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Terminado o velório do Rei Pelé na Vila Belmiro nesta terça-feira, foi dado início do cortejo com o corpo do ídolo máximo do futebol brasileiro pelas ruas da cidade de Santos. O principal destino era o Canal 6. Nesta avenida vive a mãe do Rei Pelé, Dona Celeste, e a irmã Maria Lúcia. No portão da casa, foi colocada uma bandeira do Brasil.
Durante a celebração da missa católica no encerramento do velório ainda na Vila Belmiro, foi dito que Dona Celeste não tem plena noção da morte do filho. Em frente à casa da família, no Canal 6, milhares de pessoas se aglomeravam para acompanhar o cortejo. Uma bandeira com os dizeres “Pelé Eterno” decorava uma das janelas da casa.
Em dado momento, a irmã de Pelé, Maria Lúcia, apareceu na janela e na varanda da casa e foi muito aplaudida pelos fãs do Rei. O público entoou o nome de Pelé e recebeu o agradecimento da emocionada Maria Lúcia. A irmã de Pelé não conteve as lágrimas. Da varanda da casa da mãe do Rei, familiares dele pediram que o público que tomava o Canal 6 entoasse um Pai Nosso e uma Ave Maria.
Dona Celeste tem 100 anos e sempre acompanhou Pelé. Entusiasta da carreira do jogador, se mostrava reticente, porém, a mudança de cidades, em especial a saída de Bauru para Santos na década de 1950. O caixão com o corpo de Pelé saiu do gramado às 10h15 e foi colocado em cima do caminhão dos bombeiros às 10h19. Deixou a Vila Belmiro pelo portão 4, partindo às 10h25 para dar início ao cortejo fúnebre sob aplausos dos fãs.
O percurso em Santos começou no canal 2, passando pelo canal 6 e terminando no Memorial Necrópole Ecumênica. Ele será sepultado no mausoléu no primeiro andar dentro do cemitério mais alto do mundo.
O trajeto é feito com escolta especial, incluindo batedores da Polícia Militar e do segundo Batalhão da Polícia do Exército. Sob um sol escaldante, os fãs não se importaram com o forte calor – faz mais de 30 graus em Santos – e gritaram repetidas vezes o nome de Pelé e algumas músicas alusivas ao Santos antes e assim que começou o cortejo.
DONA CELESTE
No dia 20 de novembro, Dona Celeste completou 100 anos. Ela se mudou para Santos com o filho e a família em 1956.
Uma de suas frases preferidas de Pelé sempre foi que Dona Celeste e Seu Dondinho, seu pai, o fizeram e jogaram a fórmula fora. Falava isso para dizer que ele era único, como se viu dentro de campo com a camisa do Santos e da seleção brasileira.
Sua mãe sempre esteve nos bastidores de sua vida e carreira. Discreta, dona Celeste nunca apareceu. Preferia quase que o anonimato não fosse o fato de ter o filho famoso. Uma das paixões de Pelé sempre foi reunir a família para grandes almoços aos domingos, com a presença da matriarca.
Com a idade avançada, Dona Celeste vive “em seu próprio mundinho” como explica a filha Maria Lúcia, que acredita que a mãe de alguma forma sabe da morte de Pelé. Nas vozes dos narradores esportivos do Brasil, ao longo da carreira de Pelé, Dona Celeste sempre foi uma espécie de mulher abençoada por ter dado ao futebol o melhor jogador de todos os tempos. Era a forma de agradecer a ela cada jogada genial do seu filho. Dona Celeste sempre cuidou da casa e ajudava no que podia também para sustentar os filhos.
Por Estadão Conteúdo
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