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Glosas e Atrasos Abalam Finanças Hospitalares, Apontando Risco de Colapso

Hospitais brasileiros enfrentam uma crescente crise financeira, impulsionada pelo aumento das glosas e pelos longos prazos de pagamento. As glosas, que representam a parcela da receita hospitalar não paga devido a inconsistências nas contas médicas, têm demonstrado uma tendência de alta desde 2023.

Dados recentes indicam que os hospitais registraram uma média de 17% de glosas iniciais gerenciais no primeiro trimestre do ano. Este percentual reflete a tensão nas relações entre hospitais e operadoras de planos de saúde. Considerando que as despesas da saúde suplementar no primeiro trimestre atingiram R$ 92,9 bilhões, o montante potencial retido por glosas pode chegar a R$ 15,8 bilhões.

Apesar de uma parte das glosas ser revertida após negociações, uma parcela significativa permanece como perda para os hospitais. Soma-se a isso o elevado prazo médio de recebimento, que chega a 73,51 dias. A retenção de valores por longos períodos pode gerar ganhos financeiros para as operadoras, enquanto prejudica o fluxo de caixa dos hospitais.

Especialistas alertam que, sem medidas efetivas, como a intensificação do uso de tecnologia e a reforma da saúde suplementar, o sistema pode entrar em colapso. A automatização do ciclo da receita hospitalar surge como uma solução para otimizar processos, reduzir perdas e garantir a sustentabilidade das operações.

Exemplos práticos demonstram o impacto positivo da digitalização. Em Londrina, o Hospital do Câncer zerou o represamento de contas e economizou R$ 170 mil. Já o Hospital Evangélico expandiu sua capacidade com a abertura de 92 novos leitos, impulsionada pela eficiência na gestão de contas.

Outras instituições também relatam avanços significativos, como a redução de até 24% nos prazos de faturamento, 32% nos prazos de recebimento e a execução de recursos de glosa em menos de 10 dias. A digitalização do ciclo da receita, portanto, se consolida como uma estratégia essencial para a saúde financeira dos hospitais. A colaboração entre gestores, operadoras, fornecedores de tecnologia e órgãos reguladores é fundamental para implementar um sistema mais eficiente e sustentável.

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