No SAHA, primeiro hospital privado a realizar o procedimento, o endosleeve já representa 15% de todos os tratamentos de obesidade.
Nos últimos dez anos, a obesidade avançou em todas as faixas etárias. Um dos maiores aumentos se deu entre jovens de 18 a 24 anos, onde a condição praticamente dobrou. Hoje, quase metade da população adulta está acima do peso ideal, sendo que o percentual de pessoas com obesidade leve (IMC 30 a 35), nesse período, aumentou em 58%. Para tratar esses casos, a técnica endosleeve de gastroplastia endoscópica se provou um sucesso desde que começou a ser realizada no início de 2017.
De acordo com Eduardo Grecco, cirurgião e endoscopista que integrou a equipe médica responsável pela implantação do novo método no Brasil, a gastroplastia endoscópica é segura, eficaz e dispensa cortes na barriga.
“O procedimento consiste na introdução de um equipamento flexível pela boca, como acontece nos exames endoscópicos. Com ampla visão do estômago, realizamos suturas no órgão, deixando-o com a forma tubular. O procedimento é realizado em ambiente hospitalar, dura em média 60 minutos, e prevê apenas um período de quatro horas para que o paciente se recupere sob monitoramento, sendo liberado na sequência. Em casa, deve apenas seguir uma dieta antecipadamente prescrita por seu médico”, diz ele.
Responsável pela implantação da gastroplastia endoscópica no Hospital SAHA a partir do segundo semestre deste ano, Grecco afirma que essa técnica é ideal para aqueles pacientes que já ultrapassaram IMC 30 e não conseguem mais perder peso com exercícios físicos e dieta. “A cirurgia bariátrica ainda é considerada o tratamento mais seguro e efetivo para tratar obesidade pesada e mórbida. Sendo assim, a gastroplastia endoscópica não compete com a cirurgia bariátrica, atendendo justamente pessoas com obesidade inicial”, explicou.
Levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica revela que o número de cirurgias bariátricas realizadas saltou de 60 mil, em 2010, para 100 mil no ano passado. De acordo com May Ganme Cividanes, diretora executiva do SAHA, em São Paulo, menos de seis meses depois de ser implantada como tratamento de obesidade leve a moderada, a gastroplastia endoscópica já representa 15% de todos os procedimentos para tratar a obesidade, sendo que em 85% dos casos ainda é realizada a cirurgia bariátrica por videolaparoscopia.
“Trata-se de um rápido avanço, que se deve principalmente ao fato de ser um procedimento seguro, uma intervenção leve sobre a anatomia do estômago, minimamente invasiva e sem complicações relevantes. O paciente tem retorno imediato ao trabalho e à atividade física, embora a manutenção do emagrecimento dependa de ajustes de estilo de vida e reeducação alimentar do paciente”.
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