[responsivevoice_button voice=”Brazilian Portuguese Female”]
Integrantes do Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana realizam protesto na manhã desta segunda-feira (16) no Terminal Integrado (TI) de Joana Bezerra, na área central da cidade. O ato reivindica o reajuste salarial da categoria e traz consigo a ameaça de uma greve.
A manifestação acontece cerca de 11 dias depois dos rodoviários rejeitarem a proposta dos empresários de ônibus de adiar para janeiro de 2022 as negociações sobre o reajuste. A negativa foi votada em assembleia da categoria realizada na tarde do dia 5 de agosto, em Santo Amaro, área central do Recife. Com a rejeição, a possibilidade de protestos, paralisações e até mesmo uma greve do transporte público tornou-se ainda mais provável.
A rejeição à proposta não foi surpresa. Alguns dos argumentos defendidos pelos rodoviários na convocação da categoria para a assembleia já deixavam claro a revolta diante da proposta de adiamento. “Os patrões estão lucrando na pandemia. Lucrando às custas de demissões de rodoviários, recebendo subsídio do governador, ganhando de presente à verba do VEM Social. Também receberam 8% de aumento das passagens de presente, têm economizado com a folha de pagamento colocando os trabalhadores para receber pela MP do governo federal e estão acabando com o SEI (Sistema Estrutural Integrado), que hoje só existe para quem usa o cartão VEM. Enquanto os patrões continuam a nadar em dinheiro, nós, trabalhadores, amargamos arrocho, inflação, carestia e mais exploração”, afirmou o Sindicato dos Rodoviários, na época.
Horas antes da assembleia onde os rodoviários negaram o adiamento do reajuste, Fernando Bandeira, presidente da Urbana-PE, minimizou a reação dos rodoviários e a possibilidade de uma greve de ônibus. Na ocasião, ele argumentou que o setor empresarial fez apenas uma consulta ao Sindicato dos Rodoviários para adiar as negociações. A proposta não significaria, obrigatoriamente, o fim das conversas e, consequentemente, uma paralisação dos serviços na RMR.
“A pandemia provocou dificuldades em todos os segmentos econômicos e no transporte público perdemos 75% da demanda que tínhamos em março de 2020, antes do início da crise sanitária. Hoje estamos com 60% da demanda de antes. Por esse motivo, fizemos uma consulta ao Sindicato dos Rodoviários se não seria mais produtivo se passássemos a negociação para janeiro de 2022. Logicamente que, se eu transfiro a discussão para janeiro, eu estarei pagando a inflação de 18 meses em vez de 12 meses”, colocou Bandeira.
O presidente da Urbana-PE explicou, ainda, que o setor empresarial segue aberto a conversar com os rodoviários. “Ainda teremos a segunda rodada de negociação. Devemos voltar a conversar no meio da próxima semana”, afirmou. Na visão de Bandeira, a proposta do setor foi coerente e deveria ser aceita pelos rodoviários. “Acredito que o bom senso deve prevalecer. A proposta que fizemos aos rodoviários é madura, correta, não estamos reduzindo a correção, daremos de julho a janeiro, e acredito que o presidente (Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários) vai ter a sensibilidade de defender isso perante a categoria. Mas, mesmo que não aceitem, não haverá necessariamente uma greve. Nós voltaremos a conversar. Neste momento não há nada de greve”, finalizou.