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Minha Casa Minha Vida vira ‘hotel’ com diária de R$ 800 em bairro rico de São Paulo

O terreno está em uma Zeis (zona especial de interesse social), que, segundo a lei de zoneamento, prevê o uso da área para moradia digna para pessoas de baixa renda.

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Um condomínio residencial financiado, em parte, pelo programa Minha Casa Minha Vida oferece studios de 30 m² por mais de R$ 800 a diária. O prédio foi construído sobre terreno onde existia uma favela com cerca de cem famílias, retiradas do local no início dos anos 2000 com a promessa de que aquela área seria de interesse social.

O bairro é a Vila Madalena e a rua é a Djalma Coelho, onde, até 2005, havia a favela da Djalma, ou favela da Light. Tratava-se, à época, da última comunidade no bairro da zona oeste de São Paulo. Quando as famílias foram removidas e os casebres, destruídos, previa-se que o local seria destinado a projetos habitacionais com parceria entre poder público e iniciativa privada.

O terreno está em uma Zeis (zona especial de interesse social), que, segundo a lei de zoneamento, prevê o uso da área para moradia digna para pessoas de baixa renda. Não foi o que aconteceu e muitas das cerca de 500 pessoas que viviam por lá e que frequentavam escolas e postos de saúde da região, por exemplo, nunca mais voltaram a viver no bairro -um studio de 30 m², a menor unidade do prédio, é negociado hoje por mais de R$ 750 mil.

Quase duas décadas depois da remoção da favela, a briga agora é outra. Parte dos moradores do condomínio Quinta Madalena se revoltou contra a Brazilian Corner, empresa que tem ao menos 20 unidades sob sua administração, entre os cerca de cem apartamentos.

A Brazilian Corner faz locação de curta duração, que inclui até oferta de diária única, e diz que isso é diferente de transformar o prédio em um hotel, porque, entre outros, não tem serviço de quarto.

Em seu site, a Brazilian Corner oferece os apartamentos com descrição detalhada das toalhas (500g/m²), lençóis (300 fios) e travesseiros (de pluma de ganso ou “da Nasa”). Também divulga fotos com espumante e taças sobre a cama bem arrumada, cofre de segurança, extintor e equipamento de primeiros-socorros e “bom secador de cabelo” no banheiro.

No Linkedin, a própria Brazilian Corner se apresenta como sendo do ramo de hotelaria. Uma publicidade em um site do ramo chamou o lugar de Quinta Madalena Hotel, com divulgação das diárias, ou seja, o prédio ficou com cara de hotel, jeito de hotel, mas, segundo a empresa, não é hotel.

A Brazilian Corner até acionou extrajudicialmente o site de reservas para que removesse a publicidade que propagandeava o Quinta Madalena como hotel, porque considera que é uma classificação indevida e isso estaria trazendo problemas com outros moradores.

Para quem mora ali e condena as locações de curta duração, incomoda a presença de pessoas estranhas circulando pelas áreas comuns diariamente e o potencial risco à segurança -apontam, inclusive, a ocorrência de arrastão em três unidades em julho de 2020 como indício desse tipo de problema, embora investigações não tenham cravado quem seriam os autores do crime, segundo a empresa.

Também há queixa em relação ao serviço de faxina pós-estadia, que incluiria carrinhos de limpeza e sacos com enxoval usado pelos clientes da empresa sendo transportados pelos corredores. A Brazilian Corner afirma que já resolveu esses e outros problemas e que pede até antecedentes criminais de seus clientes. Moradores “convencionais”, entretanto, não têm dúvida de que o prédio virou sim, em parte, um “hotel”, contra sua vontade e a convenção do condomínio, que aponta uso estritamente residencial.

A Brazilian Corner diz que, nos últimos meses, parte dos condôminos tentou associar qualquer problema do prédio à “locação por temporada”, “praticando inclusive atitudes hostis contra nossa empresa e colaboradores”. O prédio está em pé de guerra.

A liberação ou não das locações de curta duração foram alvo de assembleia, mas a votação terminou empatada. A 2ª Vara Cível do Fórum Regional de Pinheiros não viu “hipótese de intervenção judicial, cabendo aos condôminos decidir por maioria se autorizam (ou não) a locação dos imóveis através de plataformas como Airbnb ou outras”. A Justiça também negou pedido para destituição do síndico.

De forma geral, o Minha Casa Minha Casa veta a destinação comercial das unidades. Um dos artigos da lei que rege o programa diz que “o uso do imóvel para finalidade diversa da moradia própria do beneficiário e/ou de sua família enseja o vencimento antecipado da dívida e a perda da subvenção”.

O programa foi criado pelo governo federal com várias faixas de subvenção, de acordo com a renda familiar mensal, podendo conceder até 90% de subsídio do valor do imóvel, na mais baixa, até juros de 8,16% ao ano, entre aqueles com rendimentos mais altos.

A administradora do condomínio afirma, em nota, que “não nos cabe intervir interrompendo quaisquer que sejam os meios de locação” e também disse que não cabe perguntar de que forma adquiriram os imóveis. Já a Brazilian Corner diz que parte significativa das unidades foi vendida fora do Minha Casa Minha Vida ou não existe mais qualquer restrição quanto à locação. E também nega que haja destinação comercial dos apartamentos, porque, segundo afirma, as locações seriam residenciais.

Segundo o especialista em direito condominial Rodrigo Karpat, o síndico, como gestor, pode impor regras transitórias para a manutenção da ordem no condomínio até definição em assembleia. “Com o empate, outra assembleia precisa ser marcada”, afirma.

A despeito do imbróglio envolvendo os moradores e a Brazilian Corner sobre as locações de curta duração, chama a atenção de especialistas o fato de que um prédio construído, em parte, com recursos de um programa de habitação, em uma Zeis, sobre o terreno onde havia uma favela com mais de cem famílias, tenha virado um condomínio com locação de curta duração.

A urbanista Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo, recorda-se que a promessa era retirar temporariamente as pessoas que viviam na favela da Djalma e trazê-las depois para habitação de interesse social.

A especialista critica o uso do terreno para locação por curta duração. “É um absurdo total. Um desvirtuamento do propósito do fornecimento para essa população com renda mais baixa. Acho que é um caso para ir para o Ministério Público.”

Por Folhapress

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Brasil

Brasil registra receita recorde com turismo internacional no 1.º semestre

O resultado ultrapassa o primeiro semestre de 2014, ano da Copa do Mundo e até então o melhor período da história, quando os viajantes deixaram US$ 3,5 bilhões (R$ 20,2 bilhões) na economia brasileira. Os dados são do Banco Central.

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O consumo dos turistas estrangeiros no Brasil alcançou um recorde histórico. No primeiro semestre de 2024, US$ 3,7 bilhões (R$ 20,9 bilhões) foram injetados na economia do país por meio do turismo internacional. O resultado ultrapassa o primeiro semestre de 2014, ano da Copa do Mundo e até então o melhor período da história, quando os viajantes deixaram US$ 3,5 bilhões (R$ 20,2 bilhões) na economia brasileira. Os dados são do Banco Central.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, comemora o resultado e reforça que ele é fruto de um trabalho conjunto de todo o trade do turismo em promover os destinos brasileiros no mercado internacional. “Nós batemos o recorde de receitas com o turismo internacional no ano passado. Agora em 2024 estamos obtendo excelentes resultados e esperamos bater novo recorde. O turismo internacional é uma potência econômica e está contribuindo para o desenvolvimento do Brasil. Quando falamos dessa arrecadação histórica, falamos em geração de emprego e renda em todo o país, construindo uma economia que valoriza nossa cultura e gera sustentabilidade ambiental”, destaca.

O resultado dos seis primeiros meses de 2024 também é maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando os estrangeiros deixaram US$ 3,2 bilhões (R$ 18,2 bilhões) no Brasil. Um aumento de 15,6%. Em um recorte mensal, junho deste ano registrou o terceiro melhor resultado da história: foram US$ 500,3 milhões (R$ 2,8 bilhões) injetados na economia com o turismo internacional. Ficando atrás somente de 2023 (US$ 508 milhões) e 2014 (US$ 793 milhões).

Entrada de turistas estrangeiros

O recorde de entrada de divisas caminha ao lado do aumento de turistas estrangeiros desembarcando no Brasil. No primeiro semestre de 2024, 3.597.239 viajantes entraram no país, 9,7% a mais que o observado no mesmo período de 2023 e 1,9% acima do registrado em 2019, último ano antes da eclosão da pandemia de COVID. A expectativa é que esse ano termine com uma marca superior ao recorde de 2018 (6,6 milhões).

Impulsionado pelo Carnaval, o Rio de Janeiro teve o melhor resultado em uma década, recebendo 760,2 mil turistas internacionais nos primeiros seis meses deste ano. O crescimento foi de 19,89% em relação ao mesmo período de 2023 e já é o segundo maior da história, atrás apenas do ano da Copa do Mundo.

Segundo Freixo, o país está colhendo os frutos da reconstrução da imagem do Brasil no exterior. “Nosso trabalho é mostrar para o mundo a diversidade de destinos e experiências que temos em nosso país. Somos um país rico e, além de sol e praia, temos natureza, ecoturismo, afroturismo, gastronomia, cultura e muito mais. As pessoas estão vindo para cá para conhecer o que temos para oferecer e contando lá fora as experiências incríveis que viveram por aqui”, acrescenta o presidente da Embratur.

Voos internacionais

A via aérea segue sendo a principal porta de entrada para os viajantes vindos de outros países (2.234.033 desembarques em 2024). Aumentar os voos que conectam o Brasil ao mundo é uma das estratégias da Embratur para alcançar o mercado internacional.

Além das parcerias da Agência com as companhias aéreas, o Programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI), em parceria com os ministérios do Turismo (MTur) e de Portos e Aeroportos (MPor), vai contribuir com essa estratégia. Entre outubro de 2024 e março de 2025 serão 70 mil novos assentos em voos estrangeiros com destino ao Brasil, por meio do primeiro edital do programa. (Embratur).

Foto Lusa

Por Notícias ao Minuto

           

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Brasil

Saiba como comprar passagens aéreas por R$ 200,00 reais pelo Programa Voa Brasil

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Com o lançamento na quarta-feira (24) do Voa Brasil, programa do governo federal que vai ofertar a grupos específicos passagens de avião por R$ 200 o trecho, já existe um caminho a seguir para ter acesso aos voos. Nesta primeira fase do programa, os aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) serão os únicos atendidos. As demais categorias ainda não possuem datas específicas para entrar no programa.

Serão 3 milhões de passagens a R$ 200 o trecho, disponíveis pelas companhias aéreas nos próximos 12 meses e 23 milhões de aposentados que estariam aptos a comprá-las, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). Vale lembrar que o cidadão terá de pagar, ainda, taxa de embarque, que varia conforme o aeroporto.

A primeira informação é de que, para participar do Voa Brasil, é preciso ter conta de nível prata ou ouro no Gov.br. O segurado deve acessar o site voabrasil.sistema.gov.br e informar sua senha do Portal Gov.br.

Serão disponibilizadas 3 milhões de passagens para todo o Brasil, mas o aposentado não pode ter viajado de avião nos 12 meses anteriores. Se quem já voou nos últimos 12 meses tentar fazer a compra, não conseguirá. A mensagem: “Verificamos que você voou recentemente. O benefício será liberado após 12 meses do último voo” surge.

Cada aposentado terá direito a duas viagens no ano. Ao comprar o bilhete, se desistir da viagem, terá de seguir as regras da companhia aérea sobre cancelamento e devolução de valores. A devolução não poderá ser feita pelo site do programa do governo. (Do JC)

 

           

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Brasil

Assédio Eleitoral: uma ameaça a liberdade do voto

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O assédio eleitoral, uma prática ilegal que busca influenciar a escolha política de pessoas por meio de coação ou promessas, ou ainda por meio do oferecimento de benefícios em troca de uma escolha política, é rigorosamente combatido pelo Ministério Público em todos os seus ramos.

Considerado uma violação dos direitos humanos, esse tipo de assédio ameaça a igualdade de oportunidades e é totalmente incompatível com um ambiente social igualitário e livre. A liberdade de voto é um direito fundamental, e qualquer tentativa de limitá-la é ilegal. Se você testemunhar ou sofrer assédio eleitoral, denuncie! Sua ação protege a democracia e garante um processo eleitoral justo.

 

 

           

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