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Política

Ex-assessor de Moraes no TSE nega à PF ter vazado mensagens de gabinetes

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O perito Eduardo Tagliaferro, que chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou em depoimento à Polícia Federal (PF) em São Paulo que tenha sido o responsável pelo vazamento de mensagens que revelam o uso ‘fora do rito’ do órgão da Corte Eleitoral pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A oitiva, realizada nesta quinta-feira (22) começou por volta das 10 horas e ocorreu no âmbito do inquérito aberto pelo próprio Moraes para apurar o caso. Além de Tagliaferro, a ex-mulher e o ex-cunhado também prestaram depoimento.

“Não foi ele [que vazou as mensagens]. É óbvio que não foi e ele negou. Mas ele respondeu todas as perguntas”, disse o advogado Eduardo Kuntz, que representa o perito.

De acordo com a reportagem da Folha de S.Paulo, o gabinete de Moraes teria dado ordens de forma não oficial para a produção de relatórios pelo TSE. O movimento foi feito por mensagens para embasar decisões do próprio ministro contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito das fake news e das milícias digitais, que tramitam no STF. Na época, Moraes presidia a Corte Eleitoral. As reportagens indicam que essas movimentações ocorreram “fora do rito”, em algumas ocasiões, via WhatsApp.

Há suspeitas de que as conversas tenham sido extraídas do celular do perito. No entanto, não se sabe se ele mesmo divulgou os diálogos. Tagliaferro, por sua vez, nega veementemente ter vazado as mensagens. A interlocutores, ele tem afirmado que não divulgou os dados de seu próprio celular e que “jamais se exporia ou colocaria sua vida em risco.”

Por ordem de Moraes, a Polícia Federal (PF) abriu um inquérito nesta segunda-feira (19) para investigar a origem do vazamento das mensagens que revelam o trânsito direto entre auxiliares de seu gabinete e o TSE durante investigações sobre bolsonaristas. Os autos estão sob sigilo e não foram digitalizados, o que é padrão para investigações que correm em segredo de justiça.

Quem é Eduardo Tagliaferro

Tagliaffero foi nomeado por Alexandre de Moraes em agosto de 2022 para exercer o cargo de assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, órgão que era submetido à Presidência do TSE. O perito tem um longo histórico de trabalhos na iniciativa privada, mas foi só em 2017 que ele começou a prestar serviços de perícia computacional, grafotécnica e documentoscopia para o Poder Judiciário.

O perito é formado em Engenharia Civil e Direito pela Universidade Paulista. Ele também é mestre em Inteligência Artificial pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Tagliaferro já trabalhou na área de tecnologia do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) e das Cortes de Justiça dos Estados de Goiás, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Ao chegar ao TSE pelas mãos de Moraes em 2022, Tagliaferro também foi designado para integrar o núcleo de inteligência da Corte, órgão que era composto por membros da Justiça Eleitoral e por representantes do Conselho Nacional dos Comandantes Gerais.

O núcleo de inteligência foi criado por Moraes com o objetivo de alinhar procedimentos com as Polícias Militares dos Estados e discutir questões relacionadas à segurança preventiva durante as eleições. A presença de Tagliaferro no órgão demonstra o seu prestígio com o ministro. Além dele, Moraes designou o seu secretário-executivo no TSE, o juiz Marco Antonio Martin Vargas, que exercia a função de braço-direito no processo decisório durante as eleições.

Tagliaferro foi exonerado do TSE em maio de 2023, após ser preso em flagrante em Caieiras, na Grande São Paulo, por violência doméstica. Na ocasião, o celular dele foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo. Consta no boletim de ocorrência que o aparelho foi lacrado, ou seja, teria ficado indevassável. O celular passou seis dias na delegacia.

A mulher do perito contou à Polícia que o então assessor da Corte Eleitoral chegou em casa “alterado” e a ameaçou. Teve início uma discussão, em meio a qual Tagliaferro foi até seu quarto, pegou uma arma de fogo e disparou uma vez. Após o tiro, a mulher correu até a garagem com as filhas. O caso foi registrado como violência doméstica, disparo de arma de fogo e ameaça.

Entenda o caso

De acordo com a Folha de S.Paulo, a equipe de Moraes pediu constantemente a produção de relatórios para embasar relatórios contra bolsonaristas que estão sendo investigados no inquérito das fake news e das milícias digitais Há um fluxo fora do rito, com um órgão do TSE sendo utilizado para nutrir o STF.

O jornal teve acesso a diálogos que mostram o setor de combate à desinformação do TSE sendo utilizado como um braço investigativo do gabinete do ministro. Na época das trocas de mensagens, Moraes presidia a Corte Eleitoral.

Em nota, o gabinete de Moraes afirmou que, no curso dos inquéritos, fez solicitações a inúmeros órgãos, incluindo o TSE. Segundo o magistrado, todas as ações foram feitas seguindo os termos regimentais.

Moraes pediu documentos probatórios sobre bolsonaristas que postaram ataques ao sistema eletrônico de votação, aos ministros do STF e que incitaram os membros das forças armadas contra o resultado das eleições de 2022.

O jornal diz ter obtido o material com fontes que tiveram acesso a um aparelho telefônico que contém as mensagens. São mais de seis gigabytes de mensagens via WhatsApp trocados por funcionários do gabinete de Moraes entre agosto de 2022 e maio de 2023.

Em um dos diálogos entre o juiz auxiliar de Moraes, Airton Vieira, e Eduardo Tagliaferro, o magistrado sugere estratégias para evitar que o uso do TSE como braço investigativo ficasse “descarado”. Uma das alternativas foi a de registrar os pedidos de relatórios com o timbre do TSE, assinado pelo juiz auxiliar Marco Antônio Vargas, e não com a assinatura do Supremo.

Os documentos envolviam, por exemplo, o blogueiro Paulo Figueiredo Filho e o comentarista político Rodrigo Constantino e deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP) e Daniel Silveira (PTB-RJ)

O gabinete do ministro também teria solicitado ao perito apurações sobre ameaças enviadas a ele e a seus familiares.

Fonte: JC

           

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Política

Fidelidade da direita a Bolsonaro é testada com ascensão de Marçal

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O crescimento do influencer Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas de intenção de voto à Prefeitura da capital vai testar a fidelidade dos eleitores de direita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Desde quando iniciou sua pré-campanha, Marçal tem se apresentado como o legítimo representante do bolsonarismo na eleição da maior cidade do país, apesar da aliança feita por Bolsonaro, que indicou o vice na chapa do emedebista.
Agora, diante da ameaça concreta do influencer, que cresceu sete pontos percentuais em duas semanas na pesquisa Datafolha, ultrapassando Nunes, a campanha do prefeito aposta na influência de Bolsonaro sobre o eleitorado conservador para tentar conter a ascensão de Marçal.
Fonte: DP

           

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Política

Datafolha aponta liderança de João Campos e empate técnico por segundo lugar

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Foi divulgada, na tarde desta quinta-feira (22), os números da nova pesquisa Datafolha para as eleições para prefeito do Recife, que apontam a liderança do candidato à reeleição João Campos (PSB), com 76% das intenções de voto, o que daria vitória em primeiro turno para o atual prefeito.

A pesquisa traz um empate técnico para o segundo lugar, em razão da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Gilson Machado (PL), figura na segunda posição com 6%, mas apenas 2 pontos percentuais separam Gilson de Daniel Coelho (PSD) e Dani Portela (PSOL), com 5% e 4%, respectivamente.

Os números divulgados nesta quinta-feira representam a primeira pesquisa do Datafolha após o início da campanha eleitoral, iniciada na última sexta-feira (16).

Em julho, em levantamento anterior, João Campos liderava com 75% das intenções de voto, seguido de Daniel Coelho (7%), Gilson Machado, (6%), Dani Portela (3%), Tecio Teles (1%) e Simone Fontana (1%), ainda sem Ludmila Outtes e Victor Assis, confirmados como candidatos semanas depois.

Pesquisa espontânea

João Campos também lidera na pesquisa espontânea, que acontece quando o entrevistador não fornece os nomes dos candidatos.

De acordo com a pesquisa Datafolha, João tem 51% das intenções de voto nesse formato, enquanto outros 5% votariam “no atual”. Na sequência, seguem Gilson Machado (4%), Daniel Coelho (1%), Dani Portela (1%). Branco, nulo e nenhum foram 4% dos entrevistados, enquanto entrevistados que deram outras respostas chegam a 4%. 32% dos entrevistados disseram que não sabem em quem votariam.

O mesmo formato, na pesquisa de julho, trazia João com 39%, Gilson com 2% e Daniel com 1%.

Nível de conhecimento dos candidatos

Nesta modalidade de pesquisa, João Campos também lidera, com 99% dos entrevistados afirmando que o conhecem. O segundo na lista é Daniel Coelho, conhecido por 88% dos entrevistados.

Completam a lista Dani Portela, conhecida por 50% dos eleitores; Tecio Teles, conhecido por 46%; Gilson Machado, conhecido por 37%; Simone Fontana por 22%, Ludmila conhecida por 17% dos eleitores e Victor Assis, por 11%.

Fonte: JC

           

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Política

Moraes atribui vazamento de mensagens a rede para abalar instituições

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes considera que o vazamento de trocas de mensagens entre servidores da Corte suprema e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode ser obra de “uma possível organização cr1minosa”. Para ele, grupo teria ajuda de uma rede virtual que atua para criar ou compartilhar mensagens contra a “estrutura democrática”.

A informação consta no inquérito 4972 que apura os vazamentos. O inquérito teve o sigilo derrubado pelo próprio Alexandre de Moraes, relator do caso, na noite desta quinta-feira (22/8). O objetivo dos eventuais cr1minosos, diz o ministro na justificativa para a abertura do procedimento, seria “desestabilizar as instituições republicanas” do Brasil.

As mensagens a que Moraes se refere aparecem em uma série de reportagens do jornal Folha de S. Paulo. Elas foram publicadas neste mês. Nelas é afirmado que teria havido comunicação extra-oficial para o andamento de inquéritos relatados pelo ministro. Isto configuraria uma suposta falha jurídica e levantou discussões sobre a possível anulação de provas.

A possível organização criminosa citada por Moraes teria tido auxílio de terceiros “utilizando-se de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”.

Ainda na justificativa, Moraes afirma que esta “organização cr1minosa” atua de maneira ostensiva contra a democracia e o Estado de Direito. “Especificamente contra o Poder Judiciário e em especial contra o Supremo Tribunal Federal, pleiteando a cassação de seus membros e o próprio fechamento da Corte Máxima do País, com o retorno da Ditadura e o afastamento da fiel observância da Constituição Federal da República”.

Foto Breno Esaki/Metrópoles

Por metropoles

           

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