Saúde
Vacina brasileira de esquistossomose inicia fase final de testes após 30 anos
A vacina brasileira contra a esquistossomose está entrando na fase final de teste em humanos em áreas endêmicas, após 30 anos de desenvolvimento. Na segunda quinzena de setembro, ela será aplicada em pessoas no Senegal, dando início a esta última etapa. Se os resultados forem positivos, fica pronta para uso.
A pesquisa foi escolhida junto a mais cinco projetos como prioridade de investimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). O “selo” é dado para estudos que se empenham em suprir necessidades de saúde de países em desenvolvimento.
Causada por vermes do gênero Schistosoma, a doença está presente em 19 estados brasileiros, com maior quantidade de casos nos estados do Nordeste, Espírito Santo e Minas Gerais. De acordo com a OMS, a esquistossomose é endêmica em mais de 70 países, em maioria localizados na África, onde 800 milhões vivem sob risco de infecção.
Além da vacina contra a doença, outras cinco pesquisas foram escolhidas como prioridade pela OMS: um estudo da Índia, dois da Suíça, um da África do Sul e um da China em parceria com países africanos. O projeto brasileiro é o único das Américas escolhido pela organização.
A nova Vacina Sm14, que foi financiada até o momento em formato de Parceria Público Privada (PPP) entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Orygen Biotecnologia S.A., também receberá o apoio de um fundo da OMS. Ela deverá terminar as fases de testes em humanos no final de 2017 – até lá, 350 pessoas deverão participar da pesquisa.
De agosto até o final deste ano, os pesquisadores aplicarão doses em 30 indivíduos do Senegal, região considerada hiperendêmica da doença (com alta taxa de prevalência, afetando a população de forma continuada).
O país africano tem a circulação de duas espécies do parasita que transmite a esquistossomose. Essa característica, que não existe em nenhuma região brasileira, é importante para que se possa verificar a segurança da vacina, como apontou a pesquisadora Miriam Tendler, do Laboratório de Esquistossomose Experimental do IOC, que lidera os estudos.
“Esse tipo de doença, causada por vermes, foi menosprezada por muito tempo por ter baixa mortalidade. Mas isso impacta muito na capacidade cognitiva e na qualidade de vida das crianças e demais pacientes”, disse Tendler.
Quando a vacina estiver pronta, a imunização ocorrerá em três doses, dadas com um intervalo de um mês entre cada uma. A vacina foi produzida a partir de um antígeno — substância que estimula a produção de anticorpos, evitando que o parasita se instale. Também foi utilizada a proteína Sm14, sintetizada a partir do verme da doença.
A esquistossomose
A OMS considera a doença como uma das mais negligenciadas e devastadoras socioeconomicamente, perdendo apenas para a malária. A transmissão é ligada à precariedade de saneamento.
Fezes infectadas com o verme Schistosoma, quando despejadas em rios e outros cursos de água doce, podem infectar caramujos do gênero Biomphalaria. Estes liberam larvas na água, podendo infectar outras pessoas por meio do contato com a pele, reiniciando o ciclo da doença.
Histórico da vacina
A molécula Sm14 foi descoberta em 1975. Já a definição de um desenho de modelos experimentais para o desenvolvimento da vacina começou em 1985, ou seja: o projeto de imunização contra a esquistossomose tem mais de 30 anos de desenvolvimento.
(Do G1 SP)
Saúde
Brasil registra quase 3 mil casos de Oropouche em 2025
Ao longo das quatro primeiras semanas de 2025, o Brasil contabilizou 2.791 casos de febre do Oropouche, sendo 2.652 ocorrências apenas no Espírito Santo, 99 casos no estado do Rio de Janeiro e 30 em Minas Gerais.
“Quase três mil casos de Oropouche nas quatro primeiras semanas do ano, no Brasil – 95%, aproximadamente, registrados no Espírito Santo. É uma preocupação adicional em relação ao verão passado que enfrentamos”, disse o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio.
Entenda
O Ministério da Saúde define a febre do Oropouche como uma doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir da amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no país, sobretudo na região amazônica, considerada endêmica para a enfermidade. Em 2024, entretanto, a doença passou a preocupar autoridades sanitárias brasileiras, com transmissão autóctone em diversas unidades federativas.
A transmissão acontece principalmente por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros.
No ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros. Nesse cenário, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo e comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus.
Dengue e dor de cabeça
Os sintomas são parecidos com os da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. O quadro clínico agudo, segundo o ministério, evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular).
Outros sintomas – tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos – também são relatados. Casos com acometimento do sistema nervoso central (como meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer.
Em 2024, a Bahia confirmou duas mortes por febre do Oropouche no estado. Até então, não havia nenhum registro de óbito associado à infecção em todo o mundo. De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, as mortes foram registradas em pacientes sem comorbidades e não gestantes.
A primeira morte, uma mulher de 24 anos que residia no município de Valença, ocorreu no dia 27 de março. O segundo óbito, uma mulher de 21 anos que residia em Camamu, foi anotado no dia 10 de maio.
Ao longo das quatro primeiras semanas de 2025, o Brasil contabilizou 2.791 casos de febre do Oropouche, sendo 2.652 ocorrências apenas no Espírito Santo, 99 casos no estado do Rio de Janeiro e 30 em Minas Gerais.
“Quase três mil casos de Oropouche nas quatro primeiras semanas do ano, no Brasil – 95%, aproximadamente, registrados no Espírito Santo. É uma preocupação adicional em relação ao verão passado que enfrentamos”, disse o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio.
Os demais casos de febre do Oropouche foram identificados na Paraíba (7), Ceará (1), Paraná (1) e Roraima (1).
O Ministério da Saúde define a febre do Oropouche como uma doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir da amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no país, sobretudo na região amazônica, considerada endêmica para a enfermidade. Em 2024, entretanto, a doença passou a preocupar autoridades sanitárias brasileiras, com transmissão autóctone em diversas unidades federativas.
A transmissão acontece principalmente por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros.
No ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros. Nesse cenário, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo e comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus.
Os sintomas são parecidos com os da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. O quadro clínico agudo, segundo o ministério, evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular).
Outros sintomas – tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos – também são relatados. Casos com acometimento do sistema nervoso central (como meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer.
Em 2024, a Bahia confirmou duas mortes por febre do Oropouche no estado. Até então, não havia nenhum registro de óbito associado à infecção em todo o mundo. De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, as mortes foram registradas em pacientes sem comorbidades e não gestantes.
A primeira morte, uma mulher de 24 anos que residia no município de Valença, ocorreu no dia 27 de março. O segundo óbito, uma mulher de 21 anos que residia em Camamu, foi anotado no dia 10 de maio.
Foto Shutterstock
Por Agência Brasil
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Saúde
Ratos passeiam pela entrada da emergência pediátrica do Hospital dos Servidores
Acompanhantes de pacientes flagraram ratos passeando pela entrada de emergência do Hospital dos Servidores do Estado de Pernambuco (HSE), localizado no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife.
Os roedores foram vistos passando pela porta da emergência pediátrica do hospital, na noite da terça-feira (28), e assustaram pacientes e responsáveis que estavam no local.
Os vídeos recebidos pela reportagem do JC foram enviados por acompanhantes de pacientes.
A presença dos roedores em ambiente hospitalar gera riscos e pode provocar doenças graves, como leptospirose – doença infecciosa grave causada pela bactéria Leptospira, que se encontra na urina de roedores infectados.
Em nota ao JC, o Instituto de Atenção à Saúde e Bem-estar dos Servidores do Estado de Pernambuco (Iassepe), que administra o HSE, informa que o hospital “passa por dedetizações quinzenais, mensais e reforços a cada três meses, além de possuir armadilhas para ratos”.
“O problema é que, ao lado da emergência pediátrica do HSE, localizada na Rua da Hora, no bairro do Espinheiro, tem uma residência abandonada, onde já foi presenciada a saída de ratos.”
A assessoria de imprensa do Iassepe não informou se a Vigilância Ambiental do Recife foi comunicada, via HSE, sobre essa infestação de roedores na residência abandonada.
Os ratos são animais de hábitos noturnos, por ser mais seguro saírem de seus abrigos à noite, à procura de alimento.
Para o controle dos roedores, o Ministério da Saúde recomenda acondicionamento e destino adequado do lixo, armazenamento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d’água, vedação de frestas e de aberturas em portas e paredes.
O uso de raticidas (desratização) deve ser feito por técnicos devidamente capacitados.
Fonte: JC
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Saúde
Estudo revela hábito que pode aumentar risco de depressão em idosos
Um estudo publicado neste mês na revista Aging and Mental Health sugere uma possível relação entre o consumo de álcool e o aumento do risco de depressão em idosos. A pesquisa indica que a aposentadoria pode influenciar esse comportamento, intensificando sintomas depressivos.
De acordo com o estudo, o consumo excessivo de álcool foi associado a um agravamento dos sintomas de depressão entre os participantes. “O estudo destaca a importância de considerar tanto o consumo de álcool quanto a depressão, além da necessidade de desenvolver estratégias para mitigar os impactos negativos da aposentadoria”, afirmou Antonia Díaz-Valdés Iriarte, uma das autoras da pesquisa, ao Health.
A análise foi baseada em dados coletados entre 1994 e 2020, abrangendo mais de 27 mil indivíduos. Os resultados mostraram que idosos que consumiam álcool em excesso — quatro ou mais doses no caso das mulheres e cinco ou mais para os homens — apresentaram um aumento médio de 0,07 pontos nos sintomas de depressão em comparação com aqueles que não consumiam bebidas alcoólicas.
Apesar dos achados, os pesquisadores alertam que são necessários mais estudos para confirmar a relação entre os fatores analisados. “As descobertas devem ser interpretadas como observacionais, e não como conclusões definitivas”, acrescentou Díaz-Valdés Iriarte.
Foto Reuters
Por Notícias ao Minuto
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