“O unilateralismo e extra-territorialidade praticados permanentemente no mundo pelo Governo norte-americano constituem uma violação flagrante dos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas”
Caracas condenou a decisão do Presidente Barack Obama de prolongar o decreto que considera a Venezuela um “extraordinário risco” para a segurança norte-americana e anunciou uma “revisão integral” das relações com os Estados Unidos.
“A Venezuela condena energicamente a renovação da ordem executiva ditada pelo Presidente Barack Obama que, de maneira inexplicável, insiste em declarar a Venezuela como uma ameaça inusitada e extraordinária à segurança nacional e à política externa dos EUA”, anunciou Caracas num comunicado lido pela ministra venezuelana de Relações Exteriores.
Segundo Delcy Rodriguez “o unilateralismo e extra-territorialidade praticados permanentemente no mundo pelo Governo norte-americano constituem uma violação flagrante dos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas, assim como do estado de direito Internacional, ameaçando o vigor do multilateralismo” e o “princípio de não-ingerência nos assuntos internos e de igualdade soberana do Estados”.
Segundo a ministra, a Venezuela lamenta ainda que “os EUA, sendo um dos países onde a violação dos direitos humanos é uma política de Estado e o belicismo extremo é praticado em regiões inteiras do mundo negando desta forma o acesso massivo dos povos aos direitos humanos, pretenda dar lições a outros países do que adoece intencionalmente para justificar o intervencionismo”.
“A Venezuela denuncia, perante a comunidade internacional, que esta agressão incite os fatores antidemocráticos e violentos da oposição venezuelana a atentar contra a inconstitucionalidade do país e as suas autoridades legítimas e constitucionais”, disse.
O comunicado, lido pela ministra, afirma que “o Governo venezuelano decidiu, em consequência, submeter a revisão integral as relações com os EUA”.
O Presidente dos EUA prolongou nesta sexta-feira (4), por mais um ano um decreto que declara uma situação de “emergência nacional” devido ao “extraordinário risco” que representa a situação na Venezuela para a segurança norte-americana.
Obama justificou a medida numa carta enviada aos líderes da Câmara de Representantes e do Senado onde argumenta que a situação na Venezuela “não melhorou”, sendo portanto necessário “continuar a emergência nacional, declarada na ordem executiva 13692, com respeito à situação na Venezuela”.
Em 08 de março de 2015, o líder americano ordenou a aplicação de sanções a sete altos responsáveis venezuelanos, atuais e antigos, acusados de violação dos direitos humanos. Entre os visados está o diretor-geral dos serviços secretos e o diretor da polícia nacional.
As sanções incluem a proibição de entrada nos Estados Unidos e congelamento de bens.