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O apoio a Duque é maior no interior do país
A primeira pesquisa avaliando o governo do direitista Iván Duque, que assumiu a Presidência da Colômbia em 7 de agosto, mostra que ele goza do apoio da maioria da população.
A margem pequena (53,8%) e o fato de 59% acharem que o país segue por um mau caminho, porém, indicam que a polarização que marcou o período eleitoral persiste.
O apoio a Duque é maior no interior do país, região mais afetada pelos conflitos entre guerrilhas, ex-guerrilheiros, paramilitares, facções criminosas e o Exército. Aí, o discurso linha-dura do presidente encontra eco e 64,3% de aprovação. Já nas áreas urbanas, o apoio cai para 51,3%.
A pesquisa, realizada pelo instituto Invamer, o mais importante do país, foi divulgada na segunda-feira (17).
Os números mostram o tamanho dos desafios de Duque. Enquanto o mandatário se mostrou intransigente com o ELN (Exército de Libertação Nacional), pedindo que se cancelassem as negociações com essa que é hoje a maior guerrilha em atividade do país, 55,6% dos entrevistados diz crer que o acordo com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) vai por um mau caminho.
Conhecido opositor dos acordos com ambas as guerrilhas, Duque afirmou, durante a campanha, que o documento firmado com as Farc e aprovado pelo Congresso em 2016 seria respeitado, mas com mudanças, principalmente no que diz respeito a anistias e à Justiça Especial.
Isso levou a novas dissidências de ex-guerrilheiros que viram sua liberdade ameaçada e trouxe incerteza aos que se aceitaram o tratado de paz.
Porém, Duque ainda não esclareceu nem que medidas irá tomar para reformar o acordo, nem qual será sua posição com relação a forças não desmobilizadas, como o ELN e cartéis, como o do Golfo e outras chamadas bacrim (facções criminosas). Em relação ao ELN, 62% da população considera importante retomar as negociações, nem que seja num novo formato.
Outro tema em que se espera de Duque uma definição mais clara é a questão da Venezuela. País que mais tem recebido refugiados do vizinho, a Colômbia vinha atuando com as fronteiras abertas durante a gestão de Juan Manuel Santos (2010-2018), salvo em pontuais conflitos com o ditador Nicolás Maduro que interromperam o fluxo.
Durante sua campanha, Duque disse que imporia mais controles na entrada dos refugiados e que proporia uma distribuição deles entre os países da região. Além disso, prometeu que enfrentaria Maduro de modo mais frontal e que levaria ao Tribunal de Haia as acusações da OEA (Organização de Estados Americanos) de abusos de direitos humanos.
Sua equipe ainda titubeia enquanto diz estudara situação. Mas o fato é que os colombianos, principalmente os que vivem na fronteira, cada vez apoiam menos a política de fronteiras abertas.
Ainda assim, a maioria dos entrevistados prefere uma negociação na base do diálogo e não da intervenção, como chegou a propor em uma visita a Cúcuta o secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro.
O pessimismo ante o vínculo com o país vizinho também tem predominado, 64% dos entrevistados crê que as relações entre Colômbia e Venezuela não melhorarão.
Embora não seja de se espantar, o político mais popular do país segue sendo o ex-presidente e padrinho político de Duque, Álvaro Uribe, que vem mantendo desde antes do fim do governo Santos uma popularidade de 54%, à frente de todos os ex-mandatários recentes da Colômbia.
Por Folhapress.
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