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Biópsia Líquida: Rastreamento do Câncer Ganha Novo Aliado Promissor

A biópsia líquida emerge como uma ferramenta promissora na oncologia de precisão, com potencial para revolucionar a detecção e o tratamento do câncer. Já consolidada no monitoramento de doenças metastáticas, a técnica agora vislumbra aplicações preventivas, impulsionada por avanços tecnológicos significativos.

Um estudo apresentado na ASCO 2025 destacou os benefícios do monitoramento de pacientes com câncer de mama através da biópsia líquida. Atualmente, o mercado global desta tecnologia ultrapassa os US$11 bilhões. Segundo especialistas, a biópsia líquida tem o potencial de transformar o processo diagnóstico em oncologia.

A biópsia líquida engloba exames realizados a partir de amostras de sangue, saliva, urina e outros fluidos corporais. Através dela, é possível identificar fragmentos de DNA tumoral circulante (ctDNA) e mutações específicas em células tumorais. Embora a técnica não seja nova, os avanços tecnológicos recentes permitiram o desenvolvimento de testes com maior sensibilidade e precisão.

Um dos principais avanços é a capacidade de detectar fragmentos de material genético (ctDNA), em vez de apenas células tumorais inteiras. Isso possibilita a identificação da doença residual mínima (MRD) em pacientes que já passaram por tratamento, auxiliando na quantificação da carga tumoral remanescente.

Após a cirurgia de remoção de um tumor, por exemplo, espera-se que as alterações moleculares características daquele tumor não estejam mais presentes no sangue do paciente. A biópsia líquida que analisa o MRD é realizada algumas semanas após a cirurgia. Se essas alterações moleculares forem encontradas, isso indica a possível presença de micrometástases em outras partes do corpo, permitindo a intensificação do tratamento pós-operatório.

Rastreamento Revolucionário

A biópsia líquida também se mostra promissora na identificação de mutações durante o tratamento de pacientes com câncer ativo, permitindo uma avaliação mais eficiente da resposta à terapia. Um estudo recente acompanhou pacientes com câncer de mama HER-2 negativo em tratamento padrão, identificando precocemente a resposta à terapia e proporcionando um ganho significativo na sobrevida livre de progressão da doença.

A técnica também apresenta potencial para o rastreamento do câncer, permitindo um diagnóstico mais rápido e preciso, com redução de custos associados a exames e tratamentos invasivos. Embora ainda não esteja disponível no Brasil, o rastreamento através da biópsia líquida já é uma realidade em outros países.

Desafios e Perspectivas

Apesar de promissora, a biópsia líquida enfrenta desafios como a inclusão em linhas de cuidado e o alto custo, que pode chegar a R$ 15 mil por teste. No entanto, especialistas defendem que o custo-benefício a longo prazo deve ser considerado.

Enquanto no Reino Unido a biópsia líquida já foi incorporada ao sistema de saúde para auxiliar no diagnóstico de câncer de pulmão, diversas questões ainda precisam ser respondidas, como a conduta a ser adotada ao se detectar alterações moleculares sugestivas de um diagnóstico precoce, sem que os exames de imagem consigam localizar o tumor. Também é preciso definir a idade ideal para o início do rastreamento e se jovens devem ser incluídos nessa política.

Apesar dos desafios, o otimismo em relação ao futuro da biópsia líquida é grande, com a expectativa de que essa tecnologia disruptiva possa facilitar o acesso ao diagnóstico e melhorar os resultados no tratamento do câncer.

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