O deputado estadual Joel da Harpa (PL) é um dos alvos da Operação Projeto Restrito, deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (27), contra uma suposta organização criminosa voltada à prática dos crimes de peculato, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.
A informação foi confirmada pelo próprio deputado em suas redes sociais. Em vídeo, Joel da Harpa contou que, por volta das 8h, saía para trabalhar em uma agenda no interior do Estado quando recebeu uma ligação da esposa informando que a Polícia estava em sua casa.
Em nota, a Polícia Civil não divulgou oficialmente a lista de alvos nem detalhou como funcionaria o suposto esquema investigado na operação. Ao todo, a ação cumpriu 14 mandados de busca e apreensão domiciliar, em endereços não informados pelas autoridades. Também houve bloqueio judicial de ativos financeiros, de acordo com a Polícia Civil.
“Há 3 dias, houve autorização para que houvesse essa busca. Autorizei, lógico, a entrada da Polícia Civil no meu apartamento e o que eles encontraram? Meus filhos dormindo e minha esposa tomando café da manhã”, declarou Joel da Harpa, sobre a batida na sua casa.
O deputado nega ter cometido irregularidades. Segundo relatou, a casa teria sido “vasculhada” e os agentes “nada encontraram”.
O parlamentar disse, ainda, que teria conversado com o delegado responsável pela operação por telefone e foi informado que “havia uma investigação de 2015” contra ele. Esse caso citado pelo deputado, no entanto, não trata de falsificação de documento — e não dos supostos crimes investigados na Operação Projeto Restrito.
“E aí fica a pergunta: como a polícia encontraria alguma coisa na minha casa, mesmo que supostamente houvesse alguma coisa de 10 anos atrás. Lógico que não encontraria”, afirmou o parlamentar. No vídeo, Joel da Harpa também disse “confiar na Polícia Civil do Estado e na Justiça”.
Outra investigação
Com 19.794 votos, Joel da Harpa foi eleito pela, primeira vez, em 2014, um ano antes da outra investigação mencionada por ele no vídeo.
Em outubro de 2015, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou que ele teria divulgado um documento falso, no Blog do Joel da Harpa e em diferentes perfis de redes sociais, que daria a entender que ele havia sido alvo de “perseguição por parte do comando da Polícia Militar”.
Ainda de acordo com o MPPE, a falsidade do documento teria sido comprovada pelo Gerência de Correição da Secretaria de Defesa Social (SDS).
“A fraude teve como beneficiário principal o denunciado Joel, cuja votação obtida deveu-se em grande parte à notícia em questão”, diz trecho do documento. “Como vítima a Administração Pública como um todo e, em especial a militar”.
A denúncia foi aceita pelo juiz Francisco de Assis Galindo de Oliveira, titular da Vara da Justiça Militar, no dia 11 de fevereiro deste ano.
“Recebo a denúncia, diante da notícia de crime militar em tese e indícios suficientes de autoria, de acordo com a peça informativa, de modo a autorizar a instauração de relação jurídica processual, não se cogitando causas de extinção de punibilidade”, registrou o magistrado.
Foto Roberto Soares/Alepe
Por Mareu Araújo
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