O Brasil se prepara para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 30) em Belém, de 10 a 21 de novembro. O evento, que reunirá cerca de 50 mil pessoas, incluindo representantes de governos, diplomatas, cientistas, ativistas, ONGs, setor privado e imprensa, tem como objetivo principal a revisão e o estabelecimento de novos compromissos em torno da agenda climática global.
A conferência foi precedida pela Cúpula de Líderes, com a presença do Presidente da República e do Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que destacou a oportunidade de apresentar ao mundo o compromisso do Brasil com a preservação ambiental.
A COP 30 dá continuidade às discussões iniciadas na Eco-92 (Rio-92), onde a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) foi criada. Trinta anos depois, temas como a redução de emissões de gases de efeito estufa, a adaptação às mudanças climáticas, o financiamento climático para países em desenvolvimento e a justiça climática estarão no centro das negociações.
O Presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, Fabiano Contarato, ressaltou a importância da cooperação entre os países para superar a crise climática, destacando a oportunidade do Brasil liderar pelo exemplo, promovendo o diálogo e a construção de pontes entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento.
A senadora Leila Barros, presidente da Subcomissão COP 30, vê na conferência uma oportunidade para o Parlamento brasileiro se aprofundar nas discussões sobre a emergência climática e contribuir para o aprimoramento das políticas públicas nacionais. Ela pretende defender a criação de uma “Constituency Parlamentar” para as próximas COPs, visando fortalecer a cooperação legislativa global.
Para o senador Zequinha Marinho, a COP deve deixar como legado uma melhor qualidade de vida para a população da região amazônica, com projetos que promovam o desenvolvimento e reduzam as desigualdades regionais.
As negociações entre os países frequentemente expõem divergências entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. O Acordo de Paris (COP 21), onde os países se comprometeram a limitar o aquecimento global a menos de 2ºC em relação aos níveis industriais, ainda é considerado a maior conquista das COPs.
Em 2025, ano de atualização das NDCs (contribuições nacionalmente determinadas), dados recentes apontam para uma queda de 16,7% nas emissões brutas de gases de efeito estufa no Brasil em 2024. A atual NDC brasileira inclui a redução das emissões em 53% até 2030 e a neutralidade climática até 2050.
Laís Sacramento, consultora legislativa do Senado, destaca a NDC arrojada do Brasil como uma oportunidade de projeção e liderança na redução de emissões, o que fortalece o país nas negociações.
Durante a COP 30, o Senado Federal participará de eventos como a apresentação de um painel sobre sustentabilidade, inclusão e responsabilidade social, e um encontro da União Interparlamentar (UIP) para discutir governança climática global. O Conselho Editorial do Senado Federal (Cedit) também lançará obras que valorizam as vozes amazônicas e o debate sobre meio ambiente, cultura e sustentabilidade.
