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EUA: Senado absorve Donald Trump do impeachment

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Em votação histórica que durou pouco mais de meia hora, a maioria dos senadores americanos votou, nesta quarta-feira (5/2), pela absolvição do presidente Donald Trump, que havia sofrido impeachment pela Câmara alguns meses antes. Com o desfecho, que já era esperado, Trump permanece na Presidência para disputar a reeleição em 3 de novembro.

No julgamento da primeira acusação (ou, no termo técnico, artigo de impeachment), 52 senadores votaram a favor de Trump, e eram necessários dois terços da Casa (67) para que ele fosse condenado e removido do cargo — os votos pela condenação foram 48. O placar foi semelhante na votação da segunda acusação: 53 a 47 em favor de Trump.

O processo de impeachment reforçou a polarização partidária nos EUA: enquanto a Câmara, de maioria democrata (oposição), defendeu a saída do presidente, o Senado, de maioria republicana (partido de Trump), o absolveu.

Trump era acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso.

A primeira acusação remete a um telefonema, em julho passado, entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicando que o americano estava pressionando o líder da Ucrânia a investigar Joe Biden — pré-candidato democrata para a eleição de novembro — em troca de uma ajuda militar financeira americana.

Diferentes testemunhas ouvidas pela Câmara afirmaram que houve uma tentativa de pressionar os ucranianos, algo que Trump negou, dizendo-se vítima de uma “caça às bruxas” partidária.

Críticos afirmam que isso configura tentativa de influenciar as eleições americanas com a ajuda de um país estrangeiro.

Alguns senadores republicanos afirmaram publicamente considerar a conduta de Trump reprovável, mas não o suficiente para afastá-lo do cargo, preferindo a avaliação do povo americano nas urnas.

Um ponto importante, porém, é que o proeminente senador Mitt Romney votou a favor da condenação de Trump por abuso de poder, tornando-se o único republicano a defender a saída de Trump e contrariando a maioria de seu partido.

A segunda acusação da Câmara, de obstrução do Congresso, tentava imputar ao presidente uma suposta tentativa de dificultar as apurações legislativas sobre sua conduta. A acusação também foi rejeitada.

Trump é o terceiro presidente americano a passar pelo processo de impeachment. Antes dele, foram Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998. Ambos sofreram o impeachment pela Câmara, mas depois foram absolvidos em seus julgamentos no Senado.

Polêmica das testemunhas

O Senado sinalizava pela absolvição do presidente desde o início do processo e isso foi reforçado na sessão de sexta-feira passada, quando a maior parte dos senadores votou contra a convocação de mais testemunhas no caso.

A principal testemunha que deixou de depor é o ex-conselheiro nacional de segurança republicano John Bolton, que, segundo relatos sobre seu livro prestes a ser lançado, tem afirmado que Trump, em maio de 2019, lhe disse diretamente que não liberasse ajuda militar de quase US$ 400 milhões à Ucrânia até que o governo ucraniano concordassem em investigar Biden e seu filho, Hunter.

Isso é central no debate em torno do impeachment, já que Trump é acusado de usar a ajuda militar em questão para pressionar o governo ucraniano a investigar um adversário eleitoral — o que, para críticos, configurou tentativa de interferência nas eleições americanas e abuso de poder.

Trump, em contrapartida, chamou de mentirosa a fala atribuída a Bolton.

Já o advogado de Trump disse, durante as sessões no Senado, que tudo que um presidente faz a serviço de sua própria reeleição pode ser considerado de interesse público e, portanto, não passível de impeachment.

A partir de agora, com a absolvição de Trump, a expectativa é de que tanto governistas quanto oposição voltem suas atenções à campanha eleitoral e às primárias democratas, que definirão o candidato a enfrentar o presidente nas urnas em 3 de novembro.

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41 pessoas desaparecem após avalanche nos Himalaias

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Pelo menos 41 pessoas estão desaparecidas após terem sido arrastadas por uma avalanche, esta sexta-feira (28), em uma região montanhosa no norte da Índia, nos Himalaias, na região de Chamoli. 

De acordo com a Sky News, o incidente ocorreu junto dos estaleiros de uma construção.

A polícia revelou que, inicialmente, pelo menos, 57 pessoas estavam desaparecidas. No entanto, 16 já foram resgatadas.

“Um total de 57 trabalhadores do departamento de estradas de fronteira da Índia ficou soterrado após ocorrer uma avalancha. Entretanto, 16 destes já foram resgatados”, disse o ministro-chefe do estado de Uttarakhand, Pushkar Singh Dhami, em uma declaração para imprensa.

Cinco das pessoas até agora resgatadas estão em estado grave e foram transportadas para uma instalação militar para receberem tratamento.

Um repórter da Índia, da Sky News, afirmou que o exército indiano está também ajudando, em conjunto com os serviços de resgate, com cerca de 150 militares.

“Neste momento, a operação de resgate é lenta porque estamos enfrentando dificuldades devido à chuva”, informou o magistrado do distrito de Chamoli, Sandeep Tiwari, acrescentando que “assim que o tempo melhorar” vão acelerar o resgate. 

A área montanhosa no oeste dos Himalaias, a 20 quilômetros da fronteira com a China, foi atingida por precipitações nas últimas horas e continua em alerta laranja, de acordo com o mais recente relatório do departamento meteorológico indiano (IMD, na sigla em inglês).

Segundo o engenheiro chefe do departamento de estradas de fronteira da Índia, C.R. Meena, pelo menos três ambulâncias foram enviadas para a área, mas a equipe de resgate está com dificuldades em chegar ao local onde ocorreu o incidente.

As tempestades de neve e as avalanchas são os dois maiores perigos nos Himalaias indianos, localizados no norte do país.

As avalanchas costumam afetar os visitantes que vêm à região para admirar as suas paisagens e caminhar pelas suas montanhas.

Pelo menos nove turistas morreram nos Himalaias indianos em 06 de junho do ano passado, depois de terem ficado presos durante quase 48 horas numa tempestade de neve.

Os acidentes durante a construção de infraestruturas são comuns na Índia, onde as condições nem sempre são as mais seguras ou cumprem as normas de segurança.

Foto  Firdous Nazir/NurPhoto via Getty Images

Por Notícias ao Minuto

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Governo Milei classifica pessoas com deficiência de idiotas e débeis mentais

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Um órgão ligado ao governo de Javier Milei e repaginado sob sua administração se referiu a pessoas com deficiência intelectuais como débeis mentais, imbecis e idiotas, todos termos considerados pejorativos e abandonados pela comunidade médica há décadas.

A menção foi feita em janeiro em um anexo interno de uma resolução no Boletim Oficial, equivalente ao Diário Oficial da União brasileiro, mas só agora veio a debate público após críticos compartilharem o trecho na rede social X. Fato que mais causou surpresa, o documento foi assinado pelo diretor da Agência Nacional de Deficiência da Argentina, o advogado Diego Orlando Spagnuolo.

O anexo detalha condições para a concessão de pensões vitalícias a pessoas sem recursos ou impossibilitadas de trabalhar. A certa altura, categoriza pessoas com deficiência de acordo com seus níveis de QI (quociente intelectual). Do mais baixo ao mais alto, usa os seguintes termos: idiota, imbecil, débil mental (profundo, moderado e leve).

Todos os termos já não usados por organizações de saúde ao redor do mundo, entre elas a OMS (Organização Mundial da Saúde), que agora o governo Milei, na esteira de Donald Trump nos Estados Unidos, diz que abandonará. A categorização de deficiências intelectuais tampouco é feita unicamente com base no QI de um indivíduo, mas também leva em conta, por exemplo, as suas habilidades de adaptação na sociedade.

A gestão de Milei e a agência responsável por este tema não comentaram o uso do vocabulário equivocado. Grupos de direitos humanos, porém, já haviam questionado a Casa Rosada. Seis ONGs pediram no início deste mês que a resolução composta por esse anexo seja derrubada.

Primeiro, o grupo afirma que o documento trabalha com um conceito obsoleto e errado de invalidez. O texto do governo fala que há uma suposta porcentagem de deficiência física e intelectual que leva a pessoas inválidas para o trabalho, algo que “excede seus limites de deficiência física ou psíquica”. As ONGs argumentam que classificar as pessoas como válidas ou inválidas para o trabalho é discriminatório.

Segundo, o grupo lembra que o texto usa linguagem discriminatória. “São expressões que reforçam a discriminação que historicamente existiu e que ainda hoje existe contra as pessoas com deficiência; termos como ‘atraso mental’, ‘imbecil’, ‘idiota’ e ‘débil mental’ são pejorativos e obsoletos.”

O vocabulário não está muito distante de falas públicas de Milei nas redes sociais e em eventos. É comum que ele use os termos idiota e imbecil para se referir a opositores e jornalistas.

Mais recentemente, em viagem aos EUA na semana passada e durante um discurso no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Washington, o ultraliberal ficou incomodado quando seu celular recebeu uma ligação e fez o barulho da chamada, interrompendo a transmissão ao vivo que fazia em sua conta no Instagram diretamente com seu aparelho pessoal. “Imbecil, mal nascido”, disse ele, reagindo.

Visivelmente incomodado, Milei afirmou que alguém estaria ligando de propósito para atrapalhar a transmissão. “Na Argentina temos muitos cabeças de polvo. Os chamamos assim porque o polvo tem o aparato digestivo na cabeça, de modo que ela está cheia de excrementos”. Nos polvos, o esôfago atravessa o cérebro.

Foto  Tomas Cuesta/Getty Images

Por Folhapress

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Israel ignora cessar-fogo e diz que não sairá de corredor estratégico de Gaza

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 O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, anunciou nesta quinta-feira (27) que o Exército de seu país vai permanecer indefinidamente no corredor Filadélfia, uma faixa estratégica na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, contrariando o acordo de cessar-fogo em vigor desde janeiro.

“Recebemos luz verde dos Estados Unidos. Fornecemos um mapa a eles, e estamos ficando indefinidamente”, disse Katz em reunião com líderes regionais, segundo comunicado de seu gabinete.

O tratado, aceito pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, previa que a retirada das forças israelenses da região começasse no 42º dia da fase um do acordo -ou seja, neste sábado (1º)- e fosse concluída até o 50º dia, em 9 de março.

Em seu discurso, de acordo com o jornal israelense The Times of Israel, Katz afirmou que “mesmo durante o cessar-fogo, recebemos informações de inteligência de que o Hamas está planejando ataques contra soldados e comunidades. Isso é o Hamas.”

Ele afirmou que os assentamentos na Cisjordânia são uma barreira de proteção para Israel e que documentos apreendidos mostram planos do grupo terrorista para atacar essas áreas antes do 7 de Outubro, classificando a ameaça como séria.

Uma investigação conduzida pelo exército israelense determinou que o Hamas conseguiu realizar o ataque mais mortal na história de Israel em 7 de outubro de 2023, porque o Exército israelense subestimou as intenções do grupo terrorista e subestimou suas capacidades. As conclusões foram divulgadas nesta quinta.

A decisão de Israel de permanecer no corredor de Filadélfia pode elevar as tensões na segunda fase do cessar-fogo, que prevê novas trocas de reféns e corpos de sequestrados israelenses mortos por prisioneiros palestinos.

O Hamas devolveu, na manhã desta quinta, quatro vítimas israelenses, 3 mortas em cativeiro e 1 durante o ataque, de acordo com Israel. O Fórum de Famílias de Reféns confirmou suas identidades. Em seguida, Israel libertou mais de 600 prisioneiros palestinos.

Esta é a última ação da primeira fase do acordo de trégua mediado por Qatar, Egito e Estados Unidos, que entrou em vigor em 19 de janeiro. As regras para a etapa seguinte ainda não foram definidas. O Hamas pediu, nesta quinta, que Israel retome as negociações.

O corredor de Filadélfia é uma faixa de aproximadamente 100 metros de largura e 14 quilômetros de extensão. Segundo Netanyahu, a área é usada pelo Hamas para contrabandear armas para o território palestino, o que o faz ser um ponto estratégico de segurança para Israel.

Com o acordo de paz assinado entre Israel e Egito em 1979, Tel Aviv manteve o controle da área. No entanto, com a retirada israelense de Gaza em 2005, a administração do corredor passou para as autoridades palestinas, ainda que com restrições do Cairo e de Tel Aviv. Mesmo após a chegada do Hamas ao poder, esse arranjo foi mantido até a atual ofensiva militar no território.

Foto Getty

Por Folhapress

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