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Educação

Redação do Enem: dicas para tirar nota 1.000

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A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das etapas que criam mais expectativa nos candidatos, principalmente porque o tema somente é revelado no momento de abertura do caderno de provas, na tarde do próximo domingo (3).

A redação equivale a 20% da nota no Enem e é a única prova em que é possível tirar 1.000, por isso tem peso relevante. Uma boa nota pode aumentar a média geral obtida nas provas objetivas. Sem uma boa pontuação na redação, mesmo com boas notas nas questões de múltipla escolha, o candidato pode não conseguir uma boa média final. A nota zero também anula a prova de texto.

Em 1.753 municípios de todos os estados e no Distrito Federal, mais de 4,3 milhões de candidatos confirmados terão 5 horas e 30 minutos (duração da prova) para escrever o texto e responder às 90 questões objetivas de linguagens e ciências humanas.

A chamada redação lacradora tem suas táticas e a fim de reforçar as estratégias finais para uma boa redação, dentro do tempo estipulado no edital, a Agência Brasil conversou com três professoras de língua portuguesa e redação, em Brasília, que estão em salas de aula, no corpo a corpo com os estudantes às vésperas da prova. São elas a coordenadora de redação do ensino médio do colégio Galois, Roberta Paim, a coordenadora de redação do colégio e do pré-vestibular Único Educacional, Kássia Braga, e na mesma rede de ensino, a professora de redação discursiva, Natália Rocha Marques.

1. Escreva constantemente

A redação frequente de textos pode aprimorar as habilidades de escrita e a entender as melhores estratégias, assim o pensamento flui de maneira mais coesa e concisa. No Enem, a redação deve ter entre sete e 30 linhas, incluindo o título e deve ser escrita no gênero dissertativo-argumentativo, para apresentação de argumentos sobre o tema proposto.

A professora Roberta Paim defende a continuidade à escrita focando, nesta reta final, especialmente em erros e dificuldades recorrentes e relacionadas às demais áreas do conhecimento. “Todo tempo dedicado à preparação é bem-vindo até chegar o dia da prova”. Segundo ela, é importante ter na ponta da língua os conteúdos que mais caem nas provas de forma certeira.

2. Atenção ao tema

Questões importantes para a sociedade, como as ambientais, tecnológicas, políticas, educacionais e econômicas estão presentes nos temas de redação nas edições anteriores do Enem. Por isso, os candidatos devem ficar atentos aos últimos acontecimentos noticiados pela mídia brasileira durante este  ano. As atualidades têm pautado a escolha do tema pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Apesar de a professora Natália Rocha Marques não cravar um palpite em torno do tema que será adotado em 2024, em sala de aula ela ensina que é melhor que os alunos entendam diversos eixos temáticos e estejam atentos às questões sociais. “Além de saber quais são as apostas para este ano, é importante que estejam bem informados em diversos eixos, como saúde, educação, meio ambiente. E assim, com uma investigação mais ampla, independentemente do tema que caia, eles se sentirão bem seguros e poderão argumentar.”

Apesar de não haver uma previsibilidade, Roberta Paim chama a atenção para temas que não foram tratados nas edições mais recentes do Enem. “Meio ambiente, economia e cidades são grupos que não apareceram nas provas e dar enfoque a essas três áreas seria bom.”

3. Explore o recorte do tema

A partir do texto de apoio, o Enem trabalha com recortes temáticos para que o redator argumente sobre o assunto. Por isso, é preciso ficar atento para não abordar parcialmente o tema, alheio ao recorte temático definido ou pior, fugir do tema determinado pela proposta. “O candidato tem de ficar bastante atento ao tema e perceber quais são os recortes que ele traz, para não deixar nenhum foco de fora, já previsto no texto”, orienta Kássia Braga.

4. Obedeça ao gênero textual

Os textos do gênero dissertativo-argumentativo exigem proposta de medidas práticas para resolver ou amenizar o problema apresentado na redação. O redator deve defender seu ponto de vista, a partir de argumentos e conhecimentos sobre o assunto. Qualquer outro gênero textual  como conto, crônica ou poesia, resultará em nota zero na prova.

5. Fortaleça seus argumentos

Os participantes devem se posicionar de maneira crítica ao tema proposto e argumentar a favor de um ponto de vista. Por isso, devem ser empregados argumentos consistentes que justifiquem a posição assumida pelo candidato em relação à temática. O desenvolvimento dos argumentos deve incluir ideias que defendem o ponto de vista escolhido. A apresentação de dados e informações concretas contribuem para argumentação forte que poderá cativar a atenção dos avaliadores.

6. Use repertório sociocultural

Ao interpretar o tema, o candidato deve fazer referência a vivências e conhecimentos adquiridos, influência de diversas formas de arte – como literatura, cinema, pinturas, música e arquitetura – com o objetivo de enriquecer as informações da redação e a sustentar a argumentação, desde alusões históricas, influências das artes (livros, filmes, quadros importantes), passando pelas atualidades.

A professora de redação Natália Rocha Marques defende que os candidatos reforcem bem as pesquisas em diversos assuntos para se preparar e aumentar a qualidade dos argumentos. “Recomendo que tenham algumas citações e alguns pensadores em mente no dia da prova. Para isso, é preciso investigar, pesquisar e, com boas citações, conseguir argumentar nas mais diversas áreas.

Ela deixa a dica de leitura de grandes autores da literatura, entre eles Carlos Drummond de Andrade e Machado de Assis, e que assistam a filmes brasileiros para contextualizar melhor a argumentação.”

A professora Kássia Braga explica que os participantes devem fazer uso de um repertório bem específico e voltado ao argumento que está sendo proposto. “E caso tragam argumentos de conceitos mais universais, deve haver uma relação bem próxima, deixar bem acomodada a ideia do repertório que está sendo discutido.”

7. Estruture bem a redação

Para que o texto tenha início, meio e fim, especialistas sugerem quatro parágrafos para a redação do Enem: um de introdução, dois de desenvolvimento e um de conclusão.

A coordenadora de redação de turmas de ensino médio, Roberta Paim, propõe aos candidatos, para garantir a pontuação máxima, que leiam atentamente os textos motivadores e se organizem. “A palavra-chave é organização antes da escrita final um do texto. Esse projeto tem de elencar, de forma clara, uma tese defendida e argumentos capazes de defender essa tese. Lembra que esses argumentos têm que ser embasados e precisarão de repertório para a argumentação”

8. Conecte ideias

A redação deve criar uma sequência lógica, que faça sentido para os avaliadores e que facilite o acompanhamento do raciocínio do redator.

Os recursos coesivos garantem o encadeamento de ideias tanto entre os parágrafos da redação, quanto dentro deles. Para garantir coesão textual, podem ser empregados conectivos (preposição, conjunção, pronomes, advérbios) que estabeleçam a relação entre partes do texto. (parágrafos, períodos e orações).

9. Respeite os direitos humanos

Todos os documentos oficiais relativos à prova de redação do Enem destacam a necessidade de o participante respeitar os direitos humanos. As provas que apresentarem propostas de intervenção que transgridem esses princípios serão penalizadas pelos avaliadores. Entre as ideias contrárias não aceitas estão incitação a qualquer tipo de violência, defesa de tortura, desrespeito à dignidade humana e violação de igualdade de direitos.

10. Adote a linguagem impessoal

A redação do Enem deve ser escrita em terceira pessoa para garantir a linguagem impessoal. O texto não deve ser escrito em primeira pessoa (eu e nós). Apesar de ser um texto dissertativo-argumentativo, o candidato não é personagem da história e é preciso manter o distanciamento.

11. Leia os textos de apoio

Os textos de apoio servem para orientar o candidato sobre o tema proposto. Dados apresentados podem ser mencionados no texto final, mas sem cópia de trechos da proposta de redação ou do caderno de provas.

O edital avisa que, se forem apresentadas cópias, as linhas copiadas serão desconsideradas na contagem do número mínimo de linhas (sete linhas). “Isso acarreta a desconsideração dessas partes que constituem cópia na redação”, avisa Roberta Paim.

12. Apresente propostas de intervenção

O candidato deve sugerir uma iniciativa que busque enfrentar o problema apresentado no tema da redação. As propostas devem ser coerentes em relação ao ponto de vista desenvolvido e aos argumentos usados na tese.

13. Escreva com letra legível

O texto deve ser escrito com letra legível para evitar dúvidas no momento da avaliação.  A letra incompreensível poderá resultar em nota zero.  A Redação do Enem – Cartilha do Participante  orienta a não fazer destaques no título ou marcas de finalização do texto que possam ser considerados desenhos ou formas de identificação para não ser eliminado.

No caso de erros ou rasuras, Roberta Paim explica que é necessário ter cuidado com a legibilidade do texto. “Se o corretor não entender o que está escrito pode, simplesmente, considerar o trecho como não legível e descontar da pontuação”.

14. Gerencie o tempo de prova

Saber administrar bem o tempo do exame pode representar êxito no Enem, de forma geral. Roberta Paim orienta o candidato que, ao pegar a prova, leia os textos motivadores para tomar ciência do tema desde o início do tempo. Segundo ela, alguns textos do próprio caderno de questões podem nortear a redação. “Enquanto o candidato responde às questões, já pode mentalizar um projeto de texto e esboçá-lo no rascunho. E reservar, mais ou menos, uma hora e meia do fim da prova para concretizar a escrita da redação.”

A professora Natália Rocha Marques defende que o candidato dedique à redação entre 60 e 90 minutos do tempo de duração da prova. “O importante é que o candidato tenha conhecimento sobre seu rendimento e tempo necessário, ou seja, precisa ter um equilíbrio para que a nota seja boa tanto na parte de linguagens e de humanas, quanto na de redação, usando as horas disponíveis da melhor maneira possível.”

15. Cuide da saúde mental

Para melhorar a qualidade da saúde mental perto das provas do Enem, as professoras recomendam sono de qualidade, alimentação saudável, atividade física regular e leve, além de respiração correta para ajudar a diminuir o estresse.

“Cuide muito da qualidade da sua saúde mental perto da prova, para manter a calma e, assim, poder desempenhar o melhor da sua preparação”, recomenda Natália.

A coordenadora de redação Kássia Braga lembra que, em todas as edições, se depara com estudantes inquietos para que o dia da prova chegue logo a fim de conferir o tema e colocar em prática a argumentação no texto. “Eles devem ficar bem tranquilos para fazer a redação. Quando os alunos estão nervosos, acabam esquecendo muita coisa que já têm a prática de fazer. Então, no domingo, escrevam a redação com tranquilidade para poder lembrar de tudo o que foi conversado.”

16. Revise a gramática de seu texto

O texto transcrito na folha de redação deve ser relido pelo candidato para fazer a revisão gramatical antes de entregar ao fiscal da sala de aplicação. Erros de pontuação, ortográficos, de acentuação, de concordância nominal e verbal, regência nominal e verbal e crase tiram pontos da nota final da prova. 

“Façam, com calma, uma revisão gramatical. Vários alunos têm perdido pontos por faltas em aspectos linguísticos. Não se apavorem e usem o tempo adequado da prova para fazer a redação e também uma revisão gramatical”, aconselha Kássia.

Em geral, o enunciado da proposta de redação vem acompanhado de textos de apoio apresentados em linguagem verbal e não verbal, que pode ser uma imagem ou um gráfico. A redação deve ter entre sete e 30 linhas.

O texto produzido será corrigido por, no mínimo, dois avaliadores graduados em letras ou linguística, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. Cada avaliador poderá atribuir nota entre 0 e 200 pontos a cada uma das cinco competências cobradas,que, juntas, podem somar 1.000 pontos.

A nota da redação também é usada como critério de desempate em processos seletivos coordenados pelo Ministério da Educação, que adotam a nota do Enem, como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) do governo federal.

Por Agência Brasil

           

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Educação

Mulheres dominam redações com nota mil no Enem

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As mulheres ampliaram a participação entre os candidatos que obtiveram nota máxima na redação do Enem. Nas últimas três edições da prova, elas foram responsáveis por mais de 3 em cada 4 textos que receberam nota mil.

Segundo os dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável pelo Enem, na última edição 60 pessoas conseguiram atingir a maior nota possível na redação, sendo que 46 delas foram escritas por mulheres (76,7% do total).

Em 2022 e 2021, elas foram responsáveis por 81,3% e 86,4%, respectivamente, do total de notas mil na redação.

A representação das mulheres entre as notas máximas nos últimos três anos fica bem acima da média histórica do Enem. Desde 2009, quando o exame passou a ter o formato atual e ser usado para a seleção de candidatos para as universidades, 12.151 pessoas atingiram a maior nota na redação, sendo 7.839 -escritas por mulheres -média de 64,5%.

Elas também dominam outras faixas de alta proficiência. No ano passado, por exemplo, 204.837 mulheres tiraram nota entre 900-999 pontos -quase 2,5 vezes o número de homens (83.765) que conseguiram alcançar essa faixa de pontuação.

Os homens, no entanto, conseguem com mais frequência as maiores notas na prova de matemática e suas tecnologias. No ano passado, 3.979 candidatos homens alcançaram entre 900-1.000 pontos nessa área do conhecimento -o triplo de mulheres (1.334) que tiveram essa pontuação.

Para professores, a diferença de desempenho entre mulheres e homens é verificada desde o início da educação básica e se amplia nos últimos anos de ensino. Outras avaliações, como o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), do governo federal, e o Pisa, prova internacional, mostram que as meninas apresentam resultados melhores em português desde o início da vida escolar.

“Esses resultados nos indicam uma tendência, ainda que irracional, de incentivar as meninas desde cedo para determinadas áreas de conhecimento e para o desenvolvimento de certas habilidades que condizem mais com o que socialmente é esperado das mulheres”, diz Flávia Xavier, coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Desigualdades Escolares da UFMG.

Ou seja, as meninas seriam mais incentivadas a atividades ligadas às ciências humanas, por ser uma área relacionada à comunicação e ao cuidado com o outro. Já os meninos, mais estimulados para a matemática, área mais associada ao uso da razão, da métrica.

“A escola reproduz as relações sociais e a cultura predominante na sociedade em que está inserida e, com isso, acaba reforçando certas expectativas de gênero. Isso explica a diferença de desempenho de homens e mulheres nas áreas avaliadas pelo Enem.”

Os dados do Inep revelam ainda outros tipos de desigualdades educacionais. Entre as notas máximas obtidas no ano passado, 39 foram de candidatos autodeclarados brancos, 13 de pardos, dois de amarelos e apenas um de quem se declarou preto. Nenhuma foi obtida por indígenas.

Daniela Garcia, professora de redação do Aprova Total, diz que o interesse e participação das meninas nas aulas de redação é perceptivelmente maior do que a dos meninos.

“As aulas de redação envolvem muitos debates sobre os assuntos que podem aparecer nas provas e é recorrente que as mulheres se sintam mais confortáveis e participem mais desses debates. É visível como elas se engajam mais do que eles”, diz Garcia.

A professora, no entanto, destaca que as principais recomendações para conseguir uma boa nota na redação do Enem vão na contramão do que os estereótipos de gênero associam como “habilidades mais masculinas”.

“Como os critérios de avaliação da redação são muito objetivos e específicos, é preciso ter uma certa frieza ao escrever o texto para conseguir contemplar todos os elementos exigidos. Isso foge do estereótipo de que os homens conseguem ser mais frios e objetivos que as mulheres”, destaca a professora.

A redação costuma ser determinante para discriminar os candidatos que conseguem uma vaga na universidade, já que representa 20% da nota final. É a única área, por exemplo, em que é possível chegar à nota mil, o que resulta em um peso relevante na média final do candidato.

Luana Pizzolato, 20, foi uma das que tiraram nota máxima na redação do Enem. Ela conta que desde pequena sempre gostou muito de ler e teve facilidade com a escrita.

“Desde muito cedo, eu tenho o costume de ler e escrever. Também sempre tive muita facilidade nas aulas de gramática, mas não esperava que fosse conseguir uma nota mil na redação. Fiquei muito surpresa e feliz com o resultado”, contou a jovem, que fez cursinho no Poliedro e agora cursa medicina.

A redação é corrigida a partir de cinco competências, com valor de 200 pontos cada uma: o domínio do português, compreensão do tema e aplicação de conceitos, articulação de informações, coesão e proposta de intervenção.

Esta última competência é uma inovação do Enem e não costuma ser cobrada em outros vestibulares. É nela que os alunos das redes estaduais têm as piores notas na comparação com quem estudou em escolas particulares, segundo a pesquisa.

VEJA QUAIS FORAM OS ÚLTIMOS TEMAS DA REDAÇÃO DO ENEM

– 2023 – Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil
– 2022 – Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil
– 2021 – Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
– 2020 – O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
– 2019 – Democratização do acesso ao cinema no Brasil
– 2018 – Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
– 2017 – Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil;
– 2016 – Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil;
– 2015 – A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira;

Foto Shutterstock
Por Folhapress

           

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Educação

Escolas buscam soluções para regular o uso de celular pelos alunos

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Caixas para guardar celulares e perda de pontos em avaliações são algumas das estratégias usadas para que estudantes não se distraiam nas salas de aula com os celulares pela Escola Estadual de Educação Profissional Jaime Alencar de Oliveira, em Fortaleza. A escola recebeu nesta quinta-feira (31) a visita dos ministros da Educação que participaram dos encontros do G20 nesta semana.

Apesar de alguns estados e municípios já restringirem o uso dos aparelhos nas escolas, o Brasil busca uma norma nacional para regular o uso de smartphones e outros aparelhos eletrônicos.

Para a estudante Débora de Paula, do 1º ano do ensino médio da escola, a restrição é bem-vinda. “O celular para fins educativos pode ser muito bem utilizado, mas a gente tem que ter certos cuidados para que a gente não distorça um pouco o uso dele. Até porque a gente tem que estar atento ao que o professor está falando. A gente quer prestar atenção ao conteúdo que está sendo dado, que é aquilo que a gente vai usar para a nossa vida”.

Débora cursa na escola produção audiovisual. Ela conta que no curso a estratégia é tirar nota de quem usa o aparelho indevidamente. “Tem essa outra nota, que é a nota de perfil, que a gente começa com 10 pontos e, dependendo de alguns pontos a gente vai perdendo. Um deles é o uso indevido do celular. Então aqui a gente tem esse incentivo de não usar o celular durante a sala de aula, a não ser quando o professor está pedindo”.

Isso ajuda a própria estudante a controlar o uso também fora da escola. Na casa dela, ela instituiu até para os pais a regra de usar o celular só até as 22h.

Fortaleza (CE), 31/10/2024 - Ministro da Educação Camilo Santana durante visita à Escola Estadual de Educação Profissional Jaime Alencar de Oliveira. Foto: Ângelo Miguel/MEC
Fortaleza (CE), 31/10/2024 – Ministro da Educação Camilo Santana durante visita à Escola Estadual de Educação Profissional Jaime Alencar de Oliveira. Foto: Ângelo Miguel/MEC

A estudante Lua Clara também está no 1º ano de produção audiovisual e, da mesma forma, tenta controlar o uso do aparelho. “Justamente para não sugar a sua energia. Porque às vezes uma adolescente fala ‘nossa, eu estou tão cansado, com dor de cabeça’. Porque foi dormir às 2h da manhã e estava jogando um jogo. Então, é controlar, mas se adaptar também”, defende.

Já no curso profissional de eletromecânica, a estratégia é guardar os aparelhos dos estudantes, conta Allan Sousa, estudante do 2º ano do ensino médio.

“Eu uso o celular quando o professor permite, inclusive na minha sala de aula”, diz. “O nosso diretor de turma, ele conversou com os pais e eles aceitaram fazer uma caixinha onde a gente coloca os nossos celulares. E a gente só pega se o professor permitir, quando a gente for usar para poder fazer atividade mesmo”.

Ele também apoia a restrição do aparelho. “O celular é um dos principais motivos para distrair o aluno em sala de aula. Imagina, o aluno está tendo uma aula sobre alguma coisa, aí aparece uma notificação do celular que, às vezes, pode ser mais interessante do que a aula que ele está tendo em si”, diz o estudante.

O diretor da escola, Kamillo Silva, diz que a instituição busca um equilíbrio. “A ideia é usar as tecnologias com sabedoria”, diz. “Se há uma competição muito grande com a questão relacionada à atenção, que o celular seja diminuído. Se a gente pode utilizar como recurso para a resolução de problemas, como é o caso da educação profissional e do ensino médio, que ele seja mais liberado. Então, talvez o desafio seja encontrar esse equilíbrio. Para nós, para o ensino híbrido, é mais um espaço, é mais uma ferramenta para a resolução do problema, para a aprendizagem, para a devolutiva das atividades também”.

Tecnologia no mundo

O uso da tecnologia nas escolas é tema de debate nos encontros internacionais que ocorrem essa semana em Fortaleza. Foi discutido tanto nos encontros de educação do G20, que terminaram nessa quarta-feira (30), quanto na Reunião Global de Educação (GEM, na sigla em inglês), organizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que começou nesta quinta-feira (31).

O relatório de Monitoramento Global da Educação (GEM) 2024, aponta que o uso da tecnologia é muito desigual entre os países. Em países de alta renda, oito em cada 10 adultos conseguem enviar um e-mail com um anexo, mas em países de renda média, como é o caso do Brasil, apenas 3 em cada 10 adultos são capazes de fazer isso.

Segundo o diretor do relatório GEM, Manos Antoninis, uma das mensagens mais impactantes do relatório é a queda na aprendizagem dos estudantes em todo o mundo. De acordo com ele, essa queda começou a ser observada em 2010, antes mesmo da pandemia. Entre as razões para que isso ocorra, sobretudo em países de renda alta e média, como o Brasil, está o uso de tecnologia nas escolas.

“É irônico porque todos esses que vendem a tecnologia, prometem que a tecnologia melhora a aprendizagem. A realidade é que quando há um melhoramento é só para muito poucos. Para a maioria dos alunos há um efeito negativo”, disse.

Regras nacionais

Nesta quarta-feira (30), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 104/2015, que proíbe o uso de celular e de outros aparelhos eletrônicos portáteis nas salas de aula de escolas públicas e particulares, inclusive no recreio e nos intervalos entre as aulas.O projeto segue para a Comissão de Constituição e Justiça.

Pelo PL, o celular pode ser usado apenas para atividades pedagógicas, ou seja, orientadas pelos professores, nos anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano e no ensino médio. Já nos anos anteriores, na educação infantil e nos anos iniciais do fundamental, do 1º ao 5º ano, o uso fica proibido. O texto, no entanto, permite ainda o uso do aparelho para fins de acessibilidade, inclusão e condições médicas.

Fonte: Agência Brasil

           

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Educação

TRT-6 lança edital de concurso público com salário inicial de até R$13,9 mil

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O tão esperado edital do concurso do TRT-6 (Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região), de Pernambuco, foi publicado.

São ofertadas oportunidades em cadastro de reserva para analista e técnico Judiciário, com iniciais de até R$ 13.994,78. Os dois cargos são de nível superior.

Os interessados devem acessar o site da Fundação Carlos Chagas (FCC), organizadora do certame, para fazer a inscrição, de 4 a 29 de novembro.

A taxa para analista é R$ 100,00, enquanto que para técnico é R$ 90,00. Vale destacar que a taxa deve ser paga até o dia 2 de dezembro deste ano.

As provas serão realizadas em 16 de fevereiro de 2025.

O concurso TRT-6 oferta vagas em cadastro reserva para os cargos de analista e técnico Judiciário, nas seguintes especialidades:

Analista Judiciário

Analista Judiciário – Área Judiciária

Analista Judiciário – Área Judiciária – Especialidade Oficial de Justiça Avaliador Federal

Analista Judiciário – Área Administrativa

Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade Medicina do Trabalho

Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade Tecnologia da Informação

Técnico Judiciário

Técnico Judiciário – Área Administrativa

Técnico Judiciário – Área Administrativa – Especialidade Agente da Polícia Judicial

Salários do concurso TRT PE

Aprovados no concurso TRT PE farão jus aos salários iniciais seguintes:

Analista Judiciário: R$ 13.994,78

Técnico Judiciário: R$ 8.529,65

A remuneração inicial do cargo de Analista Judiciário, Área Judiciária, Especialidade Oficial de Justiça Avaliador Federal será acrescida da Gratificação de Atividade Externa – GAE, no valor de R$ 2.040,91.

A remuneração inicial do cargo de Técnico Judiciário, Área Administrativa, Especialidade Agente da Polícia Judicial será acrescida da Gratificação de Atividade de Segurança – GAS, no valor de R$ 1.243,91.

A carga horária trabalhada é de 40 horas semanais.

Crédito da foto: Divulgação

Por Tribuna Online PE

           

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