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China reabre fronteiras sob temor com novas cepas e esperança para a economia

Países como EUA, França, Reino Unido e Israel começaram a impor restrições à entrada de turistas chineses.

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Ao aterrissar, passageiros são recebidos por funcionários com traje de proteção completa e submetidos a testes de Covid. Quem apresenta resultado negativo é levado de ônibus a um local de quarentena, onde fica ao menos cinco dias -e onde crianças de 14 anos podem ser separadas dos pais. Mesmo liberados, viajantes são rastreados por meio de um passe sanitário digital. Diagnóstico do vírus força a estadia em um centro de detenção para doentes.

Assim é a experiência de viajar à China -ao menos era, até este domingo (8), data em que o país enfim reabre suas fronteiras internacionais. O bloqueio era um dos últimos resquícios da controversa política de Covid zero, estabelecida pelo regime no início da pandemia, em 2020, e largamente flexibilizada em dezembro passado, de forma um tanto abrupta, pouco depois de uma onda inédita de protestos.

Agora, o protocolo determina que passageiros internacionais mostrem apenas um teste de Covid com resultado negativo, obtido até 48 horas antes do embarque. A quarentena é dispensada.

A fronteira com Hong Kong também será reaberta neste fim de semana, e trens ultrarrápidos ligando a ilha e o continente voltam a operar em meados do mês -próximo ao principal feriado do país, o Ano-Novo Lunar, quando cerca de 2 bilhões de chineses devem viajar, inclusive para o exterior.

O fim das restrições a viagens se dá em meio à explosão da Covid que sucedeu o fim do rígido controle da pandemia pelo Estado -estratégia que incluía ainda confinamentos em larga escala, limites à locomoção e testes frequentes. Autoridades deixaram de divulgar dados detalhados de infecções, mas a empresa britânica Airfinity Daily estima que a China registre hoje cerca de 2,5 milhões de casos e 16 mil mortes por dia. O regime afirma que o total de óbitos pela doença, desde 2020, é de 5.259.

O apagão de dados não impediu que relatos de caos no sistema de saúde tenham inundado a imprensa ocidental nas últimas semanas: médicos foram forçados a trabalhar mesmo quando infectados, unidades de saúde estão lotadas, funerárias e crematórios tiveram aumentos na demanda.

A situação é especialmente preocupante para idosos -só dois terços daqueles com mais de 60 anos estão vacinados com a dose de reforço. Os imunizantes chineses, baseados na tecnologia de vírus inativado, também geram imunidade menor em comparação aos de RNA mensageiro desenvolvidos no Ocidente -e não adotados por Pequim.

Enquanto isso, países como EUA, França, Reino Unido e Israel começaram a impor restrições à entrada de turistas chineses -algo classificado de “simplesmente irracional” por Pequim, mas de compreensível pela OMS. Isso porque cresce o temor do surgimento de novas variantes, uma vez que altas taxas de transmissão do vírus aumentam o risco de troca de material genético entre as cepas, segundo lembra o infectologista Plínio Trabasso, professor da Unicamp.

Ainda assim, o anúncio da reabertura das fronteiras foi recebido com entusiasmo pelo setor econômico. Ronnie Lins, diretor do Centro China-Brasil, vê a situação como oportunidade de fortalecer o mercado global, que hoje sofre com recessão e desemprego em muitas economias importantes e com altas generalizadas de preços.

Com a metáfora do gigante asiático como “motor do mundo”, Lins afirma que a retomada da produção fabril aumenta a demanda por commodities, o que beneficiaria emergentes como o Brasil. Além disso, a regularização da oferta de insumos promete estabilizar diversos setores.

Pesquisadora da Universidade Fudan, em Xangai, Karin Vazquez lembra que a reabertura dá a Pequim a oportunidade de reerguer a própria economia em um momento geopolítico instável. Ela conta que o período da Covid zero levou ao menor índice de confiança dos investidores em uma década e que entre 10% e 15% das empresas estrangeiras saíram do país. O PIB chinês cresceu próximo de 3% no ano passado, quando a meta oficial de 5,5% -um tombo de cerca de US$ 500 bilhões.

Para Vazquez, o fim do isolamento ainda pode ajudar a resgatar a imagem do país no mundo, em certa maneira fortalecendo o Partido Comunista e o líder Xi Jinping, que recentemente confirmou um inédito terceiro mandato. “Mas tudo dependerá de como o vírus irá evoluir e da capacidade de resposta da China.”

Nesse sentido, há três cenários possíveis. O primeiro, otimista, é de que a alta de casos e mortes observada agora seja pontual e que até o segundo trimestre a situação se estabilize, com benefícios para os mercados local e global -e diretamente para Xi.

O segundo, mais realista, prevê quase 1 milhão de mortes em decorrência do coronavírus -o prognóstico foi divulgado no mês passado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong e é próximo ao de um modelo publicado na revista Science. A cifra, que representa 0,07% da população total do país, faria a China se aproximar dos EUA, líder mundial no ranking, em número de vítimas.

“É o país mais populoso do planeta, e se mesmo 1% das pessoas morrerem é uma escala obscena. Não podemos naturalizar isso”, diz o infectologista Jamal Suleiman, do Hospital Emílio Ribas.

Na ponta econômica, Alicia Garcia-Herrero, economista-chefe para Ásia-Pacífico do banco de investimentos Natixis, pondera que impactos maciços nas cadeias de suprimentos dependentes da China só se dariam caso a comoção pelas mortes provocasse nova mobilização popular de grande proporção.

Mas isso é pouco provável, dada a história recente chinesa, segundo Maurício Santoro, cientista político e professor de relações internacionais da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). A mero título de comparação, estima-se que o Grande Salto para a Frente, plano de Mao Tse-tung para acelerar a industrialização no final dos anos 1950, e a Revolução Cultural, que buscava eliminar desvios burgueses entre as décadas de 1960 e 1970, tenham resultado na morte de até 40 milhões de chineses.

Por fim, o terceiro panorama imagina que a alta taxa de transmissão na China hoje leve ao surgimento de uma nova cepa alarmante. Ela não seria mais agressiva por si só, já que, como lembra Suleiman, a tendência evolutiva dos vírus é de cada nova mutação diminuir sua letalidade, uma vez que dependem de seus hospedeiros para sobreviver.

Mas a variante poderia tanto ter mais capacidade de infecção quanto, na pior das hipóteses, escapar às vacinas atuais. “Se isso ocorrer, toda essa parede [de proteção] poderia desmoronar”, diz. “A China deixa todos em alerta para detectar o mais precocemente possível qualquer anormalidade.”

O problema é que um regime totalitário, sem opositores políticos ou liberdade de expressão, dificulta a divulgação de informações desse tipo. “Essa pandemia é, entre outras coisas, um raio-X dos problemas sociais e políticos de cada país. Na China, essa questão é o autoritarismo, que potencializa os efeitos negativos da resposta inadequada à Covid”, diz Santoro.

“Pode ser que a situação por lá fique grave o suficiente para o regime chinês pedir ajuda internacional. Mas será que isso vai acontecer realmente? Ou as autoridades vão tentar mascarar esses dados e continuar se apegando a um nacionalismo vacinal?” São as questões políticas que, desde 2020, dificultam o combate à pandemia.

Por Folhapress

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Jornalista é condenada após falar da altura da primeira-ministra da Itália

Giulia Cortese foi sentenciada a pagar indenização de 5 mil euros (cerca de R$ 30 mil).

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Giulia Cortese, uma jornalista italiana, foi condenada, nesta semana, por um tribunal de Milão após ridicularizar a altura da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, 47.

A jornalista foi sentenciada a pagar indenização de 5 mil euros (cerca de R$ 30 mil) por ter falado da altura da primeira-ministra italiana nas redes sociais. As informações são da agência Ansa.

O caso em si aconteceu em outubro de 2021. A publicação foi feita no X (antigo Twitter), quando Meloni não era primeira-ministra, porém, uma das líderes da extrema-direita italiana.

Meloni entrou com uma ação judicial contra a jornalista, após se irritar com Giulia Cortese por postar uma foto em que ela aparecia com o falecido líder fascista Benito Mussolini ao fundo. Na ocasião, Cortese respondeu com vários tweets. “Você não me assusta, Giorgia Meloni. Afinal, você tem apenas 1,2 metro de altura. Nem consigo vê-la”.

Apesar da polêmica, a altura de Giorgia Meloni é um mistério. Na mídia, ela varia entre 1,58m e 1,63m. O juiz do caso considerou o tweet da jornalista um episódio de “body shaming” ao proferir o veredicto.

O advogado da primeira-ministra afirmou que o valor a ser recebido será “doado para caridade”. A jornalista pode recorrer.

Foto Shutterstock

Por Folhapress

           

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Apagão virtual global afeta voos, bancos, telecomunicações e mídia

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Uma atualização de software causou estragos em sistemas de computadores em todo o mundo nesta sexta-feira (19), suspendendo voos, forçando algumas emissoras a sair do ar e afetando serviços bancários e de saúde.

Uma atualização de um produto oferecido pela empresa global de segurança cibernética CrowdStrike parece ter sido o gatilho, afetando clientes que usam o sistema operacional Windows, da Microsoft. A Microsoft informou que o problema há havia sido corrigido.

O presidente-executivo da CrowdStrike, George Kurtz, afirmou na plataforma de rede social X que a empresa estava “trabalhando ativamente com clientes afetados por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts do Windows” e que uma correção estava sendo implantada.

“Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético”, disse Kurtz no post.

Efeito

Na manhã de hoje, importantes companhias aéreas dos Estados Unidos – American Airlines, Delta Airlines e United Airlines – suspenderam voos, enquanto outras transportadoras e aeroportos em todo o mundo relataram atrasos e interrupções.

Bancos e empresas de serviços financeiros da Austrália à Alemanha e também do Brasil alertaram os clientes sobre falhas, e traders de todos os mercados falaram de problemas na execução das transações.

O Bradesco informou que suas plataformas digitais foram afetadas pelo apagão cibernético global e por isso não estavam disponíveis para os clientes do banco. Em comunicado, o Bradesco informou também que suas equipes “estão atuando para regularização o mais breve possível”.

No Reino Unido, os sistemas de agendamento usados ​​pelos médicos estavam fora do ar, segundo vários relatos postados no X por autoridades médicas, enquanto a Sky News, uma das principais emissoras de notícias do país, estava fora do ar, pedindo desculpas por não poder transmitir ao vivo. O clube de futebol Manchester United afirmou no X que teve que adiar um lançamento programado de ingressos.

A unidade de nuvem da Microsoft, Azure, disse estar ciente do problema que afetou as máquinas virtuais que executam o sistema operacional Windows e o agente CrowdStrike Falcon ficou travado em um “estado de reinicialização” em meio a uma falha global.

Em um alerta aos clientes emitido às 2h30 de sexta-feira (horário de Brasília), a CrowdStrike disse que seu software Falcon Sensor estava fazendo com que o Microsoft Windows travasse e exibisse uma tela azul. Também compartilhou uma solução alternativa manual para corrigir o problema.

Mais da metade das empresas Fortune 500 usavam o software CrowdStrike, disse a empresa norte-americana em um vídeo promocional este ano.

“Esta é uma ilustração muito, muito desconfortável da fragilidade da infraestrutura central da Internet mundial”, disse Ciaran Martin, professor da Escola de Governo Blavatnik da Universidade de Oxford e ex-chefe do Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido.

Aeroportos

Os aeroportos de Cingapura, Hong Kong e Índia disseram que a interrupção significou que algumas companhias aéreas tiveram que fazer o check-in manual dos passageiros.

O Aeroporto Schiphol de Amsterdã, um dos mais movimentados da Europa, afirmou que foi afetado, enquanto a companhia aérea Iberia disse que operava manualmente nos aeroportos até que seus balcões de check-in eletrônicos e check-ins online fossem reativados. Houve alguns atrasos, mas nenhum cancelamento de voo.

A Air France-KLM disse que suas operações foram afetadas.

Embora houvesse relatos de empresas que restauraram gradualmente os seus serviços, os analistas avaliaram o potencial daquilo que chamaram de maior interrupção na indústria e na economia em geral.

“Todas as ferramentas de segurança de TI são projetadas para garantir que as empresas possam continuar a operar no pior cenário de violação de dados, portanto, ser a causa raiz de uma interrupção global de TI é um desastre absoluto”, disse Ajay Unni, presidente-executivo da StickmanCyber, uma das maiores empresas de serviços de segurança cibernética da Austrália.

Fonte: Agência Brasil

           

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Biden faz nova confusão, esquece nome de secretário da Defesa e o chama de ‘o homem negro’

Biden defendia seu histórico de ignorar críticas e indicar pessoas negras para altos postos do governo na emissora Black Entertainment Network quando se confundiu.

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez nova confusão nesta quinta-feira (18) e chamou seu secretário de Defesa, Lloyd Austin, de ‘o homem negro’ ao esquecer seu nome durante uma entrevista para um canal voltado à população negra americana.

Biden defendia seu histórico de ignorar críticas e indicar pessoas negras para altos postos do governo na emissora Black Entertainment Network quando se confundiu. “Precisamos tratar as pessoas com dignidade. Por exemplo, é só ver pra como me pressionam porque eu escolhi um… o secretário de Defesa… o homem negro, porque eu escolhi Ketanji Brown Jackson”, disse, em referência à juíza da Suprema Corte.

Depois do ocorrido, uma porta-voz do Pentágono disse que Austin “tem total confiança em Biden, com quem passou horas trabalhando de perto durante cúpula da Otan” que terminou no último dia 11. Austin é a primeira pessoa negra a chefiar o Pentágono na história dos EUA.

O lapso de Biden se soma a vários outros nos últimos dias, como quando disse na quarta (17) que apresentaria um plano para limitar o crescimento de aluguéis em US$ 55 quando quis dizer 5%, ou quando, na cúpula da Otan, confundiu sua vice Kamala Harris com seu adversário, Donald Trump.

A pressão de democratas pela desistência de Biden aumenta a medida que novos lapsos se acumulam e as chances de uma vitória de Trump, com consequências profundas para a democracia americana, crescem nas pesquisas.

Nesta quinta, uma reportagem do jornal The New York Times relatou que o presidente parece mais receptivo a ouvir argumentos defendendo sua saída. Já o britânico Financial Times cita doadores e funcionários do partido que disseram, sob condição de anonimato, que Biden está próximo de desistir e que a pressão contra sua permanência já é incontornável.

Foto Getty

Por Folhapress

           

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