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Saúde

Grávidas vacinadas contra a covid-19 imunizam os bebês?

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Em Israel, o estudo observacional reuniu 1.094 mulheres de oito hospitais do país. As amostras foram coletadas entre abril de 2020 e março de 2021 após o parto e divididas em três grupos

Uma pesquisa israelense, publicada na quinta-feira, 20, na revista científica Journal of Clinical Investigation, indicou a presença de anticorpos contra a covid-19 em bebês cujas mães foram vacinadas com a Pfizer/BioNTech. No Brasil, o primeiro caso de um bebê que herdou anticorpos da mãe, imunizada com a Coronavac, também repercutiu desde quarta-feira, 19. A notícia é positiva, mas imunologistas alertam que os resultados podem não garantir imunidade e que os anticorpos tendem a decair com o tempo.

Em Israel, o estudo observacional reuniu 1.094 mulheres de oito hospitais do país. As amostras foram coletadas entre abril de 2020 e março de 2021 após o parto e divididas em três grupos: (1) Participantes que receberam a vacina entre janeiro a março de 2021; (2) Participantes que não receberam a vacina e que tinham resultados PCR positivos para a covid-19; e (3) Participantes que não foram vacinadas nem tinham documentação sobre a infecção.

A sorologia de sangue do cordão umbilical demonstrou que a vacinação com a Pfizer/BionTech transmitiu uma “robusta resposta imunológica” para o feto, inclusive com a mesma concentração de anticorpos presentes na mãe. A proporção de anticorpos foi a mesma em comparação entre as mulheres que foram vacinadas e infectadas pelo coronavírus.

Anticorpos em gestantes

O caso brasileiro ocorreu na cidade de Tubarão, em Santa Catarina. Enrico nasceu em em 9 de abril e, um dia depois, foi submetido à coleta de sangue para o teste neutralizante do coronavírus. O exame indica se há a presença de anticorpos no organismo capazes de bloquear a ação viral. Resultados abaixo de 20% são considerados negativos, mas no caso de Enrico, o teste apontou 22% de neutralização.

Médica que atuava na linha de frente em um hospital da prefeitura de Tubarão, a mãe do bebê, Talita Menegali Izidoro, de 33 anos, recebeu a Coronavac em fevereiro, na 34ª semana de gestação. A decisão foi tomada junto com o obstetra, já que, na época, a imunização para gestantes só era recomendada sob acompanhamento. Como àquela altura o bebê já estava quase formado e seria uma vacina com vírus inativado – com efeitos colaterais mais brandos -, Talita não teve dúvidas.

“O Enrico veio para mostrar que a vacina funciona e que é o caminho”, diz. Segundo ela, que também é professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), o teste no filho foi feito para colaborar com pesquisas sobre os efeitos da vacinação em mulheres grávidas e para incentivar gestantes a se vacinarem.

Mãe e filho ainda serão acompanhados pelos próximos seis meses por um grupo de pesquisadores catarinenses. Novos testes serão feitos a cada trimestre, e o relato do caso deve ser publicado em uma revista científica internacional.

“O que nós vamos avaliar é se haverá o aumento dos anticorpos (no bebê) e se isso vai estar relacionado com a amamentação”, explica o farmacêutico bioquímico Daisson Trevisol, que é secretário municipal da saúde de Tubarão e integrante do núcleo que analisa o caso de Enrico no Centro de Pesquisas Clínicas da Unisul, onde é professor.

Em abril, outros estudos já haviam apontado que mães imunizadas contra a covid passam anticorpos para os bebês pelo leite materno. Uma análise feita pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), a partir de mais de 100 estudos clínicos, concluiu que os anticorpos poderiam prevenir a infecção ou reduzir a gravidade dos sintomas dos bebês.

O que já se sabe sobre anticorpos maternos em recém-nascidos?

Segundo o imunologista e professor da USP Jean Pierre Schatzmann Peron, pesquisador-líder da Plataforma Científica Pasteur, a transmissão vertical de anticorpos já é conhecida. “Evolutivamente, o bebê herda os anticorpos da mãe através da placenta e só a partir do 6º mês é que consegue produzir as próprias respostas imunes”, explica.

Pesquisas anteriores com vacinas contra coqueluche, tétano e gripe já apontavam respostas semelhantes. A diferença é que, agora, há a comprovação em relação à vacina contra a covid-19.

Segundo Schatzmann Peron, o que se sabe é que os anticorpos decaem com o tempo. “Não há estudos que comprovem se os bebês estão imunes. O que sabemos é que esses anticorpos têm um potencial para protegê-los. Provavelmente, deve se repetir o que acontece com a vacinação. No caso da Pfizer, é 95% de proteção, e se ele se infectar, vai ter uma doença muito mais branda do que se não estivesse imunizado”.

O pesquisador explica que existem cinco tipos de anticorpos. “Segundo o estudo (israelense) com a Pfizer, o anticorpo transferido pela placenta é do tipo IgG, mas os bebês não têm o anticorpo do tipo IgM, que não passa pela placenta”, afirma.

Na prática, isso significa que, passada a proteção materna, o bebê precisará desenvolver os próprios anticorpos. Diante das incertezas, para o imunologista, as crianças devem ser vacinadas assim que puderem, principalmente com a ameaça de novas variantes.

Por Estadão Conteúdo

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Saúde

Quando é Hora de Fazer o Rastreamento de Câncer de Ovário?

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1-Histórico Familiar: Mulheres com histórico familiar de câncer de ovário ou mutações genéticas hereditárias, como BRCA1 e BRCA2, podem considerar o rastreamento a partir dos 35 a 40 anos de idade, ou até mesmo antes, conforme orientação médica.

2-Sintomas Persistentes: Se você apresentar sintomas persistentes, como inchaço abdominal, dor pélvica, dificuldade para comer ou sensação de plenitude após comer rapidamente, é importante procurar um médico para avaliação, mesmo que não esteja na faixa etária recomendada para rastreamento.

3- Discussão com o Médico: Converse com seu ginecologista sobre o rastreamento de câncer de ovário, especialmente se você tiver fatores de risco conhecidos, como histórico familiar ou mutações genéticas, para determinar a melhor abordagem para o seu caso específico.

4-Limitações do Rastreamento: É importante reconhecer que o rastreamento de câncer de ovário tem suas limitações, e nem todas as mulheres se beneficiam desse tipo de monitoramento. Seu médico pode ajudá-la a avaliar os benefícios e riscos do rastreamento com base em sua história médica e fatores de risco individuais.

A decisão de realizar o rastreamento de câncer de ovário deve ser feita em conjunto com seu médico, levando em consideração sua história médica pessoal e familiar, bem como quaisquer preocupações específicas de saúde.

Por Giannini Carvalho-Ginecologista

           

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Saúde

Dengue pode deixar sequelas no corpo

Cansaço no pós-dengue é devido ao desgaste do corpo para combater a doença.

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O Brasil já registra mais de 4,8 milhões de casos prováveis de dengue em 2024, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde da última sexta-feira (17).

Apesar disso, a pasta da Saúde vê tendência de queda em 24 estados e no Distrito Federal desde a última semana.

Desde o final de abril, houve um aumento nas buscas do termo “sequela de dengue”, segundo o Google Trends, plataforma que reúne as principais tendências de buscas na plataforma.

Além dos sintomas clássicos da doença, como dores no corpo e nas articulações, febre e manchas vermelhas, a dengue pode deixar sequelas no organismo? Entenda abaixo.

Quais as manifestações de dengue?

A dengue pode se manifestar de três formas: clássica, com sinais de alarme e grave. Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que a dengue é uma doença infecciosa febril aguda, ou seja, nos primeiros cinco dias, a pessoa pode ter febre alta, dor de cabeça, dor muscular, dores nas articulações, dor atrás dos olhos, náuseas e manchas no corpo. “Alguns desses sintomas, podem persistir por até duas semanas, mas ainda caracterizando aquela dengue clássica”, conta.

Para Luis Fernando Aranha, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, cansaço e mal-estar no pós-dengue acontecem pelo “desgaste do organismo durante o quadro da dengue e o requerimento energético”. Kobayashi destaca que a maior parte das pessoas que têm dengue não terão sintomas intensos, complicações ou sequelas.

Quais as sequelas mais comuns da dengue?

Segundo a infectologista, algumas pessoas podem ter sintomas mais intensos e outras vão desenvolver complicações da dengue, mas existem diferenças entre complicações e sequelas. “A complicação da doença é uma forma de gravidade que já é esperada da doença, que pode acontecer em algumas pessoas. A sequela é muito mais crônica e tardia”, afirma.

Kobayashi explica que, dentre as complicações, a dengue pode acometer o fígado, o coração, o sistema nervoso. “Por exemplo, a pessoa pode ter uma hepatite decorrente da dengue, pode ter complicações neurológicas, como meningite, encefalite. Você pode ter complicações cardíacas, então o vírus pode invadir a membrana do coração e causar a inflamação dessa membrana, que é o que a gente chama de pericardite, ou até mesmo o músculo do coração, que aí é a neocardite. Essas são as complicações”, conta.

Já as sequelas, segundo a infectologista, podem tem gravidade menor ou maior. Sequelas mais graves seriam, por exemplo, “sequelas neurológicas, de alteração de comportamento, perda de memória, naqueles pacientes que tiveram um quadro mais grave no início da complicação neurológica”, declara.

Se tive dengue grave, terei sequelas? Como elas se manifestam?

Kobayashi ainda destaca que é difícil relacionar as sequelas das complicações com a dengue. Muitos desses casos nem conseguem ser relacionados com o vírus, uma vez que são necessários exames específicos para associar a sequela com o vírus, afirma. “Mas existem sequelas por essas complicações.”

Já a sequela de gravidade menor é chamada pelos profissionais de saúde de fadiga crônica, que pode ocorrer após qualquer infecção viral, explica a infectologista.

Na síndrome de fadiga crônica, o sistema imunológico entende que a inflamação causada pelo vírus persiste e mantém a liberação de substância químicas, de acordo com Kobayashi. “Isso pode provocar aquela fadiga, uma dor de cabeça mais intensa, ou até a queda de cabelo, que se justifica porque o organismo entende que você tá num processo de inflamação”, afirma.

Aranha ressalta que a dengue “não é que nem a Covid longa, não tem dengue longa”. O infectologista também afirma que a dengue é “muito complicada, mas a mortalidade é baixa. É muito desgastante para o paciente, mas poucas pessoas morrem. Não tem muita gente falando sobre isso. Há um certo pânico na população por conta disso”.

Posso ter sequelas na 1ª vez que pego dengue?

Segundo Aranha, o risco de desenvolver complicações é maior na segunda vez que a pessoa se infecta com a dengue. “Os anticorpos que não geram imunidade na primeira vez, vão facilitar a entrada do vírus nas células numa segunda dengue”, explica. Com essa facilidade, a replicação viral é amplificada e, consequentemente, a resposta inflamatória também. O fenômeno já foi comprovado em estudos.

Ter outras doenças agrava a possibilidade de desenvolver sequelas da dengue?

De acordo com o Ministério da Saúde, todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, mas idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, assim como aquelas com predisposição a hemorragias, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.

Aranha lembra que, após ter dengue, a pessoa fica imune “ao sorotipo que ela teve. Se teve o tipo um, ela fica resistente ao tipo um, mas continua suscetível aos outros tipos de dengue”, diz.

Foto Shutterstock

Por Folhapress

           

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Saúde

Governo entrega 22 leitos de enfermaria de Neurologia Clínica no Hospital Memorial de Pernambuco

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A governadora Raquel Lyra inaugurou, nesse sábado (18), 22 leitos de enfermaria de Neurologia Clínica no Hospital Memorial de Pernambuco (HMP). O investimento faz parte da estratégia de potencializar os serviços de saúde e a assistência à população de forma regionalizada em todo o Estado.

A unidade filantrópica passou a ser conveniada à rede estadual de saúde neste ano e também já possui 20 leitos de enfermaria de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) conveniados e abertos no último mês de abril. O HMP, antiga Casa de Saúde Bom Jesus, funciona na rua João Cursino, no bairro Mauricio de Nassau.

Ao visitar a unidade, a governadora reforçou a importância de interiorizar os atendimentos de saúde. “O Governo de Pernambuco tem o compromisso de descentralizar os serviços da rede estadual de saúde. A entrega desses leitos contribui para desafogar grandes emergências, como o Hospital da Restauração, para que a população do Interior não precise percorrer longas distâncias em busca de atendimento e encontrar assistência de qualidade no seu município”, declarou Raquel Lyra.

Os 22 novos leitos de enfermaria clínica na área de Neurologia funcionarão no atendimento de pacientes com sequelas por doenças neurológicas diversas, incluindo o cuidado e o tratamento especializado, como explica o diretor-presidente do Hospital Memorial de Pernambuco, Sidney Ribeiro. “Para o Agreste é totalmente estratégico o funcionamento do Memorial, ofertando serviços de maior complexidade, o que faz com que possamos cuidar das pessoas no interior do estado”, destacou.

“Estss leitos já estão sendo regulados pela Central de Regulação e neste domingo (19) estaremos recebendo 20 pacientes transferidos do Recife para receberem o tratamento neurológico aqui’, informou a secretária-executiva de Saúde, Domany Cavalcanti.

CONVÊNIO

O Governo do Estado já assinou convênio com a unidade para ofertar atendimento aos servidores estaduais por meio do Instituto de Atenção à Saúde e Bem-estar dos Servidores do Estado de Pernambuco (Iassepe). Os servidores ainda contam com atendimento ambulatorial, internamento clínico e cirurgia pelo Iassepe.

Fonte: JC

           

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