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Política

Engajamento da terceira via patina em ambiente polarizado nas redes

Políticos de centro penam para produzir engajamento e mobilizar discussões em torno de suas pautas na internet.

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A desarticulação político-partidária e a dificuldade dos pré-candidatos da chamada terceira via de alcançar protagonismo na disputa presidencial também são uma realidade nas redes sociais. Sem a definição até agora de um nome capaz de confrontar a polarização Lula-Bolsonaro – líderes nas pesquisas de intenção de votos -, políticos de centro penam para produzir engajamento e mobilizar discussões em torno de suas pautas na internet.

A presença apagada nas mídias sociais e no ambiente digital reduz o alcance de uma mensagem de impacto das candidaturas alternativas ao petismo e ao bolsonarismo. Levantamento do Observatório Democracia em Xeque feito por Marcelo Alves, professor do Departamento de Comunicação da PUC-Rio, mostra, por exemplo, que as publicações de direita têm alcance seis vezes maior do que as de centro no YouTube.

O monitoramento foi feito com base em uma análise de alcance de publicações de influenciadores e políticos. A pesquisa acompanhou as postagens de cada espectro político com o maior número de interações – curtidas, visualizações e comentários – por dia, de 1.º de janeiro a 26 de abril deste ano. Foram observadas as redes sociais Facebook, Instagram e YouTube.

No Facebook, a direita gerou 273 milhões de interações entre as publicações mais virais. A esquerda, por sua vez, fez 113 milhões; o centro não passou dos 23 milhões. No Instagram, foram 400 milhões de impressões da direita ante 320 milhões da esquerda. O centro segue atrás, com 21 milhões de interações na rede.

De acordo com Alves, o insucesso da terceira via se dá por dois motivos. O primeiro é o fato de as redes sociais estimularem antagonismos. O segundo deve-se à indefinição de quem será o representante do grupo na eleição, e o tempo é curto. “A terceira via ainda não tem nem um candidato. Não é de abril até a eleição, em outubro, que haverá a possibilidade de se construir uma rede de comunicação ampla que cruze as plataformas”, afirmou Alves.

Líderes de União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania já anunciaram que iriam formalizar a pré-candidatura única da terceira via no dia 18 de maio. No entanto, interesses pessoais e disputas internas minam a possibilidade de uma candidatura unificada.

O União Brasil, que tem como pré-candidato o deputado federal Luciano Bivar (PE), presidente da legenda, já desembarcou da construção de um projeto único ao Palácio do Planalto. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) seguem no páreo.

Profissionalização

Sem um nome, a terceira via carece de uma estrutura capaz de mobilizar no mundo digital. “Ter bons canais de rede com visibilidade é um processo que exige um alto nível de profissionalização e organização, e isso não acontece de um dia para o outro”, disse Alves. “A rede, como o próprio nome diz, demanda coletividade. Um erro comum de estratégia, de marketing digital, é construir um canal do Doria, Lula. É claro que são canais, mas não funciona.”

Nesse sentido, a rede bolsonarista, de acordo com o pesquisador, obtém resultados promissores por agregar “um conjunto muito significativo de centenas de canais, de página, organização entre diversas plataformas para disseminar a mensagem do candidato”.

Só no YouTube, a direita produziu cerca de 1,6 bilhão de visualizações se reunidos os vídeos mais visualizados de cada dia deste ano – a esquerda gerou 309 milhões. O centro soma 253 milhões.

Na semana passada, com discussões políticas impulsionadas pelo perdão dado por Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por incitar agressões contra ministros e atacar a democracia, a terceira via teve participação ainda mais reduzida em comparação com o chefe do Executivo e Lula e seus seguidores.

No Instagram, por exemplo, enquanto a terceira via gerou cerca de 544 mil interações por influenciadores e políticos do centro democrático, tanto a direita como a esquerda produziram quatro vezes mais. Bolsonaro chegou a ter 250 mil visualizações em seu vídeo mais acessado no YouTube. Representante da terceira via, Doria registrou apenas 437 visualizações na publicação.

Na avaliação de Lucas Prado, sócio da agência de publicidade Ative, que atua no setor político, o baixo engajamento da terceira via é ainda consequência da falta de materialização de ideias, de um projeto. “Quais são as promessas que a terceira via faz? Hoje, ela aposta em uma única tese: ‘Nem Lula nem Bolsonaro’. Mas o que isso quer dizer com a terceira via?”, questionou.

Agressividade

Responsável pelas redes de Doria, Daniel Braga apresentou outra explicação para esses dados. De acordo com ele, monitoramento de sua equipe aponta que a maior parte do engajamento nas redes, à direita ou à esquerda, é de robôs e militantes. “Quem fala de política agora é militante, é robô, é MAV (sigla para Militante em Ambientes Virtuais)”.

A razão para o afastamento do eleitor dos debates políticos neste momento, disse Braga, é a agressividade nas redes. “Cada perfil, quando é da direita ou da esquerda, chega a falar dez vezes do mesmo assunto. Quando é um discurso menos raivoso e propositivo, no caso do João, as pessoas falam em média duas vezes.”

Por Estadão Conteúdo

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Política

Moraes manda soltar Mauro Cid e mantém sua delação de pé

A decisão atendeu a um pedido da defesa, que aguarda a soltura ainda nesta sexta-feira, 3.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o tenente-coronel Mauro Cid e manteve a validade de sua delação premiada. A decisão atendeu a um pedido da defesa, que aguarda a soltura ainda nesta sexta-feira, 3.

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente após virem a público áudios em que ele insinua ter sido pressionado a confirmar uma “narrativa pronta” na colaboração.

Em sua decisão, Moraes argumenta que o tenente-coronel reafirmou em depoimento a “total higidez” do acordo e negou ter sido coagido.

“Consideradas as informações prestadas em audiência nesta Suprema Corte, bem como os elementos de prova obtidos a partir da realização de busca e apreensão, não se verifica a existência de qualquer óbice à manutenção do acordo de colaboração premiada nestes autos, reafirmadas, mais uma vez, nos termos do art. 4o, § 7o, da Lei 12.850/13, a regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal e a voluntariedade da manifestação de vontade”, escreveu o ministro.

Para Moraes, “apesar da gravidade das condutas”, não há mais necessidade de manter a prisão preventiva. Mauro Cid voltará a cumprir uma série de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais e de manter contato com outros investigados no STF.

Foto Getty Images

Por Estadão

           

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Política

Boulos agora é proprietário de casa e deve perder apelo explorado em eleição

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O pré-candidato a prefeito Guilherme Boulos (PSOL) tem agora registrada em seu nome a casa onde mora, que fica no Campo Limpo (zona sul) e pertencia oficialmente ao pai dele.

Com a transferência, feita depois da eleição de 2022, o deputado federal deve perder neste ano o título de candidato à Prefeitura de São Paulo com menor patrimônio, como aconteceu em 2020, quando ele também concorreu ao cargo e explorou a simplicidade como mote.

As questões envolvendo moradia e fonte de renda de Boulos são um ponto de atenção da pré-campanha, que, em abril, fez duas publicações em suas redes sociais para rebater fake news: uma, na segunda-feira (29), contra o boato de que moraria em uma mansão e outra, no dia 4, para reiterar ser morador do Campo Limpo, não do Morumbi, bairro nobre da zona sul.

A assessoria do parlamentar disse à Folha de S.Paulo que a casa foi doada por decisão dos pais dele, que ela foi declarada em seu Imposto de Renda em 2023 e constará no patrimônio informado à Justiça Eleitoral em 2024.

Boulos, que tem trajetória ligada a movimentos que reivindicam habitação, lidera tecnicamente empatado com o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), as intenções de voto para o pleito, segundo pesquisa Datafolha de março. O deputado tem 30% das preferências, enquanto o aspirante à reeleição marca 29%.

A casa onde Boulos mora com a família tem 153,95 m² e, em documento obtido pela Folha de S.Paulo no 11º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo, há menção a um “valor estimado de R$ 343 mil”. A doação foi efetuada em dezembro de 2022 e validada em fevereiro de 2023, quando ele já tinha mandato no Congresso.

O valor venal de referência usado pela prefeitura para cálculo do ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) da casa de Boulos é de R$ 232 mil. Esse critério, porém, costuma ser inferior ao preço de mercado.

Estimativas de plataformas imobiliárias para imóveis no Campo Limpo variam de R$ 4.000 a R$ 5.000 por m² –patamar que pode levar a uma projeção de até R$ 770 mil para uma residência do tamanho da do deputado do PSOL. Há uma casa com características semelhantes à venda na mesma rua, no entanto, por metade desse preço por m².

O registro da transferência da propriedade afirma que o pai do deputado, o médico Marcos Boulos, e sua mulher, a também médica Maria Ivete Castro Boulos, doaram o imóvel ao filho e à companheira dele, a advogada Natalia Szermeta, com quem tem duas filhas.

Como não estava no nome do político, o imóvel não foi citado na declaração de bens do candidato em nenhuma das três campanhas anteriores dele –a presidente da República, em 2018, a prefeito, em 2020 (quando foi derrotado pelo tucano Bruno Covas no segundo turno), e a deputado, em 2022.

Ele, que nasceu em uma família de classe média da zona oeste e se mudou há cerca de dez anos para a zona sul, sempre destacou a informação de onde reside para justificar sua ligação com a periferia. A propriedade é um sobrado com três andares, atualmente em reforma.

Em 2020, a assessoria do hoje deputado respondeu à Folha de S.Paulo que a casa “foi adquirida em nome do seu pai, já que Boulos não possuía renda suficiente à época da aquisição para ter o financiamento aceito pelo banco”.
Quando concorreu à Presidência, Boulos afirmou em uma transmissão online que a casa não foi declarada por não estar em seu nome.

“A compra dela foi produto de um enorme esforço familiar, como, aliás, é em várias famílias brasileiras, onde eu entrei com o que tinha, minha companheira entrou com o que tinha, meus pais, meus sogros… E fizemos ali um bem bolado que deu condições de adquirir a casa onde eu moro”, disse em 2018.

No vídeo do último dia 4, o deputado expôs a situação atualizada do imóvel, após a transferência. “O meu patrimônio é a casa que eu moro, no Campo Limpo, que é dividida, compartilhada, minha e da Natália, no papel. [E] o meu Celtinha. Esse é só meu, Celtinha 2010, está redondo, bonitinho”, afirmou.

“Eu moro na minha casa, no Campo Limpo, que eu gosto muito, que é uma boa casa, mas que está longe de ser uma mansão”, disse no post desta segunda, após exibir mensagens com a insinuação. “Esse papo de mansão não existe nem nunca existiu, a não ser na fake news do gabinete do ódio.”

Os materiais fazem parte de uma série de conteúdos que têm sido produzidos desde o ano passado para combater o que estrategistas da pré-campanha chamam de caricaturas associadas ao deputado, como os rótulos de invasor (por sua ligação com o movimento sem-teto MTST) e radical e as suposições sobre um estilo de vida incompatível com seu discurso.

Boulos tem a maior rejeição entre os pré-candidatos à prefeitura –34% dos eleitores dizem que jamais votariam nele, segundo o Datafolha. Nunes é renegado por 26%.

Na atual disputa, Nunes e aliados tentam colar no adversário a pecha de “perifake”, questionando as raízes do psolista e sugerindo haver oportunismo. O prefeito, por sua vez, exalta o fato de ter sido criado no Parque Santo Antônio, bairro periférico da zona sul. A terceira colocada na corrida, a deputada federal Tabata Amaral (PSB), também tem origem na região –cresceu na Vila Missionária.

O fato de morar no Campo Limpo foi usado por Boulos como trunfo em 2020. Em um debate na TV, ele disse ser o único candidato que vivia na periferia e provocou Celso Russomanno (Republicanos), perguntando onde o rival morava e se só ia à periferia “a cada quatro anos, em época de eleição”.

O carro Celta sempre mencionado pelo político também foi incorporado à estratégia de comunicação para transmitir as mensagens de hábitos singelos e patrimônio modesto. Sua equipe emitiu posicionamento à época em que o descreveu como “candidato que vive sem luxos na periferia”.

Boulos deixou recentemente de se locomover no Celta, que tinha usado, por exemplo, ao ser recebido em janeiro na casa de Marta Suplicy (PT) para selar a entrada da ex-prefeita como vice na chapa. Ele passou a usar carro blindado em fevereiro, após ter denunciado à Polícia Federal que sofria ameaças.

Boulos tinha o menor patrimônio entre os candidatos a prefeito de São Paulo quatro anos atrás. Ele disse possuir apenas o Celta, à época com valor estimado em R$ 15.416. Após ser questionado pela Folha de S.Paulo sobre a não declaração de conta bancária, informou que tinha também R$ 579 em uma conta-corrente.

Dois anos depois, na disputa para deputado, ele comunicou que seus bens totalizavam R$ 21.055, sendo R$ 20.004 relativos ao carro e R$ 1.051 depositados em conta-corrente.

As informações são autodeclaradas pelos candidatos à Justiça Eleitoral e ficam disponíveis para acesso público.

Neste ano, Boulos deve perder o posto de candidato com menor patrimônio para outro nome da esquerda, o metroviário Altino Prazeres (PSTU), que tem em seu nome apenas metade de um apartamento financiado, com valor de R$ 192 mil. À Folha de S.Paulo ele confirmou que não deve mudar sua declaração de bens.

Nunes tem patrimônio que, em 2020, era de R$ 4,8 milhões. Tabata possuía, em 2022, R$ 557 mil entre saldo bancário e aplicações, um valor que superaria o valor estimado da casa e do carro de Boulos.

A pré-campanha do PSOL afirmou em nota à reportagem que, na prestação de contas de candidato neste ano, Boulos “irá declarar a casa, o Celta e o saldo em conta bancária” e que, “como já era de domínio público desde a eleição de 2020, Boulos, Natalia e as duas filhas moram na casa há mais de dez anos”.

A assessoria disse ainda que “a família seguirá vivendo na região do Campo Limpo”.

 

           

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Política

STF derruba condenação de delegado por crítica

Em 1º Grau, a Justiça negou o pedido da associação, mas o TJ-MT acabou condenando o delegado.;

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O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou indenização por danos morais que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) havia imposto ao delegado de Polícia Civil Flávio Stringueta por afirmar que o Ministério Público do Estado era uma “vergonha nacional”.

A decisão de Fachin foi assinada no bojo de uma reclamação feita por Stringueta contra a condenação imposta a ele em ação movida pela Associação Mato-Grossense do Ministério Público.

Em 1º Grau, a Justiça negou o pedido da associação, mas o TJ-MT acabou condenando o delegado.

A avaliação do TJ-MT foi a de que houve “abuso da liberdade de expressão”.

Já Fachin, em sua decisão, afirmou que a condenação seria “atentatória à ampla liberdade de expressão”. Se houver recurso da decisão, o caso passará a ser analisado pela 2.ª Turma do STF.

Foto Getty

Por Estadão

           

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