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Saúde

Anticorpos contra Covid-19 podem passar para bebês pelo leite materno

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O aleitamento materno gera inúmeros benefícios à mulher e ao seu bebê, tanto em relação aos aspectos nutricionais e emocionais para a dupla como também em relação à imunização e proteção contra doenças para o recém-nascido e para a mãe.
Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) constatou que as mães vacinadas contra a Covid-19 produzem anticorpos que podem ser transmitidos ao recém-nascido pelo leite materno.
Conduzida pelo Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP e realizado pelo Instituto da Criança e do Adolescente, a pesquisa indicou presença de anticorpos no leite de colaboradoras lactantes do HC, imunizadas com a vacina Coronavac, do Instituto Butantan.
De acordo com o estudo, foi observado que a segunda dose forneceu um incremento no nível de anticorpos das gestantes e, em algumas das colaboradoras, níveis altos de anticorpos contra a Covid-19 mantiveram-se no leite materno mesmo depois de alguns meses de amamentação.
“O leite materno é importante justamente porque carrega um grande repertório de anticorpos, acumulados ao longo da vida da gestante”, explica a professora Magda Carneiro Sampaio, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP, vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto da Criança do HC.
“O que o estudo mostra é que essa vacina também se incorpora ao repertório materno e a mãe vai passando esse anticorpo várias vezes ao dia ao bebê. Esse anticorpo [advindo do leite] é muito interessante, porque tem uma ação fundamentalmente local, quase nada dele é absorvido. Sua ação é em todo o trato gastrointestinal do bebê”, disse a professora que há mais de 30 anos desenvolve uma linha de trabalho sobre o estudo do leite humano.
A pesquisadora destaca que estudos equivalentes foram feitos em outros países, como Israel, Estados Unidos e Espanha, mostrando que as vacinas Pfizer, Moderna e Oxford/Astrazeneca também induzem anticorpos no leite. “No fundo, isso mostra que a Coronavac, nosso imunizante mais amplamente disponível no Brasil, é um bom imunizante”, afirma Magda.
“Dentre as que nós temos aqui disponíveis em maior quantidade, ela é a mais adequada para as gestantes pela questão da trombofilia”, diz a professora, a partir dos indícios coletados no trabalho. Mulheres gestantes compõem o grupo de risco da Covid-19 e a tendência de se formarem coágulos sanguíneos [trombofilia] é maior nesse período.
Entidades médicas
As sociedades médicas do Brasil têm seguido a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que recomenda a vacinação em mulheres lactantes e não preconiza a interrupção da amamentação após a vacinação.
Apesar de os estudos comprovarem a presença de anticorpos no leite materno, casos confirmados no organismo de bebês ainda são isolados. No Brasil, há um episódio registrado em Tubarão (SC) onde um bebê de 2 anos, amamentado pela mãe que havia se vacinado, recebeu a confirmação de anticorpos de SARS-COV 2 por meio de um exame pedido pelo médico.
Segundo a pediatra Flávia Bravo, presidente da Comissão de Informação e Orientação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ainda não há evidências suficientes demonstrando que anticorpos passados pelo leite materno possam realmente proteger os bebês.
“A proteção do bebê reside principalmente na proteção da própria lactante que não vai transmitir a Covid-19 para seus bebês. Não existem evidências demonstrando que anticorpos passados pelo leite materno possam realmente proteger os lactentes [bebês ou crianças que mamam no peito], então isso é uma evidência que nos falta”, aponta Flávia.
Para quem amamenta, a médica afirma que as vacinas são seguras. “As vacinas já vêm sendo aplicadas em lactantes desde que elas foram aprovadas ao redor do mundo e o que a gente observa é que elas são tão seguras quanto para qualquer outra mulher, não há nenhum risco específico envolvendo lactantes que passaram do período do puerpério”.
A única restrição existente diz respeito às lactantes que estão nos primeiros 45 dias após parto, o puerpério. “Nessa fase há precaução de evitar as vacinas de vetor viral, como a Oxford/ Astrazeneca e a Janssen, por conta de um evento adverso que aconteceu com uma gestante aqui no Brasil e essa é uma medida de precaução”.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Mastologia também recomendam que as lactantes tomem a vacina contra Covid-19.
“A Febrasgo recomenda a vacinação anticovid para lactantes, não só para proteção da mãe, como para a proteção também do recém-nascido. Existem alguns trabalhos que já comprovam que existe essa transferência pelo leite materno e só não sabemos ainda se a quantidade de anticorpos transferidas garante a proteção do recém-nascido. A puérpera lactante ou a lactante que tomou a vacina não precisa interromper a amamentação”, ressaltou a ginecologista Cecília Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da federação.
“Gestantes e lactantes têm risco aumentado para infecção por Covid-19. Em relação à marca, temos contraindicado, no Brasil, o uso das vacinas com vírus inativado (Oxford/Astrazeneca e Janssen) no período da gestação e puerpério, fora desta fase, na amamentação, pode ser qualquer uma”, afirmou a médica Beatriz Gerônymo, da Comissão de Aleitamento da entidade da Sociedade Brasileira de Mastologia.
O E-lactancia, site destinado principalmente a estudos de compatibilidade de medicamentos e substâncias utilizadas pela mulher durante a amamentação, se posiciona a favor da vacinação contra Covid por lactantes, descrevendo como “situação bastante segura”.
Em março deste ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também se posicionou favorável à vacinação desse grupo. “A SBP é enfática em recomendar a vacinação de mulheres que, na sua oportunidade de vacinação, estiverem amamentando, independentemente da idade de seu filho, sem necessidade de interrupção do aleitamento materno, ressaltando todos os benefícios de ambas as ações (imunização e amamentação)”.
Mesmo vacinadas, essas mães precisam manter o uso de máscaras, o distanciamento social, evitar aglomerações e sempre lavar a mão com sabão e usar o álcool em gel,  cuidados necessários para evitar contaminação pela Covid-19 e outras doenças infecciosas .
Grupo prioritário
A Lei 14.190/21 acrescentou aos grupos prioritários de imunização as lactantes, gestantes, puérperas e também crianças e adolescentes com deficiência permanente ou comorbidade e adolescentes privados de liberdade. A lei foi publicada no Diário Oficial em 30 de julho.
Calendário vacinal em dia 
Apesar da importância dos imunizantes contra Covid-19 para combater a pandemia, mulheres que amamentam não podem esquecer de tomar outras vacinas existentes no calendário vacinal do adulto brasileiro. O leite materno protege não só contra a Covid-19, mas contra diversas outras doenças infecciosas.
Em outubro de 2020, a Sociedade Brasileira de Pediatria, SBim e a Febrasgo emitiram documento técnico que trata da imunização na gestação, pré-concepção e puerpério. O documento informa, conforme citado pelos especialistas ouvidos pela reportagem, que algumas vacinas que são contraindicadas durante a gestação devem ser recomendadas no puerpério, como a tríplice viral, varicela e HPV, mesmo para aquelas que estão amamentando.
Por outro lado, diz o documento, a vacina da febre amarela deve ser evitada em nutrizes até que o bebê complete 6 meses. Se a vacinação for necessária, entretanto, deve-se suspender o aleitamento materno por 10 dias após a administração da vacina.  Após os 6 meses de idade da criança, a nutriz pode receber a vacina sem necessitar suspender o aleitamento.
O ideal é que a mulher que pretende engravidar procure atualizar a caderneta de vacinação para se preparar para a gestação, explica a médica pediatra Tania Cristina Petraglia, secretária do Departamento Científico de Imunizações da SBP.
“A vacina tríplice viral, que protege para sarampo, caxumba e rubéola é uma vacina viva, é [vírus] atenuado, mas é viva, então não pode ser aplicada durante a gestação. É preferível que a mulher tome a vacina antes de engravidar, então a mulher pode já ter um esquema de Hepatite B feito, para difteria, tétano e a tríplice viral antes de engravidar”, recomenda Tania.
Durante a gestação, a mulher vai ter que tomar vacina da gripe e também a tríplice acelular do adulto, que protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche, chamada dTpa.
“Essa proteção para coqueluche é muito importante para o bebê, porque os anticorpos que passam através da placenta vão protegê-lo para coqueluche nos primeiros meses de vida, enquanto ainda ele não completou o esquema de vacinação, com seis meses de vida”, detalha a médica.
Durante a pandemia, a médica lembra que houve uma baixa cobertura vacinal, não só de crianças, mas de todas as faixas etárias. “Agora, com a flexibilização, é superimportante que todos mantenham o calendário de vacinação atualizado e isso não é só para criança, o adulto vacinado adequadamente está protegendo a criança também, porque forma uma rede de proteção e isso é bom para todos, do ponto de vista individual e do ponto de vista da coletividade, pois o vacinado vai estar contribuindo para diminuir a circulação de doenças”.
A pediatra Flávia Bravo, presidente da Comissão de Informação e Orientação da SBIm, também alerta para a importância de se manter os calendários de vacinação em dia.
“A gente se preocupa muito com o calendário infantil, é claro, mas existem vacinas para adolescentes cuja cobertura nunca atingiu os níveis desejáveis e, agora, estão mais baixos ainda, assim como vacinas para gestantes, que estão inclusive com dificuldade de fazer seus pré-natais por conta da pandemia. O panorama que nos ameaça não é nada otimista, é preciso saber que precisamos manter os calendários de vacinação em dia.”
Por:Diario de Pernambuco

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Saúde

Fígado gordo: sintomas que não pode ignorar (antes que seja tarde demais)

Geralmente, ela se manifesta quando já está em estágio avançado, podendo evoluir para cirrose e câncer.

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Existem duas sensações que podem ser sintomas de uma doença grave que requer tratamento imediato. A esteatose hepática, conhecida como “fígado gordo”, é uma condição de saúde séria que costuma permanecer “silenciosa” por muito tempo e progride lentamente. Geralmente, ela se manifesta quando já está em estágio avançado, podendo evoluir para cirrose e câncer, chegando até mesmo à necessidade de um transplante na vida adulta.

Dores de estômago e náuseas estão entre as queixas mais comuns e podem indicar que a doença está se agravando, de acordo com a Hawaii Pacific Health, citada pelo jornal Daily Express. À medida que a capacidade do fígado de eliminar toxinas diminui, o desconforto digestivo provavelmente aumentará. A náusea constante é uma reação ao acúmulo de produtos residuais no corpo, e vômitos inexplicáveis estão frequentemente relacionados a problemas no fígado.

Além dessas complicações, os pacientes também podem relatar perda de apetite. Esse sintoma geralmente é resultado de níveis anormais de leptina (um hormônio que regula o apetite) e grelina (o hormônio da fome).

O mesmo jornal relata que estudos publicados no World Journal of Gastroenterology revelam que os sintomas gastrointestinais mais comuns incluem inchaço abdominal (49,5%), dor abdominal (24%), arrotos (18,7%), diarreia (13,3%) e constipação (8%). Distúrbios gastrointestinais são frequentes na cirrose hepática e tendem a aumentar à medida que a doença avança.

Foto Shutterstock

Por Notícias ao Minuto

           

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Saúde

Talco classificado como “provavelmente cancerígeno” para humanos pela OMS

Talco foi colocado no nível 2A.

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O talco foi classificado pela a Agência Internacional de Investigação sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês), órgão que pertence à Organização Mundial da Saúde (OMS), como “provavelmente cancerígeno” para os seres humanos

As conclusões dos especialistas foram divulgadas, esta sexta-feira, num artigo divulgado na revista científica The Lancet Oncology.

O talco, que é um mineral natural utilizado em cosméticos, foi colocado no nível 2A, o segundo nível mais elevado da pirâmide de identificação de risco, e que diz respeito a itens cujas evidências de relação com tumores são mais robustas entre animais, mas também provas limitadas entre humanos. Neste caso, os estudos indicam um risco aumentado de câncer dos ovários. 

“Vários estudos mostraram consistentemente um aumento na incidência de câncer de ovário em seres humanos que relataram o uso de talco na região perineal”, informou a IARC, em comunicado. 

O órgão recorda ainda que o mineral é extraído em várias partes do mundo. Além da exposição profissional ao talco, a população pode entrar em contato com o mesmo através da utilização de cosméticos.

Esta avaliação, note-se, foi concluída, em junho. O grupo de trabalho foi composto por 29 cientistas de 13 países, reunidos na França.

Vale notar que a IARC também classificou a acrilonitrila, um composto orgânico volátil usado principalmente na produção de polímeros – usados em fibras de vestuário e outros têxteis, mas também em plásticos para produtos de consumo ou peças para automóveis – como “carcinogênico” para seres humanos, na categoria 1A.

A decisão baseia-se em “evidências suficientes de câncer de pulmão” e “evidências limitadas” de câncer de bexiga em humanos. 

Foto  iStock

Por Noticias ao minuto

           

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Saúde

HCP atende mais da metade dos pacientes com tumores de cabeça e pescoço do Estado

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O Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), referência em oncologia no Estado, mobiliza-se neste Julho Verde, campanha de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço. Com o mote Não dê chance ao câncer de cabeça e pescoço, o HCP faz um alerta para os fatores de risco que provocam câncer região – o principal é o tabagismo.

Ao longo do mês, conteúdos relacionados ao tema podem ser conferidos no site exclusivo hcp.org.br/julhoverde e redes sociais @sigahcp.

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