Uma tradição de mais de dois séculos mobilizou Salvador nesta quinta-feira (11).
Do alto, a impressão era de um tapete branco pelas ruas da Cidade Baixa, mas era uma multidão em uma procissão de fé. Mais de um milhão de pessoas homenageando Senhor do Bonfim – Oxalá, no sincretismo religioso.
E na Bahia, a tradição manda ir a pé. Mas tem gente que vai correndo, remando e até sambando. Os grupos culturais e musicais também ganharam destaque. Este ano, teve a volta do Zárabe, projeto que homenageia a cultura mulçumana, e é comandado por Carlinhos Brown.
“Nós estamos representando aqui a África, a Ásia, a Europa, em uma manifestação cultural única, forte, liderada por várias etnias, por todas”, diz Carlinhos Brown.
Uma mistura que simboliza a união.
Neste ano, pela primeira em quase 280 anos de devoção, cerca de 100 baianas saíram na caminhada ao lado da imagem de Nosso Senhor do Bonfim. Ao longo do percurso, água e muito protetor solar.
Depois de mais de quatro horas e meia de caminhada debaixo de um sol quente, a imagem de Nosso Senhor do Bonfim chega à Colina Sagrada ao som do hino dedicado ao Senhor do Bonfim.
“Não existe nenhum outro fenômeno semelhante em que tantas denominações religiosas se integrem em nome da paz, em nome do culto a uma imagem, mas ao mesmo tempo exacerbando os valores que são de solidariedade, de integração e de convivência entre tantos povos”, explica o historiador Ricardo Carvalho.
Do lado de fora da igreja, a tradição de amarrar fitinhas no gradil e a lavagem das escadarias com muita água de cheiro pelas baianas. Para os devotos que seguiram por quase 7 Km até a Colina Sagrada, uma benção especial.
Fonte: Jornal Nacional
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