Política
Com recados ao mercado, Lula diz que vai ‘abrasileirar’ o preço da gasolina
Lula já tinha declarado que acabaria com a paridade internacional de preços da estatal.
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Ciente de como suas declarações repercutem no mercado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou entrevista à rádio Progresso FM, de Cariri (CE), para mandar recados a representantes do setor. Sua principal mensagem nesta quinta-feira, 17, foi a repetição de que, se voltar ao governo, ele vai “abrasileirar” o preço do combustível. Lula já tinha declarado que acabaria com a paridade internacional de preços da estatal.
“Eu sei que o mercado fica nervoso quando eu falo, mas eu quero que eles pensem o seguinte: Nós vamos abrasileirar o preço da gasolina. O preço vai ser brasileiro, porque os investimentos são feitos em reais, a gente vai tirar gasolina, a gente vai aumentar a capacidade de refino”, prometeu o ex-presidente, criticando a venda de refinarias no País, e declarando a necessidade de se fazer mais refinarias.
Durante a entrevista, o mercado esteve presente nas falas do presidente. “Eu não vou pedir voto pro mercado, eu vou pedir voto pro povo brasileiro, porque o povo brasileiro é o grande mercado que eu quero ajudar nesse país”, afirmou. “O mercado não existirá se não existir o povo com capacidade de trabalhar e de consumir”, destacou.
Sobre a apreensão dos empresários com relação a sua chegada ao Planalto, o petista lembrou que 1989, quando o empresário Mario Amato, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), declarou que se ele fosse eleito “uns 800 mil empresários vão deixar o Brasil”. Uma bobagem imensa, classificou Lula. “Demorei um pouco e ganhei as eleições e nunca os empresários ganharam tanto dinheiro como ganharam no meu governo”.
“O mercado vai me agradecer, porque ao invés do mercado ver alguém dormindo na sarjeta e nas ruas de Fortaleza, ao invés do mercado ver alguém dormindo na sarjeta da Avenida Paulista, ao invés da gente ver a morte daquele congolês lá no Rio de janeiro, aquele jovem que foi assassinado brutalmente em um quiosque da praia, a gente vai ver um povo feliz”, disse o ex-presidente. “Essa é uma coisa que o mercado vai ter que se acostumar, porque eu não quero que o mercado venha fazer pergunta pra mim o que eu vou fazer, eu quero perguntar pro mercado o que eles vão fazer pelo País”, disse.
Na esteira de críticas, o ex-presidente também reclamou da privatização da Eletrobrás. “Vai aumentar mais a energia elétrica, para deixar o povo mais no escuro, porque os empresários privados não têm preocupação se o povo está vivendo no escuro […] o que ele quer é lucro”, afirmou. “Quem tem que cuidar do povo é o Estado”, pontuou.
A opinião foi a mesma com relação aos Correios. “Eu queria dizer pra você que o correio vai continuar funcionando porque o correio presta um serviço extraordinário para o povo brasileiro”, disse. “Nós vamos manter os carteiros e os correios funcionando, não se preocupe que no nosso governo ele será fortalecido e não prejudicado” afirmou, apesar de declarar que não é a favorável à “estatização de tudo” somente a de empresas estratégicas que atendam aos interesses do País.
Por Estadão Conteúdo
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Política
Moraes nega recurso de Bolsonaro e diz que defesa já tem acesso à provas
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou nesta quinta-feira (27) o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para acessar provas que constam na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito do golpe. Moraes apontou que a defesa já têm acesso aos elementos do processo.
O advogado Carlos Vilardi, que coordena a equipe jurídica do ex-mandatário, solicitou mídias obtidas pela Polícia Federal durante a investigação, como troca de áudios e mensagens entre o tenente-coronel Mauro Cid e o general da reserva Mário Fernandes, preso durante a Operação Contragolpe, em 2024.
“Em audiência realizada com o advogado de Jair Messias Bolsonaro, em 26 de fevereiro de 2025, no Salão Branco dessa Suprema Corte, foi afirmado, novamente, que a Defesa não teria acesso às mídias envolvendo a comunicação entre Mário Fernandes e Mauro César Barbosa Cid”, disse Moraes.
Na semana passada, o advogado se reuniu com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, no último dia 24 e, dois dias depois, com Moraes para discutir as petições.
Na nova negativa, Moraes afirmou que “todos os documentos” mencionados pela defesa de Bolsonaro estão disponíveis nos autos do processo, assim como nos procedimentos relacionados, no qual “foi garantido amplo acesso aos elementos de prova, inclusive a mesma prova analisada pela Procuradoria-Geral da República”.
Por Gazeta do Povo
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Política
Moraes reage a post do governo Trump e diz que Brasil deixou de ser colônia em 1822
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), defendeu a soberania do Brasil e afirmou que o país deixou de ser colônia em 1822. Sem citar os Estados Unidos, o magistrado citou a independência do Brasil e a construção da ONU contra o nazismo.
Moraes deu as declarações durante a sessão plenária da corte nesta quinta-feira (27), antes de iniciar o relatório de casos sobre a Lei de Abuso de Autoridade que relata. Ele participa por videoconferência.
O ministro Alexandre de Moraes, durante sessão Adriano Machado – 27.nov.24 Reuters Um homem calvo, com expressão séria, está sentado em uma cadeira de couro amarelo. Ele usa um terno escuro e uma gravata azul clara. Ao fundo, há outras pessoas em um ambiente que parece ser uma sala de reuniões ou tribunal. “Reafirmo nosso juramento integral de defesa da Constituição brasileira e pela soberania do Brasil, pela independência do Poder Judiciário e pela cidadania de todos os brasileiros e brasileiras, pois deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822 e com coragem estamos construindo uma República independente e cada vez melhor”, disse.
Até então, os ministros do Supremo vinham minimizado as ações tomadas em território americano, desde que a empresa de mídia de Trump, a Truth Social, e a Rumble, plataforma de vídeos, recorreram à Justiça na Flórida para que as ordens do ministro sejam declaradas ilegais.
Sob reserva, magistrados e assessores próximos a eles afirmam que não há impacto significativo sobre a rotina do Supremo e negam grandes preocupações em relação aos movimentos do presidente americano, de aliados e de bolsonaristas no país.
Alvo prioritário da ofensiva, Moraes diz a interlocutores que não tem o hábito de viajar aos EUA, não tem bens imóveis ou patrimônio no país e, portanto, não estaria dando muita importância às medidas por não ser afetado por elas.
Os demais magistrados mantêm linha parecida. Até o momento, acompanham o noticiário, mas sem se mobilizarem internamente para pedir uma posição institucional de defesa ou resposta.
Ainda na terça-feira (25), antes da publicação do Departamento de Estado dos EUA, o decano do Supremo, Gilmar Mendes, afirmou em conversa com jornalistas ser extravagante a apresentação de uma ação judicial contra Moraes em um tribunal americano, mas sem grande impacto.
“É algo muito extravagante uma empresa que sofra algum tipo de sanção aqui entrar com ação nos Estados Unidos contra o juiz que tomou a medida. A forma de impugnar as decisões judiciais é impugnar perante a própria corte que é competente”, disse.
Por Folhapress
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Política
Lula e Tarcísio exaltam diálogo em evento com vaia a governador e coro ‘sem anistia’
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O presidente Lula (PT) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) exaltaram o diálogo firmado entre os dois durante o lançamento do edital para a construção do túnel Santos-Guarujá, nesta quinta-feira (27), uma parceria entre as duas gestões.
O evento em Santos também teve vaias a Tarcísio, coro de “sem anistia” e menções à tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.
Tarcísio foi ministro de Jair Bolsonaro (PL) e, com o aliado inelegível, é um dos cotados para disputar a Presidência em 2026 pelo campo da direita. Lula poderá disputar a reeleição no ano que vem.
O governador sentou-se na primeira fileira do evento, ao lado de Lula. Em duas ocasiões, a plateia cantou o coro “sem anistia”, em referência ao perdão discutido no Congresso aos manifestantes golpistas que invadiram e depredaram prédios públicos no 8 de janeiro. Tarcísio já defendeu a anistia publicamente.
Também houve reações, do ministro da Casa Civil Rui Costa (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), às revelações sobre a tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.
Nesta semana, Tarcísio classificou como “forçação de barra” e “revanchismo” a denúncia que implicou Bolsonaro no crime.
“Enquanto alguns maquinavam o assassinato de seus adversários, Lula promove o diálogo e estende as mãos em benefício do povo e do desenvolvimento do Brasil”, afirmou Alckmin, que, segundo a Polícia Federal, teve sua morte tramada por militares golpistas.
Em sua fala, Lula disse que a fotografia tirada nesta quinta-feira talvez marque um novo momento para o Brasil. E afirmou a Tarcísio que ele está “fazendo história” com as parcerias que estão construindo.
“Pode ficar certo que o povo compreende o que está acontecendo. Tem gente do lado do Tarcísio que não gosta de vê-lo do meu lado. Tem gente do meu lado que não gosta de me ver do teu lado. Temos que ter consciência que só temos um lado: atender bem o povo de São Paulo e do Brasil.”
O presidente disse ainda que aquele momento representava uma promessa de campanha: trazer o Brasil de volta à normalidade. “Não fomos eleitos para brigar, fomos eleitos para compartilhar nosso esforço e fazer com que o povo sinta prazer em ser governado por alguém preocupado com ele”, afirmou.
Tarcísio agradeceu a Lula por ter colocado o túnel como prioridade. Mencionou uma ocasião, em meio às conversas sobre o projeto, em que o presidente disse que não era hora de discussão política, porque precisavam atender o cidadão.
O governador afirmou que esse momento mostra que “é possível sentar na mesa e construir”. “As diferenças têm que ser deixadas de lado para que a gente chegue num consenso e possa atender a população”, disse.
Tarcísio foi vaiado duas vezes ao mencionar investimentos na região feitos pela Sabesp, privatizada em sua gestão. Na primeira delas, Lula levantou as mãos em um gesto de lamento.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), foi um dos que exaltaram o diálogo entre Lula e Tarcísio. Pressionado por bolsonaristas a pautar a anistia do 8 de janeiro, afirmou que buscará a convergência à frente da Casa.
“Nosso povo cansou de conflitos, não quer mais radicalismo, não aguenta mais viver numa tensão que só faz mal a nós mesmos”, disse.
“Enquanto presidente da Câmara fiz questão de estar pessoalmente aqui para dizer que à frente daquela Casa Legislativa vamos tentar replicar esse momento de convergência na pauta da Casa.”
A construção do túnel Santos-Guarujá chegou a gerar desconforto entre as gestões Lula e Tarcísio. Inicialmente, o governo federal pretendia construir o túnel por meio de obra pública, com verbas da União, do estado e da Autoridade Portuária de Santos.
Depois, porém, a Autoridade Portuária sinalizou que dispensaria a participação do governo estadual no projeto. A instituição é vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos, dirigido por Silvio Costa Filho (Republicanos), colega de partido de Tarcísio.
O governador ficou incomodado com a tentativa de escanteamento, argumentando a aliados que ele havia tocado o projeto enquanto ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro. Tarcísio foi então ao Planalto para conversar diretamente com Lula e selar um acordo de parceria para a construção do túnel.
Foto Getty
Por Folhapress
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