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Política

Pressão sobre funcionárias para filmarem voto ‘com celular no sutiã’ é investigada

Um empresário teria forçado seus funcionários a filmarem o voto no primeiro turno das eleições presidenciais e demitido os que se recusaram a votar em Jair Bolsonaro (PL)

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 Um empresário do setor agropecuário do oeste da Bahia afirmou ter forçado seus funcionários a filmarem o voto no primeiro turno das eleições presidenciais e ter demitido os que se recusaram a votar em Jair Bolsonaro (PL), segundo inquérito do MPT (Ministério Público do Trabalho) do estado.

De acordo com o MPT da Bahia, o suposto assédio eleitoral partiu do empresário Adelar Eloi Lutz, gaúcho radicado no estado há mais de 30 anos e dono de propriedades rurais em Formosa do Rio Preto (756 km de Salvador), e foi registrado em áudios que circularam em aplicativos de mensagens.

Thiana Brandão, advogada do empresário, afirmou à reportagem que as informações que constam no inquérito “não procedem” e que Adelar Eloi Lutz vai apresentar sua defesa no prazo concedido pelo MPT. Ela não quis esclarecer se o que não procede é que os áudios sejam de Lutz ou que ele tenha realmente feito o que dizem as gravações atribuídas a ele.

A reportagem também entrou em contato com Adelar nesta terça, mas ele não atendeu às ligações nem respondeu a mensagens.
Nos áudios que constam do inquérito, o produtor rural bolsonarista defende que outros empresários pressionem seus funcionários a votar conforme a orientação dos patrões e que “ponham para fora” aqueles que se negarem, segundo o MPT.

Nas gravações atribuídas a Lutz -e ouvidas pela reportagem-, ele afirma ainda que demitiu trabalhadores que não votaram em Bolsonaro e que orientou trabalhadoras a usarem até “celular no sutiã” para filmar ilegalmente o voto e provar que votaram conforme sua imposição.

“Eu também lá em casa, o que estava [votando em outros candidatos], eu tirei já [demitiu]. Tinha cinco, dois voltaram atrás. E dos outros dez que estavam ajudando na rua, todo mundo teve que provar, filmaram a eleição”, afirma o áudio.

Na sequência, dá detalhes de coação de funcionários: “[Disse] se vira, entra com o celular no sutiã, que seja. Vai filmar, senão rua. Filmaram e provaram que votaram”.

A voz nas gravações ainda afirma que duas funcionárias que não quiseram votar em Bolsonaro foram demitidas e agora fizeram promessas de votar no presidente no segundo turno em troca da recontratação.

“Hoje estão falando ‘eu vou votar no Bolsonaro agora’. [Eu disse] votem primeiro, prova e eu te dou serviço. Caso contrário, não”.

Em agosto, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou novas regras sobre a proibição da entrada com celular nas cabines de votação. Pela regra, o eleitor que se recusar a deixar o equipamento com o mesário não pode votar. Além disso, a polícia será chamada.

A Lei das Eleições já vetava o porte do aparelho no momento do voto, mas o texto da regra dava margem para que o eleitor pudesse levar o celular desligado no bolso, por exemplo. A Corte reforçou a medida para evitar dúvidas e reprimir a violação do sigilo do voto e a coação do eleitor.

O mesmo áudio atribuído a Adelar Eloi Lutz ainda conclama outros empresários a “fazer ameaça” em mercados de Formosa do Rio Preto, indicando que haveria pressão sobre pequenos comerciantes da região.

“Mesmo nós não comprando muito deles, mas os funcionários da gente compram no mercado. [Tem que] jogar isso na rua, eu mandei jogar já em uns dez grupos em Formosa [do Rio Preto]”.

O Ministério Público do Trabalho da Bahia instaurou inquérito na segunda-feira (18) para investigar o caso e deu dois dias para manifestação da defesa do empresário. O órgão ainda expediu recomendação para que ele suspenda imediatamente as práticas ilegais.

A procuradora Carolina Ribeiro, que atua no caso, também encaminhou ofício ao Ministério Público eleitoral com o relato dos fatos para que possa também adotar as medidas cabíveis.

O MPT informou ainda que já prepara modelo de termo de ajuste de conduta a ser apresentado ao autor das declarações ilegais para que seja negociado logo na primeira audiência.

SUSPEITO JÁ FOI ALVO DE AÇÃO POR PROPAGANDA IRREGULAR PRÓ-BOLSONARO
Conhecido bolsonarista na região oeste da Bahia, Adelar Eloi Lutz também alvo de ação do Ministério Público do Estado da Bahia por propaganda eleitoral irregular, com a instalação de outdoors com nome e slogan de Jair Bolsonaro em Formosa do Rio Preto.

A Justiça acatou o pedido do Promotoria nesta segunda-feira (17) e determinou a retirada das propagandas irregulares. A defesa de Adelar informou que os outdoors foram desmontados.
Este é o segundo caso de assédio eleitoral no oeste da Bahia investigado nesta eleição pelo Ministério Público do Trabalho.

Em setembro, uma empresária do setor agropecuário com atuação na cidade de Luís Eduardo Magalhães conclamou em uma rede social que os demais empresários demitissem funcionários que fossem votar em Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Eu queria falar algo para os nossos agricultores: façam um levantamento, quem vai votar no Lula e demitam. Demitam sem dó porque não é uma questão de política, é uma questão de sobrevivência. E você que trabalha com o agro e que defende o Lula, faça o favor, saia também”, afirmou no vídeo a empresária Roseli Vitória Martelli D’Agostini Lins.

Ela firmou um acordo com o Ministério público do Trabalho, fez uma retratação e custeou campanhas de comunicação contra o assédio eleitoral na Bahia.

Outros seis casos também estão sob análise do órgão, que contabiliza somente na Bahia nove denúncias de assédio eleitoral.

No país esse número atingiu nesta terça-feira a marca de 428 casos, mais que o dobro da última eleição presidencial, quando foram registrados 212 casos. Neste ano, a maioria dos casos aconteceram no segundo turno.

Por Folhapress

 

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Política

Lula diz que quer debater política de segurança pública com os 27 governadores

Lula deu a declaração em cerimônia fechada no Palácio do Planalto, cujo áudio foi divulgado pela assessoria.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que quer discutir uma política de segurança pública com os 27 governadores dos Estados. Ele deu a declaração em cerimônia fechada no Palácio do Planalto, cujo áudio foi divulgado pela assessoria.

“Eu agora vou discutir uma política de segurança pública. Não vou fazer junto com Lewandowski Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça aqui, junto com a Casa Civil, com a Advocacia-Geral da União um projeto de segurança. Não. Vou chamar os 27 governadores de Estado para dizer o seguinte: o governo federal quer participar da questão da segurança pública. Queremos saber qual é o nosso papel, onde a gente entra, como a gente pode ajudar”, disse o presidente da República.

Lula afirmou que a política de segurança é mais estadual do que federal. “Mas queremos construir uma coisa para esse país para dar um pouco de tranquilidade”, disse o petista.

Foto getty

Por Estadão

           

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Política

Valdemar diz que saída de Salles do PL depende de Bolsonaro e abre caminho para desfiliação

O parlamentar tem convite para se filiar ao Novo e quer disputar o Senado em 2026.

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O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, diz que vai liberar a desfiliação do deputado federal Ricardo Salles (SP) do partido caso isso seja aprovado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Depende do Bolsonaro”, disse Valdemar à reportagem, ao ser questionado. Com isso, o dirigente demonstra mais flexibilidade no tema e abre caminho para que Salles deixe o partido, uma vez que o ex-presidente, de quem o deputado é próximo, não deve impor barreiras à migração.

Salles já conversou com Bolsonaro e deve ainda falar com Valdemar. O parlamentar tem convite para se filiar ao Novo e quer disputar o Senado em 2026.

O Novo, por sua vez, tem pressa na chegada de Salles, que seria o quinto congressista da legenda e assim garantiria que seus candidatos na eleição municipal sejam convidados para debates na TV, como manda a lei. O prazo para que isso aconteça, no entanto, é o próximo sábado (20), quando começam as convenções partidárias.

Por Folhapress

           

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Política

‘A gente nunca sabe se alguém tá gravando’, disse Bolsonaro ao ser gravado por Ramagem

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À época do encontro, que ocorreu em agosto de 2020, um mês após a prisão de Fabrício Queiroz, o então chefe do Executivo mal sabia que estava sendo gravado, tampouco que o áudio em questão seria encontrado pela Polícia Federal no celular de um de seus principais aliados, o deputado federal Alexandre Ramagem.

Em meio à reunião em que discutia, junto da cúpula da Agência Brasileira de Inteligência, uma estratégia para livrar o senador Flávio Bolsonaro do inquérito das ‘rachadinhas’, o ex-presidente Jair Bolsonaro externou seu receio de uma eventual gravação das artimanhas que ele e seus aliados pretendiam lançar para minar o inquérito. À época do encontro, que ocorreu em agosto de 2020, um mês após a prisão de Fabrício Queiroz, o então chefe do Executivo mal sabia que estava sendo gravado, tampouco que o áudio em questão seria encontrado pela Polícia Federal no celular de um de seus principais aliados, o deputado federal Alexandre Ramagem.

Bolsonaro mencionou a possibilidade de uma gravação ambiental logo após sugerir “conversas” com o então secretário da Receita Federal e com uma pessoa que seria, segundo o ex-presidente, da Serpro – Serviço Federal de Processamento de Dados. Após a sugestão, o general Augusto Heleno ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional que também participava da reunião – fez um alerta para manter o “troço fechadíssimo”.

O ex-presidente concorda e completa: “Tá certo. E deixar bem claro, a gente nunca sabe se alguém tá gravando alguma coisa, que não estamos procurando favorecimento de ninguém.”

Após a divulgação do áudio, o assessor e advogado de Bolsonaro Fabio Wajngarten saiu em defesa do ex-presidente, dizendo que a conversa “só reforça o quanto o presidente ama o Brasil e o seu povo”. Ele citou justamente o trecho do áudio no qual Bolsonaro diz que não estaria procurando o favorecimento de ninguém.

Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Alexandre Ramagem, que participava da conversa e teria sido autor da gravação, disse que Bolsonaro sabia que estava sendo gravado e que havia o aval do então presidente. “Essa gravação não foi clandestina”. Ele disse ainda que o áudio da conversa depois recuperada em seu celular foi descartado. “O presidente sempre se manifestou que não queria jeitinho. Muito menos tráfico de influência.”

Ainda durante a reunião, Bolsonaro questionou a defesa de Flávio: “Vocês querem falar com quem amanhã? Canuto?”. A advogada de Flávio responde: “O senhor que determina”. Então Bolsonaro segue. “A quem interessa pra gente resolver esse assunto?”. E completa: “Eu falo com o Canuto. Agora isso aí eu falo com o Flávio então. Qualquer hora do dia amanhã”.

Segundos depois, Bolsonaro afirma ainda: “Ninguém gosta de tráfico de influência”.

Em outro momento da conversa, a advogada de Flávio segue a deixa de Heleno, preocupada com um eventual vazamento da operação ali planejada. “Que tudo que a gente tá falando [inaudível] que eu não quero meu nome no jornal”.

A gravação mostra ainda que a defesa de Flávio pretendia que a manobra ali planejada – mirando os auditores da receita responsáveis pelo relatório que enquadrou Flávio – não beneficiasse somente o senador. “A grande questão é quando falar o seguinte. Ah, que o presidente da República está querendo se utilizar da estrutura da presidência para defender o filho, só que esse caso aqui, isso que a gente descobriu. Pode beneficiar, de uma forma ou de outra, todas as pessoas que foram atacadas. Então não dá para dizer que é uma coisa partidária, ideológica. Então com isso a gente consegue anular a Furna da Onça de um modo geral”.

Foto Getty

Por Estadão

           

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