“Ela tem uma cabeça fantástica, é uma atriz que sempre fui fã, acho ela inteligentíssima”, declarou o ator.
O ritmo baiano e até o sotaque parecem ter tomado conta de Emílio Dantas, que vive Beto Falcão, um dos protagonistas de “Segundo Sol”, novela das 21h que estreia dia 14 de maio.
Para viver o cantor de axé decadente que finge a própria morte e vive uma vida em segredo, o ator consegue ensaiar em casa o baianês, já que a trama se passa na Bahia, e para isso conta com o apoio da namorada, a atriz Fabiula Nascimento, que também está no elenco como Cacau. O ator, que recentemente interpretou o inesquecível Rubinho em “A Força do Querer”, comemora trabalhar na mesma trama que a companheira.
“Quando chego aqui já pego no baianês. Chego em casa e Fabiula está estudando o texto em baianês, até o cachorro também late em baianês. É uma delícia [trabalhar com ela], poder estudar em casa. Ela tem uma cabeça fantástica, é uma atriz que sempre fui fã, acho ela inteligentíssima. E além de tudo tem as dicas que ela dá e também me meto no trabalho dela. A gente se diverte aí”, contou o o bem humorado ator durante um intervalo das gravações da novela de João Emanuel Carneiro.
Para interpretar o cantor, Emílio não tem muita dificuldade. O ator já teve banda e se consagrou na pele de Cazuza no musical “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz”.
“Assisti ao documentário ‘Axé, O Canto de um Povo’ [2016], que tem o depoimento de todo mundo que passou pelo axé, desde o início. Tentei pegar um pouquinho de cada um. Todo mundo que frequentou um churrasco nos anos 1990 ouvia um axé. Não tem muito mistério”, explicou o ator.
As primeiras gravações da trama foram feitas na Bahia, em Porto Seguro, sul do Estado, e em Salvador. O elenco gravou por um mês nas localidades, o que gerou uma dificuldade para Emílio.
“A maior dificuldade foi voltar da Bahia. Ficamos um mês. Sempre fui para lá de passagem, com turnê, não conhecia o sul. Foi uma lua de mel com direito a cachorro e tudo. Alugamos uma casinha em Porto Seguro para passar esse tempo, para poder levar o cachorro”, disse o ator.
Na primeira fase da trama, logo no primeiro capítulo, Beto Falcão vai aparecer com dreadlocks nos cabelos. Quando ele passa a se esconder com o nome Miguel, o ator já aparece com os cabelos curtos e na segunda fase da trama as madeixas ganham mechas grisalhas. Mas, se ver de cabelos brancos não o assustou.
“Sou otimista, é melhor [ter cabelos brancos] que ser careca”, brincou sobre o visual.
Ainda se adaptando a rotina de volta da Bahia e de gravações no Rio, Emílio diz que gosta de ficar em casa brincando com o cachorro e “curtindo a Fabiula” nas horas vagas. Quanto a passeios pela cidade, ele gosta, mas lamenta sobre a atual situação de insegurança que a cidade vive.
“O Rio é que não tem gostado que as pessoas saiam. Não [mudei de hábitos] porque não tem jeito, temos que viver e viver com medo é difícil. Quando eu tinha 9 anos fui espancado. Tive uma quizumba na vila que morava. Fui defender meu irmão em uma briga e a mãe do menino deu uma grana para 15 moleques me baterem. Tomei uma coça. No dia seguinte saí que nem o Rock Balboa e avisei minha mãe que ia brincar. Ela disse ‘não’ e eu disse ‘ela não vai pagar para me baterem todo dia, preciso viver’. Hoje sou mais preocupado com os outros, quando a Fabiula vai sair tarde do Projac”, reflete Emílio. Com informações da Folhapress.
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