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Performance que faz alusão à tortura durante a ditadura militar seria encenada hoje na mostra ‘Literatura Exposta’, no Rio
O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), ordenou que a exposição ‘Literatura Exposta’ fosse encerrada neste domingo (13), um dia antes do previsto. Uma performance do coletivo de artistas És Uma Maluca, que faz referência à tortura durante a ditadura militar no Brasil, seria encenada nessa data.
A mostra estava em cartaz na Casa França-Brasil desde 4 de dezembro. O curador Álvaro Figueiredo publicou no Facebook: “Informamos que amanhã, domingo, dia 13 do corrente mês, a Casa França-Brasil estará fechada para o público, por ordem do Excelentíssimo Senhor Governador Wilson Witzel, considerando que a programação para o dia referido, conforme informada a direção do equipamento público, não encontra-se presente no contrato previamente assinado”.
Para Figueiredo, o ocorrido foi um ato de censura do governo. “Fecharam nossa exposição um dia antes da data oficial como forma de impedir que as performances […] acontecessem”, escreveu em sua página na rede social.
Imagem da obra ‘A Voz do Ralo É a Voz de Deus’ Divulgação Imagem da obra ‘A Voz do Ralo É a Voz de Deus’ “Literatura Exposta” já havia sofrido patrulhamento antes mesmo de ser aberta. A obra “A Voz do Ralo É a Voz de Deus”, também do coletivo És Uma Maluca, foi vetada pelo diretor da Casa França-Brasil, Jesus Chediak.

Imagem da obra ‘A Voz do Ralo É a voz de Deus’
Na proposta original do grupo, fundado em 2014 na zona norte do Rio, milhares de baratas de plástico se espalham por cima e ao redor de um bueiro instalado sobre azulejos, no piso da instituição. Do mesmo buraco também sairia a voz do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Chediak proibiu o uso de discursos de Bolsonaro. Uma receita de bolo entrou em seu lugar.
A proposta da exposição era apresentar criações baseadas em textos de escritores considerados periféricos.
Um conto do escritor Rodrigo Santos foi a inspiração para “A Voz do Ralo É a Voz de Deus”. O texto fala sobre uma mulher torturada durante a ditadura militar. Nas sessões de tortura, baratas eram introduzidas em sua vagina. (Por Folha de São Paulo)

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