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Política

Direita tende a se pulverizar após Bolsonaro

Bolsonaro não conseguiu comandar um partido, fracassou em criar o próprio e deixa no vácuo seu eleitorado mais fiel.

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A saída de Jair Bolsonaro (PL) do poder abre espaço para o surgimento de novas lideranças à direita, apesar de aliados aguardarem sinalizações do agora ex-presidente acerca do rumo político que deve tomar após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A candidatura de Bolsonaro conseguiu reunir politicamente um setor amplo e difuso que vinha se formando desde 2013, agregando desde eleitores antipetistas e conservadores a extremistas que pedem golpe militar.

Agora oposição, esse arranjo tende a se fragmentar, segundo especialistas e parlamentares ouvidos pela reportagem.

Bolsonaro é reconhecido como uma liderança mobilizadora, mas não conseguiu comandar um partido, fracassou em criar o próprio e deixa no vácuo seu eleitorado mais fiel -que tenta traduzir possíveis códigos a partir das poucas publicações que ele faz em redes sociais.

Em seu penúltimo dia de mandato, ele deixou o Brasil e viajou para os Estados Unidos, sendo alvo de críticas de aliados que pediam golpe em frente a quartéis. Rompendo uma tradição democrática, também deixou de passar a faixa para Lula no dia 1º.

No dia 31, o então vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão (Republicanos), fez pronunciamento em rede nacional com crítica velada a Bolsonaro ao dizer que “lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criassem um clima de caos e de desagregação social”. A fala também foi interpretada como uma tentativa de disputar a liderança da oposição.

Presidente da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) diz que vê dois principais caminhos para Bolsonaro no jogo político: liderar a oposição ou se tornar um mentor.

Ele atribui ao ex-presidente a onda de políticos jovens que ganharam projeção no último pleito, como os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), André Fernandes (PL-CE) e Carol de Toni (PL-SC).

Destaca que o campo da direita conservadora cresceu com Bolsonaro -que ajudou a eleger a maior bancada do Congresso-, mas reconhece que não há partidos que abracem integralmente suas pautas.

O deputado diz ter a missão de conversar com algumas legendas da direita para encontrar interessados em apoiar a bandeira do conservadorismo -destacando posições sobre família, aborto e drogas- em estatutos partidários. Vê possibilidade no PL, que abriga o ex-presidente, e no Republicanos.

Bolsonaro ajudou a fomentar um campo eleitoral que, de acordo com Sóstenes, é um misto de “nacionalismo com iniciativa privada, agronegócio e grandes empresários, com segmento religioso e militar”.

“Precisamos identificar um, dois ou três partidos que se autointitulem de direita conservadora. Hoje, não há. E sabemos que não se faz política no Brasil com candidaturas avulsas, só com partidos”, afirma.

O líder evangélico não arrisca sugerir nomes que podem eventualmente suceder Bolsonaro porque diz ser preciso esperar por sua decisão, mas pondera que “amanhã pode ser Tarcísio de Freitas, um Jorginho Mello [governador de Santa Catarina], Ronaldo Caiado [governador reeleito de Goiás], Romeu Zema [governador reeleito de Minas Gerais], ou a própria Michelle Bolsonaro, que se tornou muito carismática”.

Para o cientista social Jorge Chaloub, que estuda a direita brasileira do pós-guerra, Bolsonaro deu cara e sentido à extrema direita no Brasil.

“Só que esse campo ficou centralizado na figura dele e de sua família. Ele não criou um partido nem conseguiu dominar completamente um partido. Qual é a tendência agora, com a derrota? A tendência é que esse campo se pulverize.”

A leitura dele e de outros analistas é que, desde a derrota, Bolsonaro teve respaldo somente no seu núcleo fiel, que eles estimam ser uma parte pequena do total que o elegeu.

“É um eleitorado disposto a abraçar novas lideranças. Até porque Bolsonaro já tem dado notas de perder o controle do seu eleitorado, mesmo o núcleo mais radical, com os últimos acontecimentos de Brasília, com ataques que bolsonaristas têm trocado entre si. Há um vácuo de liderança e o próprio silêncio dele evidencia isso”, diz o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP).

A forma de outros partidos captarem esses eleitores, segundo o membro do MBL (Movimento Brasil Livre), é com “competência na oposição”.

“A votação da Lei das Estatais, por exemplo, mostrou com clareza que a maior parte dos bolsonaristas votou com o PT a favor de um texto porque não acompanha e não vai ao plenário, não participa das discussões, não lê os projetos e não faz acordos”, diz.

A Câmara dos Deputados aprovou em 13 de dezembro um projeto que muda a Lei das Estatais para reduzir para 30 dias a quarentena de indicados a ocupar cargos de presidente e diretor das empresas públicas. A alteração pode beneficiar o ex-ministro Aloizio Mercadante, agora no BNDES sob Lula.

A parcela de eleitores bolsonarista raiz, aquela que abraçou a desconfiança das urnas e a anticiência durante a pandemia, por exemplo, é considerada a mais difícil de se reconectar. São, por exemplo, os manifestantes que pedem golpe militar em frente aos quartéis desde a derrota na eleição.

A deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB-SP) diz achar injusto chamá-los de extremistas e que lhes falta compreender que Bolsonaro foi parte do processo de destruição da Lava Jato.

“Muitos estão em manifestações por entenderem, com razão, que Lula sequer poderia ter concorrido, uma vez que não é possível, depois de cinco anos, anular quatro condenações em embargos de declarações”, afirma.

Janaína considera difícil o surgimento de uma nova liderança tão cedo porque entende que o bolsonarismo cometeu “excessos retóricos” que estigmatizaram a direita como um todo.

Bolsonaristas já queimaram carros e vandalizaram áreas de Brasília, mas alguns políticos e influenciadores dizem que seriam infiltrados, mesmo que não faça sentido a esquerda tumultuar a posse de Lula.

Para o sociólogo Michel Gherman, bolsonarismo e eleitores de Bolsonaro não são sinônimos. Segundo ele, “Bolsonaro representa o seu militante mais radical”.

“Esses grupos sempre existiram, mas não eram colonizados, não tinham uma gramática. Bolsonaro produziu uma prática gramatical que fez com que eles encarassem adversários como inimigos, progressistas como ameaça”, afirma ele, que é autor do livro “O Não Judeu Judeu: A Tentativa de Colonização do Judaísmo pelo Bolsonarismo”.

O pesquisador diz que a direita liberal agora conviverá com um desafio que ela própria ajudou a criar e que a “energia política da extrema direita está na sociedade brasileira”.

Por Folhapress

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Política

Investimento habitacional e para a educação de PE

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HABITACIONAIS ESPERADOS HÁ MAIS DE UMA DÉCADA

Anunciados há cerca de 15 anos, os habitacionais Vila Brasil I e II irão beneficiar famílias da comunidade do papelão, nas proximidades dos novos empreendimentos. As obras dos habitacionais começaram em 2009, mas foram paralisadas por cortes de recursos federais.

Cerca de 2 mil pessoas irão receber os apartamentos que esperam há mais de 30 anos na “Favela do Papelão”, no bairro dos Coelhos. A última previsão de entrega dada pela Prefeitura do Recife havia sido no ano de 2022.

O Vila Brasil I é composto por 128 moradias e uma quadra poliesportiva e as sendo outras 320 moradias no Vila Brasil II. Ambos os habitacionais têm apartamentos de 44 metros quadrados, com dois quartos e um banheiro, além de sala, cozinha e área de serviço.

IFPE

A solenidade na área central do Recife também foi marcada pelo anúncio oficial dos novos campus Recife do Centro do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), no Centro, e o novo Campus do Sertão – UFPE, no município de Sertânia (PE).

O prefeito João Campos direcionou o seu discurso para a iniciativa do Ministério da Educação, já que o município concedeu dois prédios na Avenida Guararapes. Após isso, a doação dos edifícios Trianon e Art-Palácio foi assinada. “Estamos em um tempo em que o federalismo voltou, as parcerias voltaram”, disse.

O ministro da educação Camilo Santana e o reitor Alfredo Gomes ainda assinaram um termo para repasse de recursos para a construção de estruturas acadêmicas; expansão do hospital veterinário; obras de reformas e conclusão de blocos, laboratórios e centro de arte e música.

Raquel Lyra

Cada vez mais distante de legendas próximas do bolsonarismo, a governadora Raquel Lyra chegou a dizer que “o Governo de Pernambuco sofreu com a ausência da relação federativa” antes da vitória de Lula.

“Essa é a terceira vez que o senhor está aqui somente esse ano. Fui a Brasília mais de 50 vezes para garantir a aproximação do governo de Pernambuco”.

A tucana aproveitou para saudar ministros e prefeitos dos municípios, citando João Campos nominalmente.

Também foi assinado um contrato do programa Periferia Viva, de regularização fundiária e melhoria habitacional, com a governadora Raquel Lyra, o presidente da Caixa, Carlos Vieira; o ministro das Cidades, Jader Filho; e o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro.

A governadora também assinou um repasse de recursos para reformas do Porto de Suape. Dentre os anúncios de Lula, o presidente confirmou o repasse de R$ 136 milhões para o Metrô do Recife.

 

Fonte: JC

           

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Política

Lula desiste de visitar regiões em que foi derrotado por Bolsonaro

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Promovendo giros pelo Brasil de olho nas eleições municipais, o presidente Lula (PT) desistiu de cumprir agendas em regiões onde perdeu para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022. O primeiro recuo foi em relação ao lançamento do Plano Safra, que inicialmente deveria ocorrer no Mato Grosso.

O petista pretendia fazer o lançamento do programa voltado para o agronegócio em 26 de junho na cidade do Rondonópolis, como havia indicado o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. A agenda, no entanto, foi transferida para esta quarta-feira, 3, no Palácio do Planalto.

Além disso, Lula cancelou uma agenda que estava prevista para esta quinta-feira, 4, em Goiânia. O petista pretendia inaugurar unidades do Instituto Federal e teria a presença da deputada federal Delegada Adriana Accorsi, pré-candidata do PT à prefeitura da capital.

Segundo o portal G1, essa agenda deverá ser substituída por uma viagem a Campinas, no interior de São Paulo.

Milei e Bolsonaro em Santa Catarina

Paralelamente, Lula cancelou a primeira visita que faria ao estado de Santa Catarina no próximo sábado, 6. O presidente era esperado para uma agenda no porto de Itajaí, no litoral catarinense.

A visita estava prevista para ocorrer na mesma data em que Jair Bolsonaro irá se reunir com representantes da direita brasileira na cidade de Balneário Camboriú. O presidente da Argentina, Javier Milei, é esperado no evento.

O encontro de Bolsonaro ocorre em uma cidade vizinha a Itajaí. O aeroporto que serve a região é o de Navegantes, que fica em Itajaí. Ao G1, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) alegou que a viagem à cidade catarinense não constava na previsão de agenda de Lula.

Fonte: O Antagonista

           

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Política

Michele Collins vai assumir vaga na Câmara Federal

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Com a decisão da deputada Clarissa Tércio (PP) em se licenciar da Câmara Federal para se dedicar à eleição pela Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, a vereadora recifense Missionária Michele Collins (PP) vai assumir a vaga de deputada federal de forma interina. Michele foi candidata a deputada federal na eleição de 2022, ocasião em que conquistou 39.296 votos e ficou na primeira suplência do PP.

Por Ponto de Vista

           

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