Conecte-se Conosco

Saúde

“Mulheres com HIV podem engravidar com segurança”, explicam especialistas

Novo boletim do Ministério da Saúde aponta que, em 2021, cerca de 8 mil mulheres foram diagnosticadas com o vírus durante o período gestacional.

Publicado

em

O último boletim do Ministério da Saúde, divulgado no dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra o HIV/Aids, aponta que, nos últimos 2 anos, a taxa de detecção do HIV em mulheres gestantes tem se estabilizado no Brasil. Em 2021, foram identificadas 8.323 gestantes com a infecção pelo vírus, o que representa um aumento de 2,7% comparado ao ano de 2020. O especialista em reprodução humana e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Waldemar Carvalho, explica que, atualmente, é possível uma mulher portadora do HIV engravidar, mas que cuidados precisam ser tomados para que não ocorra a transmissão da doença da mãe para o feto no útero ou recém-nascido durante o parto.

Segundo Carvalho, hoje em dia não é necessário que uma mulher soropositiva, que deseja engravidar, realize o processo por alguma técnica de reprodução assistida. Entretanto, o especialista alerta que, para uma gestação e parto seguros, é necessária uma avaliação do quadro clínico. “É possível que uma mulher infectada pelo vírus HIV engravide normalmente e, para isso, é importante que ela esteja com a imunidade adequada. São realizados exames para traçar um perfil imunológico que vão identificar se essa paciente está num estado imune adequado para uma gestação, como por exemplo a verificação das dosagens do CD4 e CD8”, explica.

A informação sobre a doença é fundamental. O ginecologista explica que antes de se falar em técnicas de reprodução assistida é necessário compreender que há uma diferença entre HIV e aids. “Primeiramente, é importante explicar que pessoas com HIV podem realizar um acompanhamento de reprodução assistida. Já pessoas que desenvolveram a aids e encontram-se num estado de comprometimento de imunidade elevado necessitam de tratamento adequado para a enfermidade, o que as torna não elegíveis”, afirma.

Os avanços farmacológicos dos medicamentos antirretrovirais têm permitido uma substancial melhora no controle clínico da imunodeficiência causada pelo HIV. Atualmente, com acompanhamento médico periódico e utilização adequada da profilaxia, é possível impedir a evolução da doença, aumentando expressivamente a sobrevida e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida. Todavia, o especialista explica que, em muitos pacientes, há diminuição da fertilidade. “Quanto mais equilibrado estiver o sistema imunológico, menores serão esses efeitos negativos”, alerta.

Para a mulher soropositiva – Quando as mulheres são portadoras do vírus e optam pela reprodução assistida para realizar uma gestação, utiliza-se a técnica de fertilização in vitro (FIV). Para isso, faz-se necessária a preparação de estimulação ovariana, a recuperação oocitária, o preparo do sêmen e realização de uma técnica chamada injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), que consiste em depositar um único espermatozoide dentro de cada óvulo.

A embriologista e membro da SBRA, Íris Cabral, explica que uma limitação para mulheres soropositivas se dá no congelamento de óvulos e embriões. “Existe um risco, mesmo que baixo, de o material estar contaminado e, como é armazenado em um tanque comum, pode haver transmissão do vírus, já que o nitrogênio banha todos os embriões para preservá-los. Nesses casos, são indicados serviços que possuem tanques para patologias específicas, onde o armazenamento do material de casais sorodiscordantes é uma possibilidade”, salienta.

Seja a gestação realizada por meio de tratamento de reprodução assistida ou de forma natural, a paciente deve ser acompanhada por um infectologista. A mãe fará uso regular da terapia antirretroviral durante a gravidez, além de ser impossibilitada de amamentar. Esse método reduz expressivamente o risco de transmissão do vírus HIV para a criança, que cai de 20% para 2%.

Para o homem soropositivo – estes podem apresentar alterações no sêmen, o que pode dificultar ou impossibilitar uma gestação.

A embriologista explica que o tratamento com o homem soropositivo é mais fácil de manejar em reprodução assistida graças ao processo de lavagem seminal. “Essa lavagem é uma filtragem feita em laboratório. Lavamos o sêmen e o separamos do líquido seminal para que fique apenas com a alíquota de células espermáticas. A partir da lavagem é possível retirar o vírus e filtrar uma parte de sêmen limpo. Em seguida, utilizamos uma técnica de baixa complexidade, a inseminação intrauterina, já sem o risco da transmissão. O médico deposita perto das trompas da paciente uma fração de sêmen lavado. Não temos relato na literatura de transmissão do vírus HIV por sêmen lavado”, detalha Íris.

Quando os dois são soropositivos – nesse caso, o tratamento é o mesmo e deve seguir as particularidades de cada paciente, já que o HIV acomete cada pessoa de formas diferentes. Sendo assim, para assegurar uma gestação segura é fundamental um trabalho em conjunto entre o especialista em reprodução humana e o infectologista durante o tratamento de FIV e a gestação.

Foto Shutterstock

Por Rafael Damas

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.

Saúde

Saiba quais são as doenças provenientes do contato com a lama

Hepatite A, verme, leptospirose são algumas doenças.

Publicado

em

Lama ou água contaminada por microrganismos nocivos à saúde pode causar problemas como gastroenterite e casos de hepatite A, verme e até leptospirose, se ingerida ou se entrar em contato com lesões de pele, boca e outras mucosas. Por isso, a infectologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) Dra. Marli Sasaki reforça a importância da higienização para evitar problemas.

“Espaços abertos com lama estão expostos a animais, como ratos, e materiais orgânicos que podem transmitir doenças. Por isso, o ideal é se limpar o mais rápido possível com água e sabão e evitar o contato da sujeira com a pele”, explica especialista.

Mesmo mediante a situação de calamidade pública como ocorre neste momento no Sul do Brasil, é importante reforçar até mesmo para voluntários e autoridades quais são os equipamentos necessários para transitar em contato com a água e a lama: botas, luvas, além de lavar as mãos com água e sabão após o contato com o material, principalmente antes de comer e após o uso do banheiro e trocar de roupas sujas.

É importante também estar atento ao surgimento de sintomas, como: dor de cabeça intensa e continua febre, vômitos e diarréia. Os sinais podem indicar infecções causadas pelo contato com lama contaminada.

Infecções que podem ser transmitidas pela lama:

Problemas gastrointestinais

Ao ingerir pequenas quantidades de lama contaminada, surgem os sintomas clássicos das infecções gastrointestinais: náuseas, diarréia, vômito e febre. Os incômodos aparecem poucas horas ou dias após o contato com microrganismos nocivos à saúde. O problema é tratado com boa hidratação, medicação para administrar os sintomas e, em casos mais graves, com antibióticos.

Hepatite A

A doença é causada pela ingestão de material fecal, que pode estar presente na lama. A infecção geralmente não apresenta sintomas, mas quando surgem são: febre, dores musculares e fadiga. Pode desencadear também problemas gastrointestinais, urina escura e pele amarelada.

A doença não tem tratamento específico, mas pode ser evitada pela vacinação

Verme

A lama pode conter também fezes de animais com ovos de ancilóstomo, que causa a doença larva migrans, também conhecida como bicho geográfico. A transmissão ocorre pelo contato de materiais com os ovos do parasita com a pele lesionada ou machucada. São sintomas coceira intensa em região com lesões sinuosas e semelhantes a um mapa.

O tratamento é feito com medicação específica para eliminação de verme.

Leptospirose

A doença é causada pela bactéria leptospira e transmitida pelo contato entre a pele e a urina de animais contaminados. Os principais transmissores são os ratos. São sintomas: febre, dor de cabeça e muscular, principalmente nas panturrilhas, falta de apetite e vômitos. Os sinais podem surgir em um dia ou em mês, porém, aparecem comumente entre um e duas semanas (7 a 14 dias).

A leptospirose é tratada com medicação para minimizar os sintomas e, em casos mais graves, com antibiótico. Por isso, nos primeiros sinais comuns da doença, procure por atendimento médico.

Foto Getty

Por Rafael Damas

           

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.

Continue lendo

Saúde

Internações por dengue e síndrome gripal aumentam em 96% dos hospitais no estado de SP

Publicado

em

Hospitais do estado de São Paulo registraram alta nas internações por dengue e casos respiratórios. O levantamento do SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo) analisou 89 unidades de saúde privadas no estado.

O período compreendeu os dias 3 e 10 de maio. No total, 96% dos hospitais consultados reportaram alta de casos de dengue e Srag (síndrome respiratória aguda grave), levando a internações.

Dentre os hospitais pesquisados, 67% eram localizados na capital paulista e grande São Paulo, e o restante no interior do estado.

Em unidades de tratamento intensivo e leitos cínicos convencionais, as internações de adultos por dengue cresceram de 21 a 30% em 42% dos hospitais ouvidos, enquanto srag registrou uma alta de 5% em metade das unidades entrevistadas.

Pacientes pediátricos registraram alta de 21 a 30% em 60% dos hospitais analisados.

Em unidades de tratamento intensivo a pesquisa mostra que 70% dos hospitais registram alta de até 5% por dengue, enquanto 90% das unidades apontou crescimento de 5% para internações em UTIs por srag em adultos e crianças.

Nos pronto-atendimentos e demais serviços de emergência, a procura por ajuda aumentou em 69%, resultando num tempo de espera para atendimento de duas a quatro horas em 73% dos hospitais ouvidos, segundo o estudo.

A pesquisa também apontou que 83% dos hospitais informaram que os pacientes com dengue têm, em média, idades entre 30 e 50 anos, mesma faixa etária daqueles que procuraram assistência por srag em 69% das unidades entrevistadas.

Dentre os hospitais ouvidos, 61% apontou que os pacientes com dengue têm um tempo de permanência nos leitos clínicos de 4 dias. Já para srag, 91% das unidades afirma que esse prazo é de 5 a 10 dias.

Já pacientes de dengue internados em UTIs, segundo 70% dos hospitais, ocupam as unidades por até 4 dias. Para srag, adulto ou pediátrico, maioria dos ouvidos no estudo relatou um tempo de permanência igual aos de leitos convencionais, de 5 a 10 dias.

Devido a sazonalidade com temperaturas mais amenas, é comum o aparecimento de quadros gripais e doenças relacionadas à síndrome respiratória aguda grave. Na última semana, a reportagem da Folha de S.Paulo visitou cinco hospitais particulares nas diferentes regiões da capital paulista e constatou espera de até três horas para atendimento de sintomáticos para dengue e gripes.

De acordo com o painel de monitoramento de São Paulo, até esta quarta-feira (15), são contabilizados 1.063.519 casos de dengue em todo o estado com 722 óbitos confirmados e outros 859 em investigação.

As cidades com mais mortes pela doença são, respectivamente: São Paulo (136), Guarulhos (58), Jacareí (54), São José dos Campos (51), Taubaté (26), Campinas (22), Pindamonhangaba (13), Bebedouro (11), Marília (11), Rio Claro (11) e Franca (10).

Fonte: FOLHAPRESS

 

           

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.

Continue lendo

Saúde

Ministério da Saúde faz alerta para aumento de casos de febre oropouche

No total, foram registrados 5.102 casos desde o início do ano, destes, 2.947 estão no Amazonas, enquanto 1.528, em Rondônia.

Publicado

em

Em boletim emitido com dados de até quarta-feira (15), o Ministério da Saúde apontou aumento nos casos de febre oropouche pelo Brasil. No total, foram registrados 5.102 casos desde o início do ano, destes, 2.947 estão no Amazonas, enquanto 1.528, em Rondônia.

Outros casos confirmados e em investigação foram contabilizados em estados como Acre, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Santa Catarina.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel informou que essa difusão da febre oropouche para outros estados brasileiros acontece há algumas semanas. “Não temos só aquele concentração na região norte, como aconteceu no primeiro momento. Acreditamos que ficaria concentrado, mas houve um espalhamento”, diz.

A febre oropouche acomete, geralmente, pessoas com idades entre 20 e 29 anos, seguida por faixas etárias de 30 a 39, 40 a 49 e 10 e 19 anos.

Para controle, a secretária afirma que foi feita uma construção das orientações para observação clínica da doença. “Não tínhamos um manual ou protocolo para febre oropouche”, diz.

O Ministério da Saúde afirmou ainda ter distribuído testes para diagnóstico para os Lacens (Laboratórios Centrais de Saúde Pública). O único teste capaz de diagnosticar a doença é o RT-PCR, desenvolvido pela Fiocruz Amazonas. A coleta acontece por sangue.

A febre oropouche é transmitida pela picada do Culicoides paraensisI, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, que tem um ciclo silvestre e urbano, e é detectada no Brasil desde a década de 60.

Os sintomas da doença são semelhantes ao da dengue. Os pacientes contaminados frequentemente relatam temperatura acima dos 38ºC, dor de cabeça, muscular e articular, podendo apresentar também quadros de náuseas, vômitos e tontura por um período de dois a sete dias.

Tais sinais, no entanto, se diferem do contágio da dengue porque, no caso da febre oropouche, o paciente não evolui para um quadro grave de dores abdominais e hemorragias após alguns dias desde o início dos sintomas -como pode acontecer em casos de dengue grave.

Os sintomas da febre oropouche também podem ser bifásicos para 60% dos contaminados, ou seja, podem ter febre e dores por alguns dias e, após uma semana e o desaparecimento, retornarem os mesmos sinais, até sumirem completamente.

Não há registros de mortes por febre oropouche até o momento, porém, em alguns casos, pode haver comprometimento do sistema nervoso central em pacientes imunocomprometidos, podendo resultar em meningite asséptica e meningoencefalite.

É mais comum apresentarem sintomas da doença se o paciente tiver viajado para a região amazônica. Nestes casos, o recomendado é procurar uma unidade de saúde para a avaliação clínico-laboratorial.

Foto iStock

Por Folhapress

           

Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e InstagramVocê também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.

Continue lendo
Propaganda

Trending

Fale conosco!!