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Saúde

Tratamento inovador de câncer, CAR-T tem 1º produto no mercado

A terapia com células CAR-T é uma das principais promessas contra o câncer porque utiliza as próprias células de defesa do paciente e as reprograma para atacar um alvo específico – as células tumorais -, tornando o tratamento personalizado e potencialmente mais efetivo.

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Um dos tipos mais promissores de tratamento contra o câncer teve, nas últimas semanas, seu primeiro produto lançado no mercado brasileiro e dois estudos clínicos pioneiros iniciados em instituições brasileiras. Trata-se da chamada terapia com células CAR-T, na qual linfócitos do próprio paciente são coletados, modificados geneticamente e, em seguida, reinseridos no corpo do doente para atuarem no reconhecimento e combate do tumor.

A terapia com células CAR-T é uma das principais promessas contra o câncer porque utiliza as próprias células de defesa do paciente e as reprograma para atacar um alvo específico – as células tumorais -, tornando o tratamento personalizado e potencialmente mais efetivo.

O primeiro produto a chegar ao mercado brasileiro foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro deste ano, mas só ficou realmente disponível aos pacientes neste mês, após o processo de definição do preço da terapia, conduzido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e realizado somente após o registro concedido pela Anvisa.

O produto, desenvolvido pela farmacêutica suíça Novartis, é indicado para crianças e jovens até 25 anos com leucemia linfoblástica aguda de células B que não responderam ao tratamento padrão, inclusive ao transplante de medula óssea. Também pode ser usado em pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B que não responderam a duas ou mais linhas de tratamento ou que voltaram a manifestar a doença após as terapias padrão.

“É um avanço de potência de tratamento, uma opção menos agressiva que uma quimioterapia, por exemplo, e mais eficaz. Nos estudos, ela duplicou a chance de remissão do tumor em comparação com o melhor tratamento que tínhamos até então para esses pacientes”, diz Marco Aurélio Salvino, professor de hematologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e coordenador da Unidade de Terapia Celular do Hospital São Rafael, em Salvador, um dos centros que participou, ao lado do Hospital Israelita Albert Einstein, dos estudos do produto no Brasil.

Embora represente uma esperança a pacientes com leucemia e linfoma que não obtiveram bons resultados aos tratamentos já existentes, o custo pode ser um impeditivo para o acesso à terapia inovadora. Segundo a CMED, o tratamento pode custar até R$ 2,1 milhões por paciente.

Não há previsão de quando o tratamento chegará ao SUS, mas ele deverá ser custeado pelos planos de saúde por ser uma terapia oncológica de aplicação endovenosa. Embora não esteja no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), todos os tratamentos anticâncer injetáveis são automaticamente incorporados após a aprovação da Anvisa. Segundo Salvino, alguns pacientes já estão obtendo a autorização da operadora para utilização da terapia.

Hospitais iniciam estudo de CAR-T contra mieloma

Paralelamente à chegada da primeira terapia CAR-T ao mercado, três hospitais brasileiros iniciaram, na semana passada, participação em um estudo clínico global de fase 3 (a mais avançada dentro de uma pesquisa) de outro produto CAR-T – este desenvolvido pela farmacêutica belga Janssen e indicado para o tratamento de mieloma múltiplo, câncer que atinge células da medula óssea e que, embora tratável e controlável por anos, ainda não tem cura. A principal inovação do estudo, de acordo com os pesquisadores, é testar o uso mais precoce do produto.

“As terapias com células CAR-T aprovadas ou testadas até agora no Brasil eram para pessoas que já tinham passado por vários outros tratamentos, ou seja, com a doença avançada. Nesse estudo para mieloma, o CAR-T está sendo trazido quase que como primeira linha de tratamento, para avaliarmos se a resposta será ainda melhor do que a observada para pacientes recidivados ou refratários”, explica Nelson Hamerschlak, coordenador do Programa de Hematologia e Transplantes de Medula Óssea do Einstein, um dos três centros brasileiros que participam do estudo global da Janssen, ao lado do Hospital São Rafael, em Salvador, e do A.C. Camargo Cancer Center, em São Paulo.

Para os casos de pacientes refratários ou recidivados, como mencionado pelos especialistas, o produto já foi aprovado pela Anvisa em abril e agora aguarda a precificação pela CMED.

“No cenário do paciente refratário aos múltiplos tratamentos ou com recidiva, a taxa de resposta ao tratamento foi de 98%, mas o problema é que sabemos que a doença volta depois de um tempo. Agora, com esse novo estudo, queremos ver se, com a administração mais precocemente, essa resposta pode ser mais duradoura”, diz Jayr Schmidt Filho, líder do Centro de Referência de Neoplasias Hematológicas do A.C. Camargo.

“A expectativa é encontrar a cura para o mieloma com essa terapia. Seria uma mudança de paradigma”, completa Salvino, do Hospital São Rafael. Ele diz que os resultados do estudo devem sair até 2025.

Na pesquisa, os pacientes são divididos em dois grupos: um deles recebe uma tripla terapia conhecida como VRD e segue em manutenção com a mesma classe de medicamentos. O outro grupo recebe a VRD seguida da infusão de células CAR-T.

“O estudo é voltado para pacientes com mieloma que não são elegíveis ao autotransplante de medula óssea, que seria a primeira opção de terapia. São geralmente pacientes idosos ou com alguma condição crônica, que não toleram o autotransplante ou optam por não fazê-lo”, explica Lucila Nassif Kerbauy, hematologista e transplantadora do Einstein.

O primeiro paciente do grupo a ser tratado com as células geneticamente modificadas passou pela infusão de CAR-T na semana passada, no Einstein. O segundo paciente recebeu o tratamento nesta segunda-feira, 28, no A.C. Camargo. A próxima infusão será feita no Hospital São Rafael, na semana que vem. Os participantes brasileiros têm seus linfócitos coletados nos hospitais participantes dos testes. As células são, então, enviadas para laboratório nos Estados Unidos, onde passam pela intervenção genética.

“Para a modificação genética, é adicionado um vírus desenvolvido em laboratório cuja única finalidade é entrar no DNA do linfócito e fazê-lo expressar em sua superfície um receptor que vai reconhecer a proteína BCMA, expressa na superfície das células tumorais. Com isso, essas células vão conseguir, quando reimplantadas no paciente, reconhecer e atacar as células do mieloma”, explica Schmidt Filho. Cerca de 650 pacientes em todo o mundo deverão participar do estudo.

Einstein desenvolve terapia CAR-T própria

Além de ser um dos centros participantes de estudos globais com terapias de células CAR-T desenvolvidas por grandes indústrias farmacêuticas, o Einstein também atua em outra frente, a de desenvolver produtos CAR-T próprios. De acordo com Hamerschlak, a Anvisa aprovou há quatro meses um estudo clínico de fase 1 de uma terapia com células CAR-T desenvolvida por pesquisadores da instituição e indicada para tratar pacientes com linfomas e leucemias de células B. Trata-se do primeiro estudo aprovado no País de um produto CAR-T criado nacionalmente.

Segundo o pesquisador, se os testes forem bem-sucedidos, poderão abrir caminho para uma opção mais acessível de tratamento inovador contra o câncer. “É um produto acadêmico desenvolvido aqui dentro. Em termos de preço, ele vai custar 10% de um CAR-T comercial. O projeto foi feito para o SUS, através da aprovação de uma linha de pesquisa do Ministério da Saúde por meio do Programa de Apoio e Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). Se a gente conseguir ter esse produto e oferecê-lo para o SUS, vai ser um avanço enorme”, explica.

Brasil tem três tratamentos CAR-T aprovados pela Anvisa

Além do produto da Novartis que acaba de chegar ao mercado, outros dois tratamentos com células CAR-T já receberam a aprovação da Anvisa e aguardam a precificação. Uma é a já mencionada terapia da Janssen para mieloma múltiplo para os casos de pacientes que tentaram anteriormente múltiplas opções terapêuticas. Ela recebeu o aval da Anvisa em abril.

A mais recente aprovação foi a de um produto da biofarmacêutica norte-americana Kite, da Gilead Sciences, indicado para o tratamento de linfomas. Ele obteve o aval da Anvisa em outubro e também aguarda a definição de preço para ser disponibilizado aos pacientes.

Por Estadão Conteúdo

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Saúde

Sete formas de reduzir a ansiedade em poucos minutos

São dicas simples que vão fazer com que consiga se acalmar. Podem ser realizadas em casa, no trabalho e (algumas) até no trânsito.

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Em poucos minutos, é possível passar de uma situação de ansiedade e estresse para um momento mais relaxado e tranquilo. Basta seguir algumas dicas de um médico, que compartilhou técnicas eficazes para acalmar-se.

Em entrevista ao site HealthShots, o médico Kedar Tilwe recomenda algumas práticas simples que fazem a diferença:

1. Respiração pelo diafragma

“Controla a respiração e ajuda a acalmar o corpo.”

2. Faça um passeio

“Uma caminhada curta ajuda a aliviar o estresse e a ansiedade.”

3. Diga o que sente

“Ao identificar suas emoções, você ativa o cérebro e ajuda a reduzir o estresse.”

4. Alongue-se

“Alongamentos simples podem liberar a tensão.”

5. Imagine o que gosta

“Envolva todos os seus sentidos na visualização dessa imagem mental.”

6. Ouça música

“A música pode mudar o seu humor.”

7. Faça o jogo 5-5-5

“Olhe ao seu redor e identifique cinco coisas. Sinta-as e perceba suas texturas. Por fim, identifique cinco sons.”

Essas técnicas são fáceis de implementar e podem ajudar significativamente a melhorar seu bem-estar emocional e físico.

           

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Saúde

3 coisas que todo mundo precisa saber sobre a vagina

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Aqui estão 3 coisas que todo mundo precisa saber sobre a vagina:

1️⃣ Autolimpeza: A vagina é autolimpante! Ela possui um sistema natural de limpeza que envolve a produção de secreções que ajudam a manter o equilíbrio do pH e a eliminar bactérias e células mortas. Evite duchas internas e produtos de higiene íntima perfumados que podem atrapalhar esse processo natural.

2️⃣ Flora Vaginal: A saúde vaginal depende de um delicado equilíbrio de microrganismos. Lactobacilos, por exemplo, são bactérias “boas” que ajudam a manter o ambiente ácido e protegem contra infecções. Alterações nesse equilíbrio podem levar a problemas como infecções fúngicas ou bacterianas.

3️⃣ Sinais de Alerta: Conheça seu corpo e esteja atenta a sinais de alerta, como alterações no corrimento (cor, odor, quantidade), coceira, dor ou desconforto. Esses sintomas podem indicar infecções ou outras condições que precisam de avaliação médica.

Por Giannini Carvalho-ginecologista

           

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Saúde

Ministério da Saúde confirma duas mortes por febre oropouche no Brasil

A investigação dos casos foi feita pela Secretaria de Estado da Saúde da Bahia.

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O Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre oropouche na Bahia. Até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença.

A investigação dos casos foi feita pela Secretaria de Estado da Saúde da Bahia, que já havia registrado os óbitos, mas aguardava confirmação por parte do Ministério da Saúde.

Os casos foram registrados em duas mulheres de 22 e 24 anos, sem comorbidades, nas cidades de Camamu e Valença, respectivamente.

Uma morte ainda está em investigação no estado de Santa Catarina. Um óbito no Maranhão teve relação causal com a doença descartada.

Segundo a pasta, a detecção de casos foi ampliada para todo o país em 2023, após o Ministério da Saúde disponibilizar de forma inédita testes diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).

Até então, os casos se concentravam na região Norte do Brasil. Neste ano, já foram registrados 7.236 casos de febre oropouche, em 20 estados brasileiros. A maior parte deles foi registrada no Amazonas e Rondônia.

Um artigo assinado por 20 especialistas em versão inicial para revisão, postado no dia 16 de julho, analisa as duas mortes na Bahia e reforça a necessidade de um sistema de vigilância ativo e eficiente para controlar a disseminação do vírus.

“Um aumento na ocorrência de casos dessa doença foi observado no estado da Bahia, onde a rápida disseminação do vírus é configurada como um surto nas macrorregiões sul e leste, de grande preocupação para a saúde pública”, diz a publicação.

TRANSMISSÃO VERTICAL

Estão ainda em investigação seis casos de transmissão vertical (de mãe para filho) da infecção da febre do oropouche. São três casos em Pernambuco, um na Bahia e dois no Acre. Dois casos evoluíram para óbito fetal, houve um aborto espontâneo e três casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia.

As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre a febre oropouche e casos de malformação ou abortamento.

No último dia 11, a pasta emitiu uma nota técnica a todos os estados e municípios recomendando a intensificação da vigilância em saúde após a confirmação de transmissão vertical do vírus oropouche pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), que identificou presença do genoma do vírus em um caso de morte fetal e de anticorpos em amostras de quatro recém-nascidos.

ENTENDA A DOENÇA

A febre oropouche é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim.

O quadro clínico é semelhante ao da dengue e da chikungunya. Os sintomas são dor de cabeça, dor muscular e articular, febre, tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.

Parte dos pacientes pode apresentar recorrência dos sintomas ou apenas febre, dor de cabeça e dor muscular após uma a duas semanas do início das manifestações iniciais. Os sintomas duram de dois a sete dias, em média. Na maioria dos pacientes, a evolução da febre do oropouche é benigna e sem sequelas.

O vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica.

Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).

Foto Shutterstock

Por Folhapress

           

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