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Brasil

Resgatado em monte de lama, garoto de 2 anos perdeu a família no temporal

“As crianças e adolescentes foram as maiores vítimas da tragédia. Até agora, das 27 vítimas com identidades e idades divulgadas, 15 são crianças e adolescentes”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves.

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Daqui para frente, quando passar a mão na cabeça, o menino de dois anos terá uma cicatriz de cerca de 10 centímetros para lembrá-lo do que ainda não entendeu, mas já sente: o dia em que sua mãe, pai e dois irmãos sumiram de sua vida. No mesmo dia, ele foi retirado de uma montanha de lama, apenas de fralda. Em meio ao entulho, seu choro baixinho guiou um bombeiro civil até o canto de ar formado por uma parede soterrada por escombros.

Um choro fraco, quase um lamento, fizeram voluntários e moradores da rua crerem que era o barulho de um cachorro ferido. “Ele nunca foi de chorar. Entrava e saía da minha casa o dia inteiro”, diz Lucian Soares, de 34 anos, que viu Aleffi Miguel da Conceição Costa nascer. “Hoje (sexta-feira) foi a primeira vez que ele falou alguma coisa desde domingo (dia do temporal). Pegou na mão da minha filha e a chamou para brincar com esse carrinho”, contou.

Foi o mesmo dia em que os corpos de seu pai, mãe e irmãos foram encontrados. Os pais do menino, Adriel Costa e Maria dos Gomes da Conceição, e seus irmãos Adryan, de 8 anos, e Mariely, de 15, além dos primos Rafael, de 24, e Keison, de dois, se foram. Da família, sobraram o tio, Benedito Gomes, e os avós, no Piauí.

O garoto, de olhos pretos vivíssimos, tem nariz e bochecha esfoladas e uma enorme sutura na parte de trás da cabeça. Ele se abraça aos brinquedos como se fossem sua família.

São Sebastião, onde o menino nasceu e perdeu os parentes, recebeu mais de 600 milímetros de chuva em 24 horas, o triplo da média esperada para todo o mês de fevereiro. De acordo com a Defesa Civil de São Paulo, são cerca de 3,5 mil desalojados e 65 mortos (número atualizado no domingo).

Assim que foi retirado dos escombros, o garoto foi levado para o Instituto Verdescola, no mesmo bairro, onde recebeu os primeiros socorros. “Quando ele chegou aqui, nem chorar ele chorava, só ficava nos olhando”, afirma Fernanda Carbonelli, uma das diretoras da ONG. De lá, Aleffi foi levado para um hospital em Caraguatatuba, cidade também no litoral norte.

Sequelas

O garoto chegou com escoriações e um corte profundo na cabeça. “Quando o vi no hospital, achei que ele tinha algum problema de tão inchada que estava a cabeça dele. Nem abria os olhos direito”, diz

Leonir Silva Neto, que estava com o pai internado no mesmo hospital e, alertado pelos moradores de Vila Sahy, permaneceu com o garoto durante dois dias até a criança receber alta. “Orei para Deus salvar o Aleffi e…não tem explicação. Em menos de 24 horas, (a cabeça) desinchou e estava normal. Nem parecia a mesma criança”, diz.

Talvez nunca mais seja. As consequências de vivenciar um trauma desse tamanho durante a primeira infância dependem do apoio que crianças como Aleffi vão receber a partir de agora.

“Alguns dos pontos a serem avaliados são a vulnerabilidade do indivíduo e vivência do trauma e a resposta (cuidado) que se dá a ele”, afirma o psiquiatra Daniel Zandoná, coordenador médico do PROVE Kids, ambulatório de psiquiatria infantil do programa de assistência a vítimas de violência e estresse pós-traumático da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Mais de 1 bilhão de crianças no mundo estão “extremamente expostas” a impactos da crise climática, conforme o Unicef, braço das Nações Unidas para a infância. No Brasil, são 40 milhões nessa situação.

“As crianças e adolescentes foram as maiores vítimas da tragédia. Até agora, das 27 vítimas com identidades e idades divulgadas, 15 são crianças e adolescentes”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves. “Também é visível nos alojamentos que crianças e adolescentes representam 30% a 40% dos desabrigados que estão nesses espaços.”

Futuro

No sábado, enquanto corria atrás das certidões de óbito do cunhado e dos sobrinhos, Benedito, tio de Aleffi, sabe apenas que irá cuidar do menino. Daqui em diante, Aleffi deve ser sua responsabilidade. “Ele (o tio) não é de falar muito, é uma pessoa humilde, mas trabalhador e muito sério”, diz Luciana, vizinha e melhor amiga da mãe do garoto. “Mas ele já disse que vai criar o sobrinho, nem questionou.”

Segundo Castro Alves, uma parceria firmada pela prefeitura de São Sebastião e a ONG Visão Mundial está apoiando as crianças e escolas afetadas pelas chuvas. O objetivo é que o acompanhamento se estenda e possa chegar a meninos como Aleffi.

Na sexta-feira, quando o jornal O Estado de S. Paulo se encontrou com o garoto, ele só olhava para todos ao redor, como que curioso sobre o motivo de tanta atenção. novos brinquedos e doações – entre elas uma embalagem de leite especial para crianças com alergia à lactose, de cerca de R$ 200, que ele precisa.

Entre a lata sem graça e um Hulk quase de seu tamanho, abraçava o monstro-herói verde.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasil

Plano Real 30 anos: Inflação reduz poder de compra em 86,72%

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O Plano Real foi um marco na economia brasileira, implementado em 1994 para conter a hiperinflação. Com medidas como a URV e a âncora cambial, o plano foi gradual e bem-sucedido, trazendo estabilidade econômica ao país.

O Plano Real completa 30 anos com uma marca significativa: o poder de compra da moeda caiu 86,72% desde sua implementação. A inflação acumulada de 708% entre julho de 1994 e maio de 2024 significa que, para comprar o equivalente a R$ 1 de 1994, seriam necessários R$ 8,08 hoje.

O lançamento do real foi uma resposta à hiperinflação das décadas de 1980 e 1990, que superava 2.500% ao ano. Desde então, a inflação brasileira, mesmo em seus piores momentos, não ultrapassou 10% ao ano. O plano, iniciado no governo de Itamar Franco com Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda, estabilizou a economia e reduziu drasticamente a inflação, que chegou a quase 5.000% em 1993.

Apesar do sucesso no controle inflacionário, a desvalorização do real é evidente. Uma nota de R$ 100 de 1994, equivalente ao salário mínimo da época, hoje compra apenas R$ 13,28. A nota de R$ 50 valeria hoje R$ 404,01 e a de R$ 5, R$ 40,40. Além disso, as notas lançadas posteriormente, como a de R$ 2 em 2001 e a de R$ 20 em 2002, também sofreram perdas de poder de compra significativas, necessitando hoje de R$ 7,69 e R$ 74,56, respectivamente, para manter o valor original. *Com informações do G1 Economia e Uol Economia.

 

 

           

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Brasil

TCU avalia cancelar licitação da Secom do Governo Federal após indícios de ‘graves irregularidades’

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Após identificar indícios de “graves irregularidades” em uma licitação que visava a contratação de assessoria de comunicação e gestão de redes sociais, a Unidade de Auditoria Especializada em Contratações do Tribunal de Contas da União (TCU) avalia pedir o cancelamento de um pregão feito pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom).

De acordo com o jornal O Globo, a área técnica do TCU entende que a licitação, que resultará em gastos de R$ 197,7 milhões, pode ter violado o sigilo das propostas técnicas de empresas concorrentes.

Isso porque o resultado do pregão teria sido “divulgado pela imprensa, de forma cifrada, um dia antes da data em que seriam abertos os envelopes contendo a identificação quanto à autoria de cada plano de comunicação digital”.

ENTENDA O CASO

A Secom do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou no fim de abril que quatro empresas venceram o pregão para assessoria de comunicação e gestão de redes sociais. Essa é considerada a maior licitação da história do Governo Federal para a área de comunicação digital.

A divulgação ocorreu no dia 24 de abril. No dia anterior, no entanto, o portal O Antagonista divulgou, de forma cifrada, informações sobre as empresas que seriam anunciadas vencedoras pelo Governo Federal.

“Se a subcomissão técnica conhecia antecipadamente a autoria de cada proposta técnica, como sugerem as evidências, o fato se constitui em irregularidade grave, conforme sustenta o representante, resultando em possível direcionamento do certame e maculando todo o procedimento da licitação”, pondera o relatório.

O Ministério Público, junto com o TCU, entrou com pedido de investigação, uma vez que o órgão teria “se deparado com informações publicadas na imprensa que demonstravam ter havido o descumprimento das normas editalícias que exigiam o sigilo quanto à autoria dos planos de comunicação”.

“Ou seja, em postagem do dia 23/4/2024, jornalistas já davam publicidade à informação de que as empresas Área Comunicação, Moringa, BR+ e Usina Digital seriam declaradas vencedoras da Concorrência 1/2024 da Secom. Contudo, somente em 24/4/2024 deveriam ser abertos os invólucros contendo a identificação quanto à autoria de cada plano de comunicação”, explica o pedido de investigação.

O MP alegou ainda “que entendia que se podia estar diante de irregularidades na condução do procedimento licitatório para contratação dessas empresas, porque o sigilo quanto à autoria dos planos de comunicação é pilar fundamental definido em edital para que se garanta a lisura e o respeito ao princípio da impessoalidade”.

A área técnica do TCU analisou o caso e endossou as suspeitas de irregularidades. O Tribunal disse ser necessária, também, “a atuação cautelatória do TCU, no sentido de adotar medida para determinar à Secom/PR que se abstenha de formalizar o contrato referente ao Edital 1/2024 até que haja deliberação deste TCU”.

O TCU acrescentou também que as informações trazidas pela imprensa podem demonstrar cartel entre as empresas declaradas vencedoras do certame, “de tal modo que seria também necessário enviar as informações aqui presentes, bem como das deliberações a serem adotadas pelo Tribunal, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para averiguação sobre a possível existência de cartel entre os licitantes”.

O documento também sugere que o tribunal determine a oitiva prévia da Secom “acerca da possível violação do sigilo do edital”, e também solicita que a corte “alerte a Secom quanto à possibilidade de o TCU vir a conceder medida cautelar para a suspensão” das contratações, “caso haja indicativo de afronta às normas legais e/ou possibilidade de ocorrência de prejuízos à Administração”. Fonte: Diario do Nordeste

 

 

           

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Brasil

Desemprego no Brasil recua a 7,1% em maio, menor taxa para o mês desde 2014

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A taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,1% no trimestre finalizado em maio de 2024, segundo dados publicados nesta sexta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com o recuo, o percentual de desocupados com 14 anos ou mais no país é o menor para o período desde 2014 quando a taxa de desemprego também foi de 7,1%.

O nível de desemprego caiu em maio e figura no menor nível em dez anos. Segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a atual taxa de desocupação é inferior à apurada no trimestre encerrado em abril (7,5%). No mesmo período do ano passado, o patamar de desocupados totalizava 8,3%.

Na análise de todos os meses do ano, o desemprego atual é o menor desde janeiro de 2015. No trimestre encerrado naquele mês, 6,9% da população estava a procura por uma vaga de emprego. O período, no entanto, já marcava a ascensão da piora do mercado de trabalho no Brasil, com a taxa de desemprego alcançando 13,9% em março de 2017.

Total de pessoas em busca por uma colocação no mercado é a menor desde fevereiro de 2015. O cenário mostra que 7,78 milhões de pessoas não tinham trabalho e buscaram por uma ocupação entre os meses de março e maio. No mesmo período do ano passado, o total de desocupados correspondia a 8,95 milhões de brasileiros. Já no trimestre encerrado em abril deste ano, 8,21 milhões procuravam por emprego no país.

Movimentos acompanham os resultados do início deste ano. No primeiro trimestre, a taxa de desemprego no Brasil foi de 7,9%. Tal percentual corresponde também ao menor nível desde 2014. O recuo foi seguido pelo menor patamar de desocupação em 21 estados e no Distrito Federal. Em março, a taxa foi de 7,5%.

“O crescimento contínuo da população ocupada tem sido impulsionado pela expansão dos empregados, tanto no segmento formal como informal. Isso mostra que diversas atividades econômicas vêm registrando tendência de aumento de seus contingentes”, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.

Fonte: UOL

           

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