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Política

O dilema insolúvel de Bolsonaro

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Se tivesse mais talento político, o presidente teria usado o conflito entre as alas militar e ideológica para ampliar seu poder. Em vez disso, criou uma armadilha para si mesmo.

A briga persistente entre alas do governo Jair Bolsonaro, cujo último capítulo foi um tuíte do general Eduardo Villas-Bôas, tem um sentido político que vai além da mera disputa pelo poder. Traduz um conflito que, levado ao limite, pode paralisar o governo ou mesmo levá-lo ao fim.

O choque entre a ala militar e a ideológica, ou soberanista, põe Bolsonaro diante de um dilema insolúvel. De um lado, a força e o poder das armas. Do outro, a família e o poder da militância nas redes sociais.

Diante da escolha impossível, Bolsonaro minimiza o confronto. Transmite sinais ambíguos para agradar ambos os lados. Contemporiza e, com razão, afirma que o Brasil tem problemas mais sérios. O único senão é que a disputa mina a estabilidade de seu governo. Ao ignorá-la e deixá-la prosperar, revela a própria fraqueza.

Com a liderança fraca, o Brasil se vê nas mãos daqueles grupos que realmente detêm poder no país, pela posição que ocupam ou pela capacidade de gerar transtorno: militares, ministros do Supremo, funcionalismo público refratário às reformas, caminhoneiros, milícias digitais, petroleiros e por aí afora.

Ao longo da campanha eleitoral, espalhou-se o temor descabido de que Bolsonaro representaria um risco autoritário. A imprensa foi inundada de artigos sobre o populismo e a involução institucional em vários países do mundo, da Venezuela à Hungria. Bolsonaro, argumentavam, poria ao Brasil no mesmo rumo das autocracias contemporâneas.

Embora sedutora, a ideia esbarra na contradição mais óbvia dentro do governo. A ala mais interessada em ampliar os poderes presidenciais (a ideológica) não tem força para impor sua agenda e está restrita aos devaneios no Itamaraty e no ministério da Educação. A ala que tem força (a militar) tem se pautado pela atuação técnica e profissional. O conflito entre as duas torna inviável qualquer ruptura.

Bolsonaro não pode se livrar de nenhuma delas. Ambas estão na essência de um governo que reúne uma coalizão heterogênea de vários matizes de direita .

A ala militar é formada basicamente por generais da reserva da geração do próprio Bolsonaro, mobilizados politicamente a partir do momento em que, no governo Dilma Rousseff, a Comissão da Verdade desprezou a versão deles para os eventos da ditadura.

A ala ideológica soube aproveitar a mobilização em torno do sentimento antipetista que cercou o impeachment de Dilma para disseminar o nome de Bolsonaro nas redes sociais e tornar sua candidatura viável a partir de memes, hangouts, lives e tuítes.

Na primeira, Bolsonaro buscou a capacidade técnica e quadros para sua equipe de governo. Na segunda, as ideias e a visão de mundo que embasam a versão do populismo nacionalista que tenta implantar.

Se tivesse mais talento para a política, teria sabido equilibrar as demandas de ambas. Teria usado o conflito para consolidar sua liderança. Inexperiente, deixou acontecer o oposto. Revelou-se fraco, incapaz de evitar o choque entre os que o cercam. Tornou-se refém do maior risco desde o primeiro dia de governo: a família.

Ao abrir espaço no governo para dois de seus filhos, Bolsonaro criou para si mesmo o dilema de que não consegue escapar. Qualquer tentativa de disciplinar a ala ideológica se torna deslealdade familiar. Como reação, o vice-presidente e seus aliados militares continuarão a tentar cavar e a ocupar um espaço próprio.

Se a disputa persistir, quem pagará o preço será o próprio Bolsonaro. Nos cenários mais extremos, ou bem ele se alia aos ideológicos para tentar um golpe, mas aí é barrado pelos militares que se proclamam garantia da legalidade. Ou então fica isolado, e seu conflito com o Congresso descamba para um processo de impeachment. Nos dois casos, manter a confiança dos militares – e não o amor dos filhos – é o fator crucial para Bolsonaro ficar no poder. Por Helio Gurovitz

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Política

PF encontra com Ramagem roteiro para Bolsonaro pôr sob suspeita urnas eletrônicas

A PF também achou documentos com “informações difamatórias” sobre o ministro Alexandre de Moraes.

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A Polícia Federal encontrou com o ex-chefe da Agência de Inteligência Brasileira (Abin) Alexandre Ramagem e-mails contendo um roteiro de orientações para o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre ataques a urnas eletrônicas. A PF também achou documentos com “informações difamatórias” sobre o ministro Alexandre de Moraes, relator no STF das investigações mais sensíveis ao ex-chefe do Executivo e seus aliados.

A informação foi divulgada pelo jornal O Globo nesta sexta, 26, e confirmada pela reportagem do Estadão junto à fontes na Polícia Federal. Esse dado foi usado para confrontar Ramagem durante o depoimento que ele prestou na semana passada, sobre os achados que levaram à quarta fase da Operação Última Milha – investigação sobre a ‘Abin paralela’, esquema de bisbilhotagem e monitoramento de políticos, ministros do Supremo e jornalistas no governo Bolsonaro.

Quando depôs, Ramagem tentou atribuir a responsabilidade da suposta arapongagem em dois ex-integrantes da ‘Abin paralela’, um policial federal e um sargento do Exército cedidos na época para ocuparem cargos estratégicos na Agência. Documentos encontrados com Ramagem já haviam sido citados na representação da PF pela abertura da mais recente fase da ‘Última Milha’.

Como mostrou o Estadão, os arquivos intitulados ‘presidente’ citavam a “família Bolsonaro” e detalhavam orientações sobre o caso Fabrício Queiroz – o inquérito das ‘rachadinhas’, que mirou o filho mais velho do ex-presidente, Flávio, quando este exercia o mandato de deputado estadual no Rio.

A PF diz que os documentos corroboram a premissa investigativa de que as informações da ‘Abin paralela’ abasteciam o “núcleo-político” da organização criminosa sob suspeita.

Os arquivos também são usados pelos investigadores para atribuir a Ramagem ‘domínio do fato’, ou seja, que ele tinha conhecimento da arapongagem.

‘Domínio do fato’ – usado pela PF para imputar envolvimento de Ramagem com os crimes supostamente praticados pelos ex-integrantes da Agência -, tem relação com uma teoria jurídica que foi utilizada cabalmente durante o julgamento do Mensalão.

Na ocasião, essa teoria foi citada pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para embasar a acusação e condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Depois, a tese também foi evocada na Operação Lava Jato.

A tese foi aprofundada pelo jurista alemão Claus Roxin, citado em meio ao julgamento do Mensalão no Supremo Tribunal Federal, em 2012.

Roxin entendia que ocupantes de um ‘aparato organizado de poder’ que ordenassem a execução de crimes teriam de responder como ‘autores’ do delito. Ele admitiu que aprofundou a tese em razão da preocupação com a possível impunidade do alto escalão do nazismo, generais de Adolf Hitler que alegaram não ter ligação com atrocidades nos campos de concentração.

A teoria, importada da Alemanha, usada no Mensalão e na Operação Lava Jato – escândalos durante o governo Lula – agora é aplicada a Ramagem.

Foto Getty

Por Estadão

           

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Política

Chapa Nininho e Tácio será oficializada nesta sexta-feira (26), em Parnamirim

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A Coligação Avança Mais em Parnamirim, no Sertão, está se preparando para um importante evento político que marcará o início de sua campanha para as próximas eleições municipais. A convenção será realizada nesta sexta-feira (26), com concentração às 13h, na Quadra Municipal Carlos Cabral. Durante o evento serão oficializados os nomes dos pré-candidatos da coligação. Nininho (Ferdinando Lima de Carvalho), atual prefeito, é candidato à reeleição em Parnamirim. Já o ex-prefeito Tácio Pontes disputará o cargo como vice na chapa.

Em suas redes sociais, a coligação, que envolve quatro partidos (MDB, PSD, PT e Rede) convidou apoiadores e filiados a participarem da convenção.

Fonte: Fala PE

           

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Política

Petrolândia e Santa Cruz são os primeiros municípios do Sertão pernambucano com candidaturas já registradas para as Eleições Municipais de 2024

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Desde o dia 20 de julho, quando começou o prazo de realização das convenções partidárias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibilizou sistema para solicitação do registro de candidaturas. A partir do registro, que segue até 15 de agosto, o postulante a prefeito ou vereador deixa de ser pré-candidato e passa a ser efetivamente candidato.

Até a manhã de hoje, 26, Petrolândia e Santa Cruz da Venerada eram os dois únicos municípios do Sertão pernambucano com candidaturas já registradas, tanto para prefeito quanto para vereador. Outros municípios do Estado com inscrições de candidaturas são Barreiros, Camaragibe, Feira Nova e Recife.

Segundo informações da plataforma DivulgaCand, do TSE, Petrolândia conta com o registro da candidatura de Fabiano Marques, que concorrerá à reeleição para prefeito, e de 38 candidatos à Câmara de Vereadores. Já Santa Cruz tem a candidatura de Cachoeira para prefeito, com apoio da atual prefeita Eliane Soares, e 17 candidatos ao legislativo. Todas aguardam julgamento da Justiça Eleitoral.

Fonte: Blog Alvinho Patriota

           

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