Questão foi discutida no 12º Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento, em São Paulo.
O BC (Banco Central) e os emissores de cartões de crédito estudam uma maneira de simplificar a fatura mensal dos consumidores para facilitar a compreensão do que está discriminado no documento. A declaração foi dada nesta terça-feira (13) por Isaac Sidney Menezes Ferreira, diretor de relacionamento institucional e cidadania do BC, durante o 12º Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento, em São Paulo.
“Estamos, em conjunto com a Abecs [associação das empresas de cartões de crédito], buscando simplificar o formato das faturas”, afirmou o diretor do Banco Central.
“As faturas de cartão de crédito são muito complexas. Nós precisamos fazer com que o cidadão tome melhores decisões e entenda sua vida financeira. Isso passa por uma fatura que seja mais simples de entender.”
Segundo ele, há muitos números nas faturas de cartões, o que pode atrapalhar a tomada de decisão financeira.
“Estamos em tratativas para que possamos ter o melhor diagnóstico e simplificar as faturas.”
Fernando Chacon, presidente da Abecs e diretor do Itaú, diz que as conversas também incluem entidades de defesa do consumidor.
“A gente não acredita em uma padronização propriamente dita. Acredita na busca de cada vez mais clareza e transparência para a forma como o consumidor opta por pagar sua fatura”, diz.
Chacon afirma que o Brasil tem algumas jabuticabas que só existem no país. “No resto do mundo o consumidor recebe a fatura de R$ 100 e que o pagamento mínimo é R$ 15 ou R$ 20, depende do cliente. Ele opta por pagar alguma coisa entre o mínimo e o valor total e acabou”, diz.
“Aqui, tem o valor total da fatura, o valor que ele está rotativando [colocando no rotativo do cartão], o valor que ele tem parcelado, o valor do parcelamento anterior, o parcelado sem juros. A quantidade de informação que está disponível na fatura aqui no Brasil é muito grande”, diz.
Para ele, é possível simplificar, usando conceito de design de serviços e ouvindo o cliente para descobrir o como ele prefere que o dado seja apresentado para ele.
“A Abecs vai tentar, de uma certa forma, junto aos emissores, criar uma padronização para que a gente consiga melhorar a qualidade de informação para o cliente final”, informou.
Mas a tarefa pode não ser tão simples, indica Ricardo Vieira, diretor-executivo da associação. Isso porque cerca de 80% do conteúdo das faturas são regras obrigatórias. “O campo livre é de 20%”, diz. “Na prática você tem muita instrução por lei que você acaba tendo que cumprir que restringe a nossa liberdade de fazer o melhor trabalho de comunicação”, complementa Chacon.
NOVO CREDIÁRIO
O presidente da Abecs afirmou ainda que as conversas para a criação de uma linha de financiamento ao consumo que serviria de alternativa ao parcelado sem juros estão evoluindo e a opção deve estar disponível em 2019, mas com um piloto previsto para ser implementado no fim deste ano. Com informações da Folhapress.
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