociais, o youtuber se referia ao professor como “doutrinador”, em tom pejorativo, e incitava seus seguidores a criticar supostas “ideologias de esquerda” presentes no ambiente acadêmico.
De acordo com a sentença, proferida pela juíza Ana Claudia Loiola de Morais Mendes, embora não exista uma vedação expressa à gravação de aulas, a divulgação com “intenção difamatória” representa abuso de direito e afronta à honra alheia. A magistrada considerou que o conteúdo dos vídeos ia além da crítica legítima e configurava ataques pessoais.
Wilker Leão já havia sido alvo de medidas disciplinares da universidade. Em dezembro de 2024, ele foi suspenso por 60 dias após interromper aulas e filmar professores sem consentimento. A punição foi reiterada em março e novamente em junho de 2025, diante da reincidência e do impacto negativo sobre a comunidade acadêmica.
Em resposta à polêmica, a UnB aprovou, em abril deste ano, uma nova regulamentação exigindo autorização prévia dos docentes para qualquer gravação em sala de aula. A medida visa preservar o ambiente universitário e coibir a exposição indevida de professores e alunos.
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