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Saúde

Veja como identificar e prevenir o colesterol alto

O risco principal está na obstrução e aneurisma de artérias (em que o vaso sanguíneo se dilata de forma anormal e pode se romper).

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O colesterol alto é um dos principais fatores associados ao agravamento de doenças cardiovasculares como a hipertensão, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e enfarte agudo do miocárdio. Só em 2019, quase 300 mil brasileiros foram vítimas de distúrbios de circulação e do coração, que são os que mais matam no Brasil e ao redor do mundo. Ainda assim, a dislipidemia é uma doença silenciosa e que requer atenção de pacientes e profissionais da saúde para ser identificada.

O colesterol é uma substância produzida pelo fígado e solúvel em gordura, o que faz com que seja transportada por lipoproteínas. Ele é essencial para a síntese de hormônios, vitamina D, ácidos biliares, reações imunológicas alérgicas ou anti-inflamatórias e é chamado de LDL (do inglês para lipoproteína de baixa densidade), que é carregado para as células, e HDL (lipoproteína de alta densidade), quando transportado para ser eliminado pelo organismo.

“O colesterol alto tem um papel fundamental na aterogênese, ou seja, existe uma deposição de gordura nas células da parede vascular”, ressalta Caroline Reigada, médica especialista em medicina intensivista. Em níveis elevados, o LDL forma placas de gordura que comprometem a saúde e a qualidade de vida. Por isso, ele é considerado o “colesterol ruim”.

O risco principal está na obstrução e aneurisma de artérias (em que o vaso sanguíneo se dilata de forma anormal e pode se romper). “A doença vai obstruindo as artérias e, às vezes, a pessoa só descobre que tinha colesterol alto quando tem um evento cardíaco”, explica Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Causas

Assim como doenças como diabete e hipertensão, a dislipidemia está frequentemente relacionada a hábitos como sedentarismo, tabagismo, alimentação não balanceada e uso de bebidas alcoólicas. Frequentemente, a origem do colesterol alto é a genética e, nesse caso, a própria produção do colesterol pelo fígado ocorre de forma diferente das pessoas que não tem essa predisposição hereditária.

Existem ainda outros fatores que podem desencadear a doença, principalmente ligados a lesões no fígado ou alterações no metabolismo de açúcares e gorduras.

Fatores que podem levar à dislipidemia

– Hábitos como tabagismo, uso de álcool, sedentarismo e alimentação rica em gorduras e carboidratos;

– Diabete;

– Distúrbios na tireoide;

– Insuficiência renal;

– Doenças das vias biliares;

– Síndrome nefrótica que causa a eliminação de proteínas na urina, o que faz com que o fígado produza mais lipoproteínas, enviadas ao sangue;

– Excesso de corticoides, que afetam o metabolismo de açúcares e gorduras;

– Alguns anticoncepcionais e tipos de terapia hormonal.

Segundo Caroline, os sintomas só se tornam visíveis quando o quadro já está muito acentuado. “Quando o paciente está com o LDL muito alto, pode ocorrer a formação de nódulos de gordura nas pele (xantomas), nas pálpebras (xantelasmas), aumento do fígado e do baço e mesmo uma neuropatia; alteração dos nervos periféricos com sensação de queimação e formigamento de mãos e pés”, resume.

Para a maioria dos casos, a identificação da doença passa pela realização de exames de sangue, pedidos pelo médico. Considera-se o diagnóstico quando os níveis de colesterol estão acima de 250 mg/dl; com o LDL que ultrapassa 160 mg/dl e o HDL abaixo de 30 mg/dl.

Opções de tratamento

A partir do diagnóstico, é preciso agir para diminuir as chances de complicações cardiovasculares. Embora a mudança de estilo de vida acompanhada da criação de hábitos mais saudáveis seja indicada, ela não pode operar milagres; afinal, apenas 30% da síntese do colesterol é influenciada por fatores como a alimentação e a prática de atividades físicas – o restante é produzido pelo próprio organismo.

“Quando você tem uma dislipidemia, que é a doença instalada, com níveis muito alterados, tem que tratar com medicamentos. Por outro lado, não adianta continuar comendo errado, porque aí vai precisar de doses maiores, com mais efeitos colaterais”, destaca Marcella Garcez.

A medicação se faz necessária na maioria dos casos em que há predisposição genética, já que o fator hereditário interfere na produção do colesterol e se torna o principal responsável pelos altos níveis da substância. Um dos medicamentos mais comuns utilizados para tratar e controlar a dislipidemia é o grupo das estatinas, que diminuem a síntese de LDL realizada pelo fígado. Alguns exemplos são a Sinvastatina, a Atorvastatina e a Lovastatina.

Formas de prevenir o colesterol alto

– Evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas;

– Procurar praticar cerca de 150 minutos de atividade física por semana;

– Dar preferência a alimentos integrais;

– Evitar o consumo de gordura de origem animal, alimentos com gorduras trans e alimentos fritos por imersão, mesmo que com óleo vegetal;

– Diminuir o consumo de alimentos com açúcar refinado e farinha de trigo. Os carboidratos também podem ser convertidos em gordura, além de estimularem resposta inflamatória do corpo e afetarem as funções hepáticas;

– Buscar acompanhamento médico, principalmente em caso de histórico familiar de colesterol alto ou problemas cardiovasculares, para a realização de exames periódicos.

Para crianças com fatores de risco, como doença coronariana prematura, histórico familiar de hiperlipidemia grave, diabete ou hipertensão, Caroline Reigada explica que é recomendado o exame do perfil lipídico em jejum uma vez entre dois e oito anos.

Para as crianças que não têm fatores de risco, a análise pode ser feita em jejum ou não, entre os nove e 11 anos e mais uma vez dos 17 aos 21 anos. Para adultos, o acompanhamento deve ser realizado aos 20 anos e, então, a cada cinco anos.

Por Estadão Conteúdo

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Saúde

No inverno, veja cuidados para evitar choques com equipamentos elétricos

Veja alguns cuidados para evitar choques com equipamentos elétricos como chuveiros e aquecedores.

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Cai a temperatura e nada melhor que um banho quentinho e, por vezes, um aquecedor no quarto para garantir uma boa noite de sono. 

Com a chegada do inverno, o uso de aparelhos elétricos como aquecedor e secador de cabelo, além de chuveiros em maior potência e temperatura, aumentam e a utilização sem cautela pode provocar danos nos equipamentos ou até incêndios. Para aqueles que adoram bancar o eletricista e colocar a mão na massa na hora da manutenção elétrica, é preciso atenção redobrada para realizar tais tarefas em casa, conforme explica a engenharia e coordenadora dos cursos de Engenharias da Anhanguera, Marcela Yumi Vilalba Onizuka.

“Ao lidar com eletricidade em casa, seguir algumas dicas pode evitar acidentes graves e até fatais. Desligar a energia, não apenas no interruptor, mas no disjuntor, é o ideal antes de realizar qualquer manutenção elétrica. Isso inclui até a troca de uma lâmpada por exemplo. O uso de equipamentos de proteção é essencial para evitar choques elétricos; lembrando sempre que a água é um excelente condutor de eletricidade e, portanto, reparos ou manuseio de tais equipamentos em locais com água ou com as mãos molhadas não são indicados”, destaca a engenheira.

A especialista explica que é necessário inspecionar regularmente fios e cabos elétricos para detectar danos ou desgastes. Fios expostos, descascados, ressecados ou que apresentam sinal de rompimento do isolante externo podem causar choques. Outro alerta, é conferir se os aparelhos estão conectados à voltagem correta, conforme especificado pelo fabricante, para evitar superaquecimento e choques. “Para não sobrecarregar as tomadas e benjamins (ou Ts), o uso de réguas facilita o dia a dia mas esses pontos podem gerar sobrecarga e aquecimento excessivo e isso pode causar sérios danos, como um curto-circuito ou até mesmo um incêndio. Para quem tem crianças em casa é essencial o uso de protetores de tomada para evitar que crianças encostem os dedos ou insiram objetos. Mantenha fios fora do alcance de crianças e animais pois ao serem rompidos, podem provocar graves acidentes”, completa.

A seguir a especialista dá dicas de como identificar os sinais de que um aparelho elétrico está prestes a dar problema e orienta sobre quais equipamentos de segurança utilizar em cada situação.

Quando é hora da manutenção?

  • Tomadas ou interruptores que estão quentes ao toque, cheiro de queimado ou descoloração;
  • Disjuntores que desarmam repetidamente sem motivo aparente podem indicar sobrecarga ou curto-circuito;
  • Luzes que piscam ou ficam mais fracas de forma irregular. Quando isso acontecer verifique se as lâmpadas estão corretamente encaixadas e, se o problema persistir, pode ser um sinal de fiação solta ou sobrecarga;
  • Sentir pequenos choques ao tocar em aparelhos ou tomadas pode indicar um problema de aterramento ou isolamento inadequado;
  • Cheiro de queimado, fumaça visível perto de equipamentos elétricos.
  • Nesse caso desligue a energia imediatamente e não use o equipamento até que seja inspecionado por um profissional.
     

Quais equipamentos usar?

  • Utilize tapetes isolantes se estiver trabalhando em superfícies condutivas. Além disso use apenas ferramentas com cabos isolados adequados para trabalhos elétricos, como alicates, chaves de fenda e descascadores de fios.
  • Óculos de segurança protegem os olhos contra faíscas, detritos e possíveis curtos-circuitos.
  • Calçados isolantes com solas de borracha ajudam a evitar choques elétricos, especialmente se você estiver em uma área úmida ou condutiva.
  • Use roupas de manga comprida e de materiais não condutivos. Evite roupas sintéticas que podem derreter em caso de arco elétrico.
  • Utilize ferramentas com cabos isolados, como chaves de fenda e alicates. Isso ajuda a prevenir choques ao manusear componentes elétricos.

Embora esses EPIs sejam comumente usados por eletricistas profissionais, sua utilização em casa ao realizar tarefas elétricas aumenta significativamente a segurança e ajuda a prevenir acidentes. Outra dica da especialista é escolher bem onde serão colocados os eletrodomésticos como secadores de cabelo, chapinha, barbeador e na cozinha os liquidificadores, sanduicheiras, airfryers e qualquer equipamento que precisa de energia elétrica. É necessário garantir que eles fiquem longe dos locais que tenha água. “Utilize apenas aparelhos elétricos que possuem certificação de segurança, como a certificação do Inmetro no Brasil. Garanta que você tem o conhecimento e a capacitação necessários para realizar o trabalho. Se não se sentir confiante ou não tiver a experiência necessária, contrate um eletricista profissional”, completa.

Foto Shutterstock

Por Rafael Damas

           

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Saúde

Febre oropouche: sobe para 82 o número de casos da doença em Pernambuco

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O Laboratório Central de Pernambuco (Lacen/PE) confirma, nesta segunda-feira (22), mais 10 casos da febre oropouche no Estado. Essas novas confirmações são de pacientes residentes nos municípios de Jaqueira (Mata Sul de Pernambuco) e Camaragibe (Grande Recife).

Com essa rodada de liberação de exames positivos para a doença, Pernambuco passa a registrar 82 casos de oropouche.

Até o momento, o vírus oropouche isolado foi identificado em pacientes de 13 municípios pernambucanos: Jaqueira, Pombos, Palmares, Água Preta, Moreno, Xexéu, Maraial, Cabo de Santo Agostinho, Rio Formoso, Timbaúba, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Catende e Camaragibe.

A febre oropouche é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim. Os sintomas, semelhantes aos da dengue e da chikungunya, incluem dor de cabeça, dores muscular e articular, febre, tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.

De acordo com a diretora do Lacen-PE, Keilla Paz, os resultados trazem um alerta sobre a importância da vigilância laboratorial, que deve funcionar de forma rotineira para identificação de arbovírus circulantes na região. “Muitas vezes, eles são subnotificados nos sistemas de vigilância em saúde pública”, ressalta Keilla Paz.

As análises são realizadas por meio do exame de PCR em tempo real. Ou seja: assim que há a negatividade nos resultados para dengue, zika e chikungunya, é feito o teste para o vírus oropouche. Todo o procedimento segue as orientações do Ministério da Saúde (MS).

“Em Pernambuco, os casos se concentram na Zona da Mata, de forma a se mostrar coerente com sua ocorrência em regiões mais úmidas. O crescimento dos casos pode estar relacionado ao comportamento que as arboviroses já apresentam em sua sazonalidade, além de uma sensibilidade maior dos municípios no registro de pessoas sintomáticas”, alerta o diretor-geral de Vigilância Ambiental da SES-PE, Eduardo Bezerra.

Na última semana, o Ministério da Saúde alertou sobre evidências de que a febre oropouche, doença transmitida por mosquitos, pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação. É o que descobriram pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), associado ao Ministério da Saúde (MS).

Com esse achado, a pasta emitiu, no sábado (12), uma nota técnica recomendando que Estados e municípios redobrem a vigilância sobre a possibilidade desse tipo de transmissão, chamada de vertical.

O alerta foi feito depois que o IEC identificou a presença de anticorpos contra o vírus em quatro bebês nascidos com microcefalia, além de material genético do vírus oropouche em um feto natimorto, com 30 semanas de gestação, conforme anunciou o JC no último dia 10.

A mãe, de 28 anos, é moradora do município de Rio Formoso, localizado na Zona da Mata Sul de Pernambuco, e apresentou sintomas sugestivos da febre oropouche, além de ter tido contato próximo com casos da doença laboratorialmente confirmados. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou, ao JC, o óbito do feto e informou que o quadro físico de saúde da mãe evoluiu bem.

“O vírus oropouche também foi encontrado no tecido da placenta da mulher. Contudo, isso não é o suficiente para garantir a confirmação de que a perda gestacional ocorreu por causa do oropouche. Mas essa ocorrência nos preocupa. É um relato inédito na literatura científica”, diz o diretor-geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco, Eduardo Bezerra. A análise da placenta foi feita pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, que é referência nacional no estudo de arboviroses.

Fonte: JC

           

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Saúde

País apura primeiras mortes por febre oropouche no mundo

O País já registrou neste ano 7.044 casos da doença, com transmissão autóctone, isto é, local, em 16 Estados: AC, AP, AM, BA, ES, MG, MA, MT, PA, PE, PI, RJ, RO, RR, SC E TO. Ceará, Pará e Mato Grosso do Sul ainda têm investigações.

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O Ministério da Saúde investiga três mortes suspeitas de febre oropouche no Brasil, sendo uma em Santa Catarina e duas na Bahia. Caso confirmadas, serão as primeiras mortes pela doença documentadas no mundo. No Maranhão, um caso também era investigado, mas foi descartado. O País já registrou neste ano 7.044 casos da doença, com transmissão autóctone, isto é, local, em 16 Estados: AC, AP, AM, BA, ES, MG, MA, MT, PA, PE, PI, RJ, RO, RR, SC E TO. Ceará, Pará e Mato Grosso do Sul ainda têm investigações.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) afirma que já registrou os dois óbitos como febre do oropouche, mas aguarda confirmação por parte do ministério. Os casos do Estado aconteceram nas cidades de Camamu e Valença, no sul, e chamam a atenção pois as vítimas, de 21 e 24 anos, não possuíam comorbidades.

Um estudo elaborado por 20 cientistas de diversos órgãos da Bahia, como a Secretaria da Saúde, o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), analisou os óbitos. O relatório destaca que a rápida disseminação do vírus da febre, chamado de OROV, “já representa surto de grande preocupação para a população”.

Em nota, o Ministério da Saúde declara que ainda não é possível confirmar mortes, pois é preciso fazer uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos epidemiológicos, considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais.

Os casos baianos ocorreram em março e junho. A primeira paciente teve sintomas como dores musculares, abdominal, na cabeça e atrás dos olhos; além de diarreia, náuseas e vômitos. Ela chegou a buscar atendimento em unidades básicas e, dois dias após o início dos sintomas, recorreu a um hospital de referência, relatando visão turva e dificuldade para enxergar. Já internada, a paciente desenvolveu agitação, pressão baixa e falta de oxigênio no sangue.

A segunda paciente teve febre, fraqueza e dores em múltiplos locais do corpo, incluindo as articulações. Ela também apresentou erupção cutânea vermelha e manchas roxas, além de sangramento no nariz, nas gengivas e na área vaginal. A jovem se queixou, ainda, de sonolência e vômitos.

O que isso representa?

De acordo com a análise dos especialistas, os casos destacam alguns pontos importantes a serem observados: a rápida progressão dos sintomas até a morte, a presença de coagulopatia grave (uma condição em que o sangue tem dificuldade em coagular corretamente) e a ocorrência de problemas no fígado, que podem ter contribuído para a coagulopatia e, consequentemente, para as mortes.

“Fica claro que a infecção por OROV pode levar a fenômenos hemorrágicos, como estudos anteriores demonstraram, e o envolvimento hepático pode ser esperado nesta infecção”, diz o relatório. O texto destaca ainda que a evolução clínica dos pacientes com febre oropouche foi muito semelhante à de uma febre hemorrágica grave, comumente observada em casos de dengue. Para eles, isso representa um desafio para o diagnóstico que merece atenção. “Se não fosse pela extensa avaliação laboratorial e pelo surto de OROV em curso na região, esses casos provavelmente teriam sido classificados inadequadamente como mortes por dengue”, dizem.

Por isso, segundo o documento da Sesab, os casos mostram como é de extrema importância implementar uma vigilância epidemiológica ativa. E garantir a coleta de amostras suficientes para monitorar outras doenças, além de realizar a vigilância genômica.

SC

Já a Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Santa Catarina informou estar acompanhando a investigação de um caso suspeito de óbito da doença conduzida pelo Estado do Paraná e com apoio do ministério. Segundo a pasta, o caso foi identificado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e o paciente atendido por serviços de saúde locais paranaenses, onde o óbito aconteceu no mês de abril. No entanto, “durante a investigação, foi estabelecido que o local provável da transmissão foi em Santa Catarina, uma vez que o paciente teve registro de viagem ao Estado”, explicou em nota.

Segundo a pasta, os municípios com maior número de casos confirmados são Luiz Alves (65), Botuverá (35) e Blumenau (9). Santa Catarina tem um total de 140 casos confirmados até o momento.

Ainda não há vacina ou tratamento específico para a doença

A febre oropouche é uma doença causada por um vírus chamado Orthobunyavirus (OROV), que pertence à família Peribunyaviridae e é transmitido por artrópodes (como mosquitos). Os sintomas são semelhantes aos da dengue e incluem dor de cabeça, dores musculares, náuseas e diarreia. Em alguns casos, a doença pode evoluir para formas mais graves, com sintomas neurológicos. Atualmente, não há vacina ou tratamento específico para a doença. Pacientes com sintomas devem descansar, fazer tratamento para aliviar sintomas e seguir o acompanhamento médico.

Recentemente, o Ministério da Saúde alertou para a importância dos cuidados das gestantes com a doença, diante de suspeitas de casos de microcefalia possivelmente associados à doença. Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), associado ao Ministério da Saúde, encontraram evidências de que a febre oropouche pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação. Diante da descoberta, a pasta emitiu uma nota técnica, recomendando que Estados e municípios redobrem a vigilância sobre a possibilidade desse tipo de transmissão, chamada de vertical.

O alerta foi feito depois que o IEC identificou a presença de anticorpos contra o vírus em quatro bebês nascidos com microcefalia, além de material genético do vírus da oropouche em um feto natimorto com 30 semanas de gestação.

Zika

Pesquisas realizadas com animais infectados por vírus do mesmo grupo sorológico do OROV, e transmitidos por mosquitos do mesmo gênero, comprovaram que há transmissão vertical nos agentes, podendo causar abortos e más-formações fetais. “Agora, o encontro do anticorpo IgM no sistema central é muito indicativo de infecção no local, ou seja, de que o vírus penetrou, infectou e induziu a formação de anticorpos na região”, diz Pedro Vasconcelos, pesquisador do IEC e um dos envolvidos na investigação. A situação revive preocupações diante do que se viu com o vírus zika, outra arbovirose. No caso, houve relato da microcefalia de mais de 4 mil bebês.

Foto iStock

Por Estadão

           

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