Para Machiavel, um governante que não demonstra força diante dos aliados e adversários, tende a fracassar. Em outras palavras, estas pernambucanas, o ex-governador Roberto Magalhães afirmou, “governo é governo e oposição é oposição” quando precisou delimitar bem o espaço do seu Governo na Assembleia Legislativa. A governadora Raquel Lyra conhece bem Machiavel, da mesma forma que deve ter tomado conhecimento da frase de Magalhães. O fato é que, mesmo após 1 ano e quatro meses de mandato e de desgastes no relacionamento com a Alepe, resolveu seguir a lição dos dois.
Na semana passada usou a caneta para afastar, de uma só vez, de sua administração, aliados de deputados que, embora se dizendo governistas, estão lhe fazendo oposição dura na Assembleia, bem como de dirigentes partidários que decidiram apoiar o prefeito João Campos. A degola acabou? Não. O que se diz nos gabinetes do Palácio das Princesas é que Raquel continuará agindo assim, só que com via de mão de dupla. Quem lhe for fiel será bem atendido e bem recebido, quem não for será ouvido mas não atendido. A mensagem foi captada de imediato na Alepe que vem debatendo, há quase dois meses, o projeto de extinção das faixas salariais da PM cujo veredicto final será dado em plenário na próxima terça-feira. “Eita a governadora agora está mostrando força”- comentou um deputado da base que estava desaparecido dos debates e voltou à ativa.
Por enquanto, o alvo foram deputados rebeldes do PL mas este blog apurou, com fontes credenciadas , que a caneta da governadora vai ser usada sempre que necessário. “Nos próximos dias ocorrerão mudanças no Governo que já vinham sendo estudadas há um certo tempo. Não tem nada a ver com este projeto em votação” – tenta disfarçar um assessor do primeiro escalão. Na verdade, como não abriu sua administração para quase nenhum político, limitando-se ao PL ( com cinco deputados mas só dois deles governistas) e ao PP, (com oito deputados e influência sobre mais dois) não há um só dia em que não se especule na Assembléia sobre prováveis mudanças para fortalecer os demais partidos da base. A espera foi tanta que os gabinetes dos deputados deixaram de acompanhar diariamente os atos de nomeação e exoneração do Diário Oficial, só voltando a fazê-lo com a exonerações acontecidas recentemente.
– “Quem conhece Raquel de perto sabe que ela tem um estilo próprio de fazer política. Primeiro, ela arruma a casa, faz caixa, e só a partir do segundo ano põe todos os projetos em execução. Foi assim em Caruaru. Até o segundo ano de sua administração se dizia que ela não iria se reeleger e ela se reelegeu bem e hoje é governadora. “- diz um amigo da governadora que prefere permanecer no anonimato. Segundo ele, “além dos muitos projetos que está tocando ao mesmo tempo, a população e sobretudo os políticos podem ter certeza de que ela só começa uma obra ou um projeto com dinheiro em caixa. Não deixa nada para depois e nem obra inacabada”.
Será que todos vão entender isso e que a governadora vai conseguir, daqui pra frente, como aconteceu em Caruaru, recuperar o tempo que perdeu em 2023 quando nem fez política nem pode iniciar seu programa de Governo? Esta é a incógnita mas, os que a cercam, estão plenamente convictos disso. “Agora mesmo a governadora concluiu a obra de duas importantes estradas no São Francisco e imediatamente seus índices de aprovação cresceram muito na região. Vai ser assim em todas as regiões pois O Governo está atuando organizadamente em todos os locais e por diversas vias”- diz um entusiasmado assessor.
Na área política, além da espera pelas mudanças que vão continuar saindo no Diário
Oficial o maior teste do Governo será esta terça-feira na Assembléia com a votação em plenário das faixas salariais. Dá-se como muito provável a aprovação da matéria até porque o substitutivo da oposição virou letra morta após ser derrotado, de forma terminativa, na Comissão de Finanças. Para isso, o Palácio já está com o discurso preparado. A base deve mostrar nas discussões que acabar com as faixas salariais não é projeto de Governo nem de Oposição mas da própria PM pois foi a corporação que pediu isso à governadora. Também será colocado que derrotar o projeto é ir contra os policiais que não vão poder mais contar com aumento este ano e com o fim da primeira faixa logo mais, no mês de junho. É, pelo visto, o Governo começou a aprender como se portar nesses tempos de “independência “legislativa. Agora é esperar o resultado.
Fonte: JC
Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.
Siga-nos em nossas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram. Você também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.