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Dos 184 municípios pernambucanos, 36 atravessam um cenário de surto de arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, vetor dos vírus causadores da dengue, zika e chikungunya. Outros mais de 40 se encontram em situação de alerta, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), de acordo com o Índice de Infestação Predial do 2º ciclo do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa).
No que compreende as gerências regionais de Saúde em Afogados da Ingazeira (X Geres), e Serra Talhada (XI Geres), os municípios de Ingazeira, Tabira, Brejinho e Serra Talhada, todas no Sertão do Pajeú, estão no Índice de Infestação Predial (IPP), em Pernambuco, elevados, referente ao 2º ciclo do LIRAa/LIA de 2021. Os dados foram captados em 17 de maio de 2021. A situação satisfatória de risco do IPP é de 1,0. A situação de alerta do IPP é entre 1,0 a 3,9. A situação de risco do IPP é de 3,9. Os municípios citados acima estão numa situação do IPP em 3,8.
O intervalo entre as Semanas Epidemiológicas (SE) 1 e 26, que se estende de janeiro a junho, é considerado a época de sazonalidade das arboviroses. Ou seja, o período de maior incidência de casos. Isso acontece por serem meses de maior volume de chuva, mas também de temperaturas elevadas em grande parte do Brasil.
O cenário é ideal para a reprodução do Aedes aegypti, que deposita os ovos em áreas próximas à água e aproveita o calor para a eclosão dos ovos.
Isso não significa, porém, que a segunda metade do calendário esteja livre dessas doenças, até porque as questões ambientais têm refletido em oscilações climáticas. O mais indicado, mesmo, é evitar a formação de criadouros do mosquito transmissor, independente da época.
Números
O boletim epidemiológico de arboviroses da SES-PE aponta que, entre 3 janeiro e 15 de maio deste ano, houve aumento de 135,8% nos casos de chikungunya e de 61,8% nos casos de zika registrados no Estado em comparação com o mesmo período de 2020. Em contrapartida, as notificações de dengue caíram 28%.
Apesar do aumento reconhecido no fluxo de pacientes com sintomas sugestivos das doenças nas unidades de saúde do Estado nas últimas semanas, a gerente de arboviroses da SES-PE, Claudenice Pontes, ressalta que, neste momento, é difícil estabelecer comparativos com o ano passado.
Isso porque as notificações de 2020 ficaram comprometidas por conta do início da pandemia de Covid-19 em Pernambuco, em meados do mês de março.
“Antes da pandemia, a gente teve alguns municípios em situação epidêmica de dengue. Quando eu comparo a esse ano, podemos pensar em subnotificação por causa da Covid. Mas que está tendo um aumento é fato”, diz ela.
Por Penotícias